Capítulo 11

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P.O.V JESSIE

Não por favor, isto não me está a acontecer, é um sonho, acorda Jessie. Definitivamente hoje não é o meu dia, só me faltava esta, o que é suposto eu fazer, virar e lhe dar uns belos chutes nos países baixos? Talvez chamaria a polícia mas a porcaria do meu celular morreu.

"Jessie"-suspiro ao ouvir a voz do Harry, encaro-o e ele solta o meu pulso.

"Você quer me matar do coração? E eu a pensar em como assassinar alguém"-digo e ele ri descontraído.

"Eu levo-te a casa, não te deixaria nessa tempestade"-ele tira a camisola e coloca em meus ombros, e sigo-o até ao carro.

Ok, muito estranho, num minuto estávamos a discutir, a falar mal do meu pai, e agora está aqui todo descontraído e sorridente, a prestar solidariedade. Ele poderia muito bem me deixar na chuva visto que nós nos odiamos, quer dizer, eu o odeio, e espero que ele também.

Nunca pensei estar a dizer isso mas é verdade, só que as pessoas não costumam odiar-me, excepto a Miriam, na verdade eu sou um amor e sou simpática com todos, excepto com a Miriam mas em minha defesa, eu tenho os meus motivos.

"Desculpa, mas...eu disse algo de errado?"-ele diz assim que entramos no carro.

"Não, é algo delicado pra mim"-digo. Não tenho porquê lhe dar explicações sendo que são coisas minhas e apesar dele ter aberto a ferida, eu não estou muito a vontade para falar isso com ele.

"Ahm compreendo"-diz ele.

"Porquê estás assim? Muito compreensivo e preocupado?"-pergunto e ele sorri.

"Eu sou assim, você que não me conhece direito"-responde.

Eu que não lhe conheço direito? Não lhe conheço mesmo, porque esse garoto deve ser bipolar ou algo assim, num minuto está a atacar-me e no outro sendo um amor de pessoa. Se fosse mulher eu diria que é TPM mas não é o caso.

"A senhora na tua casa confundiu-te com um Edward"-digo e ele sorri desajeitadamente e coça a parte de trás do pescoço.

"Ela é minha mãe e Edward é o meu segundo nome"-confessa, e estava tão atrapalhada que nem pude olhá-la direito.

"Oh!"-digo e ele continua sorrindo, mas ele vai continuar a sorrir até quando?

E só agora pude notar que, quando ele sorri aparecem-lhe umas belas covinhas. Acho tão fofo, quisera eu ter umas iguais, dizem que é sinal de simpatia, e logo eu que sou tão simpática, essas covinhas deveriam ser minhas.

"O que foi?"-pergunta me fazendo acordar doa meus pensamentos.

"O que foi pra onde?"-respondo com outra pergunta, sem entender.

"Você que não para de olhar pra mim. Estou no volante mas consegui notar"-diz ele e sinto minhas bochechas corarem. É tão embaraçoso quando te encontram em flagrante, mas eu não estava a olhar pra ele, quer dizer, literalmente eu estava sim, mas para as suas covinhas, mas ele vai pensar que eu estava a admirá-lo e vai encher o seu ego, uma vez que ele já é muito mas muito mesmo convencido.

"Não foi nada"-digo e coloco o meu olhar para o lado oposto, fico observando o vidro todo embaçado e com as gotas de chuva caindo.

(...)

"É aqui. Vês que é tão perto e poderíamos muito bem fazer o trabalho aqui?"-digo.

"E daí? Minha casa foi uma óptima ideia"-diz ele. E aí está o Harry marrento que eu conheço, não aquela cópia barata dele que sabe ser simpático e um doce de pessoa.

Descemos do carro, eu já ia lhe entregar o seu casaco mas ele disse que ficasse comigo, a chuva já tinha parado daí que não vi a necessidade de continuar com o seu casaco. Vi-o a olhar para os meus seios e só aí pude notar que a minha blusa estava totalmente colada ao meu corpo uma vez que a molhei na chuva.

Sabe se lá há quanto tempo está ele a olhar pra mim, mas enfim, deixei passar esse momento embaraçoso e entrei com ele até a minha casa, encontrando a minha mãe a andar de um lado para o outro.

"Oh filha, estava tão preocupada"-a minha mãe me abraça assim que chego a casa.

"Mas eu tentei ligar pra si e só dava na caixa postal"-digo e ela desvia o olhar para o Harry, talvez notou sua presença agora, ele que nos encarava com muita atenção.

"É o teu namorado?"-minha mãe pergunta, indo até ele, cumprimentando-o.

"Mãe! Não, é só o Harry, o meu colega"-não acredito que ela insinuou isso, eu e o Harry, as chances são tipo, nulas. Não há como, duas pessoas totalmente diferentes e do dia pra noite despertarem algum interesse.

"Bom, eu vou andando. Até amanhã"-diz ele e o acompanho até a porta.

"Não são namorados mas ele está interessado"-diz minha mãe.

"Não está nada mãe, nós não gostamos um do outro!"-digo subindo em direção ao meu quarto e ouço ela rindo e me sacaneando.

Say You Love Me! - |H.S| Onde histórias criam vida. Descubra agora