Capítulo vinte e três

35 5 0
                                    

Me deparo com uma senhora parada à porta, branca com os cabelos grisalhos e cardigã rosa, com o auxílio de uma bengala ela tenta se aproximar de nós, mas Charles segue até ela impedindo de dar mais um passo.

-Oi vovó. -ela o abraça.
-Como vai meu neto mais querido?
-Eu estou ótimo.- ele sorri.
-E quem é essa mocinha? -a encaro.
-Vó essa é a Sam. -ela sorri.
-Olá senhora Tompson é um prazer conhecê-la.
-É ela? -ela o encara.
-É sim.
-Vamos entrar eu não consigo ficar muito tempo em pé.

Gentilmente Charles ajuda a avó a se sentar, me acomodo junto a ele no outro sofá, à chá e biscoitos além de frutas sobre a mesa, mesmo sentada ela faz questão de nos servir, mostrando todo o carinho de uma avó com gestos simples.

-Meu Charles fala muito de você.
-Espero que fale bem. -o encaro.
-Sim, claro, meu Charles fala tanto em você menina, ele diz que seus olhos tem um brilho único e que quando você sorrir ele sente uma alegria. -Charles está vermelho. -De tanto ele falar já estava curiosa em conhecer a menina que roubou o coração do meu neto.
-Disse tudo isso? -ele cora outra vez.
-Vovó está exagerando.
-Não minta para sua namorada meu amor, sou velha, mas me recordo quando disse que estava sentindo algo especial por alguém.
-Vovó, por favor, pare. -sorrio.
-Não vovó continue. -ela acompanha meu sorriso quando ele revira os olhos. -O que ele fala mais?
-Vovó. -ele à adverte.
-Tudo bem eu vou me calar.
-Ah não.
-Lamento querida. -sorrio. -Fico feliz por meu neto ter encontrado alguém bom, nunca o vi tão animado. -o encaro. -Charles é tudo o que eu tenho, meu filho esqueceu que tem mãe e... Me abandonou. -perdemos o sorriso. -Eu só tenho meu neto. -ele acaricia sua mão. -Por isso eu te peço, cuide bem dele.
-Eu vou. Prometo cuidar dele.

Caminhamos juntos pelo jardim, o lugar é lindo, vazio, tranquilo e verde, há muito verde o que trás um frescor maior quando o vento sopra.

-Nunca tinha vindo para esse lado da cidade.
-Quase ninguém vem pra cá. O lugar ideal para abandonar uma velhinha no fim da idade. -perco o sorriso.
-Seu pai...
-Ele não está nem aí pra minha avó, se ela morrer aqui ninguém além de mim vai saber. Isso dói muito.
-Você não se dá bem mesmo com ele.
-Nunca nos demos bem e nunca vamos dar.
-Ele é seu pai.
-Ele é um idiota Sam. Um idiota. -continuamos a andar.
-Aqui é tão lindo. caminhamos  lentamente. -O que é aquilo? -aponto.
-É minha casa na árvore. -ele me dá um sorriso de ponta à ponta. -Eu sempre ficava ali quando criança, era o meu lugar favorito, vovó me deixava brincar o dia inteiro e depois que eu cresci ali virou meu esconderijo. Toda vez que o mundo desaba na minha cabeça eu pego minha mochila e venho pra cá, minha avó cuida de tudo pra manter o lugar limpo e organizado.
-Você pode me mostrar? -me encara surpreso.
-Quer conhecer? -concordo. -Vem comigo.

Literalmente é um esconderijo secreto para quem quer fugir do mundo, é uma imensa casa na árvore, simples, porém muito bonita e a natureza ajudou muito, o vento, a árvore com frutas e uma vista para o céu que a noite deve ser incrível com todas as estrelas sob a cabeça.

É perfeito.

-Aqui é tão bonito. -sigo para janela e admiro à vista. -É calmo e trás paz.

Fecho os olhos sentindo à brisa em meu rosto, à muito tempo não tinha essa sensação de paz interior mesmo vivendo um caos e momentos de incertezas dentro de mim, sinto Charles se aproximar, ele me abraça e beija meu ombro, me coloco de frente sustentando meu olhar no seu, descanso meus braços em seus ombros e dou início ao nosso beijo.

Algo em mim clama por esse momento, é incrivel como aquele mesmo sentimento do início ainda está aqui, em crescente, sinto uma sede incessante por seu toque e a cada segundo isso aumenta em mim ganhando uma proporção assustadora, como uma dependente em abstinência de Charles, me entrego totalmente desejando mais, pela primeira vez, meus pensamentos vão além, não quero apenas seus beijos, preciso de mais, sei que estou pronta para mais, intensifico nosso beijo e no mesmo instante nossos corpos reagem à isso, estou trêmula e sedenta, suas mãos estão por todo o meu corpo, meu coração dispara pela ansiedade do novo, não à medo,  apenas um sentimento crescendo em nós.

-Não Sam. -ele se afasta. -É melhor não. -e mais uma vez recebo um banho de água fria, mas eu não iria desistir fácil.
-Charles... -me encara.
-Eu quero que seja especial, você não é mais uma Sam. Você merece mais do que a minha casa na árvore, muito mais.
-Eu só preciso de você. -me aproximo.-Você não me quer? Não se sente atraído... Por mim?
-É isso que pensa?

Ele sustenta seu olhar no meu e perde o pequeno sorriso, me assusto quando ele me pressiona contra parede assim como fez na primeira vez no vestiário, perco o ar em questão de segundos e seu olhar me faz estremecer da cabeça aos pés.

-Eu te desejo desde o dia em que te conheci. -sussurra. -Sonhei ficar com você toda maldita noite, imaginei você gritando meu nome dentro daquele uniforme minúsculo de animadora enquanto eu... -não consigo manter meu olhar no seu. -Acha mesmo que não te quero? Olhe pra mim. -assim faço. -O único motivo de querer tirar você daqui é porque eu sei que se eu jogar você na minha cama agora, não vai me impedir.
-Não vou. -ele ri e nega.
-Não quero agir com você do mesmo jeito que...
-Eu quero você. -ele se cala.
-Sam...

Seu olhar muda, consigo ver o minuto exato onde Charles deixou de ser o menino doce e carinhoso para se mostrar o homem que é, o homem que eu quero conhecer.

Foi tudo muito intenso, suas mãos me erguem até eu estar em seu colo, ele senta e beija cada parte de mim, o calor aumenta e tudo se intensifica, arranco sua blusa e ele faz o mesmo comigo, minhas mãos estão trêmulas, a ansiedade cresce em mim e com um toque ele me para, o encaro tentando controlar minha respiração, ele sorri e tira todo o resto de roupa que faltava, os pensamentos somem assim como minha voz, seus beijos e carinhos me fazem estremecer, em um momento estou ao chão com ele acima de mim e o que estava pra aconteceu seria algo que me marcaria pra sempre.

Quente. Intenso. Forte. As palavras me faltam no momento, eu buscava por algo para amenizar toda tensão que meu corpo produzia e a única forma que encontrei foi cravando minhas unhas em suas costas, Charles se mostrou completamente pra mim, da forma como é de verdade, assim como eu me senti à vontade para me rebelar à ele. Não havia som, não havia voz, apenas uma massa de ar quente ao nosso redor que aumentava a cada momento, não o olhei nos olhos, não conseguia mantê-lo abertos, os segundos pareciam minutos, Charles conseguiu tornar tudo ainda prazeroso pra mim, ele me levou ao céu e me trouxe ao inferno no mesmo instante.

Foi incrível.

Eu me sentia bem, me sentia radiante, o mundo havia parado para nós dois e eu estava feliz por ter me entregado de corpo e alma, feliz por ser amada e amar, passamos um longo tempo se amando e quando meu corpo atingiu o ápice a única coisa que pensei era no quanto eu o amo.

Sim, eu o amo.
Amo Charles.

-Não dorme. -rindo eu o abraço. -Você está bem?
-Porque eu não estaria? -fecho os olhos sentindo meu corpo pesar.
-Peguei pesado com você. Eu... Não deveríamos ter feito...
-Não, não estraga esse momento. -o encaro. -Por favor. -o beijo. -Eu amei. -ele retribui o beijo. -Você é bem melhor do que eu imaginei. -sorrio.
-Me imaginou dessa forma? -concordo. -Que tarada! -rimos.
-E eu sou melhor do que imaginou?
-Quem disse que eu imaginava você dessa forma? -rimos. -Você é... -algo desce em sua garganta, ele fecha os olhos e respira fundo, tentando buscar as palavras.
-Diz. -peço.
-Eu estou tentando descrever. -ele fecha os olhos. -Você é tão pequena, é tão... Perfeita, eu ficaria horas assim, não me cansaria tão cedo. -coro. -Ficou vermelha é? -rimos.

Nosso riso se perde no olhar, meu coração grita, as palavras sobem na garganta, ele me olha da mesma forma como se quisesse dizer algo também, sei que são as mesmas palavra que estou prestes à dizer, elas sondam minha mente com força trazendo consigo o amor que sinto por ele e dentro de mim as palavras soam como uma linda canção dizendo o que reúno coragem pra dizer o que nunca disse a ele.

Charles eu te amo.

Três Regras Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora