Ponto de vista de s/n
"Tem certeza que não temos escolha?" eu perguntei pela terceira vez após ouvir os supervisores do csi dizerem que eu teria que dividir o caso com a equipe de Horatio Caine, o chefe da equipe dos csi's de Miami. Como detetive particular sou acostumada a investigar por conta própria e do meu jeito, nunca fui de depender de equipes para ir bem numa investigação mas dessa vez era um caso importante, a vítima era o filho de um cara influente na cidade então precisavam de todos aqueles que pudessem ajudar.
"Repetir a pergunta não vai fazer a resposta mudar, moça" Horatio respondeu, recebendo um xingamento que saiu pela minha boca enquanto ele ria e saía andando ao mesmo tempo em que colocava seus inseparáveis óculos escuros. Com o pensamento de que seria um longo caso decidi que ficaria de olho nele, sabendo que tinha algo nele que precisasse prestar atenção ou algo errado aconteceria, mesmo sem saber o que.
Infelizmente, na única hora em que desviei minha atenção para um guarda que estava indicando uma evidência para registrar em foto se ouviu o som de pneu arrastando no asfalto em fuga, indo diretamente de encontro ao loiro de óculos escuros dando tempo só de correr em sua direção e jogá-lo em outra direção. Não sei como mas consegui contar umas três viaturas correndo atrás daquele carro e o alcançando antes de perceber que estávamos deitados no chão, eu em cima de Horatio e toda a equipe dele olhando enquanto seguravam para não rir.
"Devia ter mais cuidado na rua, senhor" respondi sorrindo sem graça enquanto me levantava e o ajudava a fazer o mesmo.
Ponto de vista de Horatio Caine:
"No que está pensando, moça?" pergunto depois de alguns minutos de silêncio por parte de s/n, estávamos falando sobre o último caso em que trabalhamos enquanto terminamos nossos relatórios e seu olhar começou a ficar mais distraído enquanto ela sorria, claramente lembrando de algo.
"No dia em que nos conhecemos" mesmo depois de dois anos eu lembrava daquele dia, s/n ainda não era csi e tivemos que trabalhar juntos, ela não gostou nada daquilo no começo mas depois de salvar a minha vida e fechar o caso acabou aceitando fazer parte da equipe com a desculpa de que devia ficar de olho em mim para ter certeza de que eu não acabaria morto. Na época achei que se tratava de uma brincadeira mas depois de algum tempo e de ser salvo várias vezes, enquanto conversava com Calleigh ela me fez entender o motivo.
"Precisamos conversar" percebo s/n ficar tensa ao terminar de começar a falar, sabendo o assunto apenas sorrio.
"Não precisa, moça, eu sei" sua expressão muda de tensão para confusão, não pela forma que eu a chamei, afinal fazem dois anos que a chamo assim "e compartilho isso" termino a frase enquanto a vejo sorrir e ficar vermelha.
