Eram as últimas horas, de um último dia juntos, ele iria passar por uma reclusão de meses ou quem sabe anos, já eu ficaria mais de cinco anos morando em uma nova cidade, bem longe da minha família e tão distante da minha realidade.
-Sente medo? -eu o encaro. -De fazer algo novo?
-Sim eu sinto, estou apavorada. -ele sorri. -Mas eu sei que tudo vai ficar bem. -ele sorri. -Como seu pai reagiu quando soube do...
-Ele não sabe. - me interrompe. -E nem saberá.
-Charles... -tento intervir.
-Não Sam eu não vou dizer. -me calo. -Não quero vê-lo fingindo que se importa ou tentando me impedir de realizar aquilo que um dia sonhei em ser.
-Sonhava em ser militar? -questiono.
-Eu sempre quis ser ser como meu tio avô, ele serviu as forças armadas e quando eu pudia vê-lo bem raramente, me sentia tão orgulhoso dele, o único que valia em toda minha família, ele sempre me levava pra visistar o campo de concentração e todos batiam continência pra mim. -sorrimos. -Nunca foi um sonho, mas... Quem sabe? -sentamos ao jardim de minha casa, me ponho ao seu lado.
-Ele também já se foi?
-Sim bem cedo, viver no exército tem lá os seus contras. -ele ri achando graça de suas palavras, mas para assim que eu perco o sorriso. -Fique tranquila, você não vai me perder. -o encaro.
-Bem... Há um grande risco de...
-Em qualquer lugar. -ele se apressa em dizer. -Em qualquer trabalho há riscos.
-Não podia ter escolhido algo mais tranquilo?
-Eu pensei em me inscrever para o esquadrão anti-bombas, mas não faz muito o meu estilo usar preto. -ele tira meu riso e leva pra longe o nervosismo.
-Fica em paz.- ele segura minhas mãos. -Independente de onde eu estiver, eu sempre vou voltar pra você. -ele beija minhas mãos. - Sempre.Me apaixonar não estava nos meus planos, muito menos por alguém como ele, de tudo que já vivi, nada foi tão emocionante e ao mesmo tempo tão simples, cotidiano e cliché. Na vida a gente sempre espera pelo momento onde nossos olhares vão se cruzar com outros e o nosso corpo reagirá instantaneamente levando aquele momento até o coração, naquele exato segundo tudo ao nosso redor deixa de existir, o ar falta nos pulmões e as palavras se embolam, se apaixonar é o mesmo como se todo o nosso corpo fosse tomado por um veneno letal e o antídoto fosse ainda melhor.
-Você prometeu não chorar.
-Vou sentir sua falta.Ele enxuga minhas lágrimas que não cessa, meus pais nos deixa a sós, mas não por muito tempo, logo somos interrompidos por minha mãe tentando tirar mais fotos como sempre, pessoas conferem seu documentos e passaporte, o saguão do aeroporto está cheio, já dentro de mim, consigo sentir um imenso vazio.
-Podemos tirar uma foto? -mamãe sugere e posamos para a foto.
-Prometemos dar um espaço à eles. -papai resmunga.
-Eu sei, mas também quero aproveitar esse momento com minha filha. -sorrio. -Meu amor. -ela me abraça. -Não esqueça de ligar quando chegar.
-Pode deixar. -papai me abraça forte.
-Se cuida tampinha. -o encaro. -Me mantenha informado de tudo viu? -concordo. -Sabe que é só me dar um toque e eu vou correndo.
-Eu sei. -ele encara Olga que até o momento ficou em silêncio. -Ela está se segurando pra não chorar. -rindo eu sigo até minha irmã mais nova e a braço, ela retribui e chora.
-Porque você tem que ir embora?
-Um dia você também vai e saberá a resposta. -ela me olha.-Não fica triste eu vou te comprar muitas maquiagens. -ela sorri. -Volto no natal tá bem?
-Tá bem. -ela me abraça outra vez. -Posso ficar com seu quarto, agora?
-Não. -digo séria.
-Venha Olga, deixe Sam se despedir de Charles. -o vôo é chamado pela primeira vez.Meu coração aperta.
-Me liga quando chegar, quero ouvir sua voz.
-Eu vou senti tanto a sua falta.
-Eu também. -choro.
-Vai ficar tudo bem. -ele me acaricia. -Voccê vai ver como passa rápido e quando você voltar eu estarei aqui.
-E se você não estiver?
-Não se preocupe, eu encontro você. -ele sorri.Eu o abraço forte sabendo que não sei exatamente quando vou ter esse contato outra vez e é neste momento que meu vôo é chamado, eu o encaro e tudo em mim se desespera, ele tenta transmitir um pouco de consolo e me acaricia enquanto eu choro.
-Aonde você estiver eu também estarei. É uma promessa.
Caminhei sem olhar pra trás, foi uma promessa que fiz a mim mesma, pois sabia que no momento em que meus olhos encontrasse os de Charles eu voltaria correndo, por isso, respirei fundo disposta a encarar a minha mais nova realidade.
Com os pensamentos esperançosos.
E o coração amargurado.Eu ficarei bem
Disse a mim mesma quando levantamos vôo.
Assim espero.O destino me ensinou nesse breve tempo em uma escola nova que a vida é feita de regras, mas você só é lembrado quando as quebra e sendo assim adicionei em minha vida uma nova regra.
Regra número quatro: Na vida real o final feliz nem sempre acontece da maneira como desejamos.
Se é que estou vivendo um.
Harvard
Segunda -feira 14:00hEra a primeira aula, meu coração parecia saltar do peito de ansiedade, minhas mãos estavam trêmulas e ficaram ainda mais quando entrei no imenso corredor, tudo era traquina e sofisticado, os alunos caminhavam com tranquilidade até suas salas e fiz o mesmo em direção a minha primeira aula.
-Perdão eu não vi você. -digo assim que trombo com um rapaz alto e loiro, ele me olha e tudo em mim se acalma.
-Sam?
-Ryan. - ele me abraça forte. -Eu não acredito... O que faz aqui?
-Eu não quis contar a ninguém, mas passei em Harvard, vou cursar direito.
-Eu também, mas como eu não te vi na colônia que tivemos antes do Natal?
-Eu não pude vir. -se explica. -Mas que surpresa boa. -sorrio.
-Você não sabe o quanto, é um alívio tão grande não está sozinha nesse lugar, nem acredito que está aqui.
-E Charles?
-Forças Armadas. -ele me olha surpreso.
-Nossa! Eu nunca imaginei que ele...
-Nem eu.
-Então vocês...
-Ainda estamos juntos.
-Ah -ficamos em silêncio.
-Que bom te encontrar aqui. -digo na tentativa de quebrar o clima que se formou.
-Você não sabe o quanto.Regra número cinco: As vezes o destino te prega peças, cuidado com elas.
Obrigada por ler!
Fim.
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Três Regras Para Amar
RomanceNo mundo de Sam existem três regras criadas para que ela jamais venha se apaixonar pelo cara mais óbvio da escola. O famoso "bad boy" Em uma escola nova ela vai descobrir que não será tão fácil seguir essas regras.