Os olhos que se abrem

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Os grandes portões de ferro se abriram e finalmente Victor viu seu carro entrar. Os portões se fechando logo após sua entrada, demorou mais cinco minutos de carro até que chegassem ao castelo de fato, o terreno era absurdamente grande e o castelo ficava posicionado bem no meio dele.

O carro finalmente parou e o motorista saiu e abriu a porta para Victor, depois de seu chefe descer desapareceu com o carro tão rápido e silenciosamente quanto tinha aparecido, Victor se viu em frente às enormes portas da frente que o separavam do hall de entrada, e mais uma vez a águia estava presente, dessa vez entalhada na madeira nobre, os pensamentos de Victor foram interrompidas quando a porta abriu e Nikolai apareceu.

— Mestre Victor.

— Nikolai _ Victor tirou seu sobretudo e o cachecol que tinha posto no carro esses que rapidamente foram pegos por Nikolai e devidamente pendurados _ como andam as coisas?

— Como o senhor ordenou, ninguém entrou lá embaixo desde a sua ligação a porta está fechada e a passagem segura mas todos que trabalhavam já foram dispensados só estamos nós é os seguranças.

— Os seguranças ficaram na casa de hóspedes?

— Sim senhor.

— Ótimo mande que não se aproximem muito do palácio até segunda ordem, e Nikolai sugiro que fique com eles.

— Sim senhor.

Alguns tinham um Jarvis outros um Alfred mas Dimitri tinha um Nikolai, ele servia sua família já na época de seu pai e depois ajudou Yakov a cuidar de Victor, o homem que em seus 55 anos não aparentava ter a idade que tinha, era alto e forte um ex militar do exército russo, os cabelos já grisalhos eram a única indicação da sua idade, Nikolai sem questionar se retirou deixando Victor sozinho naquele enorme castelo.

O Nikiforov passou por baixo da escada em U entrando no grande corredor abaixo dela, ignorou as outras salas como o gabinete a sala de música e etc, até parar na frente do maior cômodo do castelo. A biblioteca. Tinha sido um tanto clichê quando descobriram um fundo oco em uma das prateleiras de livros essa que agora estava arrastada longe dali, havia um pequeno cubículo na parede com espaço suficiente para duas pessoas e lá a porta de ferro antes trancada que protegia os corredores.

Ao abrir a porta e entrar no surpreendentemente espaçoso corredor, Victor pode observar o local era a primeira vez que entrava ali, o chão e as paredes eram de pedra cinza e os rapazes tinham acendido tochas presas na parede ao longo de todo o caminho, era dali que vinha a única luz, já que o local era todo fechado, Victor andava a passos calmos o sapato caro de couro italiano fazendo barulho ao entrar em contato com o chão, era só seguir reto até o fim do corredor, não precisava virar em nenhum outro corredor nem entrar em outra sala, era só seguir reto até o final, e o foi o que Victor fez, andou até dar de cara com a porta de madeira, o cadeado já tinha sido aberto mas a porta não, foi o Nikiforov que realizou tal ato.

A porta rangeu como se estivesse reclamando de ser aberta depois de tanto tempo, o local estava em total breu não dava para ver um palmo à frente dos olhos, então o Nikiforov tirou uma tochas da parede do lado de fora e entrou no local, o cômodo era grande e livre de móveis, a não ser por um caixão de madeira escura com detalhes em dourado bem no meio do cômodo e três estátuas de anjos, uma a frente do caixão, ou seja de frente para a porta e as outras duas uma em cada lado, as três encostadas na parede, entre as estátuas Victor pode observar tochas de madeira nas paredes assim como no lado de fora, mas essas estavam apagadas e o cômodo era em formato de hexágono.

Victor acendeu as tochas apagadas na parede com a acesa que carregava, e depois botou ela no lugar onde tinha pegado, agora o cômodo era todo iluminado pela luz alaranjada das tochas, ele chegou mais perto do caixão observando os padrões em dourado, ouro, aquilo era ouro, e Victor como uma pessoa que lidava com pedras e metais preciosos todos os dias podia afirmar isso. Finalmente ele tinha chegado ali, o coração do Nikiforov batia rápido no peito e um suor nervoso escorria por sua testa, Victor sabia que era o seu nome naquele diário, e Victor não acreditava em coincidências, mas mesmo assim, lá no fundo do inconsciente do Nikiforov ficava repetindo as mesmas perguntas.

O vermelho dos teus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora