┤ Êxtase parte II ├

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     Peter abriu a porta de seu dormitório e convidou Nicole para entrar, que entrou em passos lentos e se sentou na cama ao lado da janela, ajeitando o vestido

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     Peter abriu a porta de seu dormitório e convidou Nicole para entrar, que entrou em passos lentos e se sentou na cama ao lado da janela, ajeitando o vestido. Ele fechou a porta e parou por um segundo, enquanto fitava Nicole, que brincava com o travesseiro em suas mãos.

     — Pensei que não fosse me levar para a sua cama, Peter Jenkins — disse Nicole, apoiando os braços no colchão — e cá estou eu, nada impressionante.

     O garoto parou em frente a novata, que o atentava com os olhos negros curiosos.

     — Ainda nem começamos, McDowell. — corrigiu Peter, abrindo a gaveta do criado-mudo ao lado de sua cama, do qual retirou uma grande chave de ferro. — Agora vai ficar interessante.

     O céu estava estrelado e a brisa refrescante envolvia os cabelos cinzas e ondulados de Nicole numa dança. Os dois atravessaram o gramado coberto pelo orvalho da noite, até o enorme portão principal — as grades eram feitas de um ferro grosso e pesado —. Nicole observou confusa, enquanto o garoto girava a grande chave na fechadura do portão, e em seguida os dois empurraram-no para trás. A garota cruzou os muros em passos lentos, ela estava fora de Campo dos Corvos, e estava adorando aquela sensação.

     Ela o seguiu pela floresta de árvores esguias e nuas, com seus galhos secos expostos. Nicole começou a ponderar se devia confiar em Peter daquela forma, ela nem o conhecia. De qualquer jeito, parecia tarde demais para voltar atrás.

     — Pronto, agora aqui ninguém vai te ouvir gritar — Peter brincou, mas Nicole não riu, ela estava começando a ficar receosa.

     — Voilà! —  ele bradou, apontando para uma caminhonete rural azulada, relativamente suja de lama.

     Deve ser o carro daquela noite, pensou Nicole.

     O veterano tirou um maço de cigarro quase vazio do bolso, pôs a última unidade entre os lábios e o acendeu com um isqueiro, baforando para fora de si aquela nuvem intoxicante de fumaça, num ciclo vicioso.

     — Você vai me sequestrar, afinal? — Nicole indagou, escorando as costas no capô enlamado da caminhonete e abanando a fumaça do cigarro de Peter para longe.

     — É, tipo isso, mas vou deixar você escolher o destino. É você quem manda hoje à noite.

     Ele se juntou a ela, enquanto rodopiava a chave do automóvel no dedo indicador, com os olhos verdes atentando a expressão contemplativa da garota.

     — Eu estou faminta, se existir algum lugar que venda comida nesse fim de mundo, é pra lá que eu quero ir — sugeriu ela.

     O garoto de camiseta preta abriu a porta para Nicole entrar e foi em seguida. Depois de dar partida no automóvel, ele contornou as árvores caducas cautelosamente, até chegar na estrada de asfalto, onde ele acelerou abruptamente. O ronco do motor e o grito dos pneus eram ensurdecedores.

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