Loucura

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O que há  comigo? Aurora é uma criança, uma menina. Eu a vi crescer, à céus isso é tão doentio, mas admito que gostei do beijo, porque ela fez aquilo? Só porque a chamei de filha? Estou tão confusa...ela é um amor, mas eu acho que isso não pode acontecer...ainda estou com a respiração ofegante, estou descompensada andando de um lado para o outro. Passo as mãos no pescoço, sinto uma angústia enorme, só que não é arrependimento por te-lá beijado e sim por não ter continuado...eu sei é errado, mas eu estava ali, era literalmente um fio para ver por completo a mulher que Aurora se tornou...mas não pude e não posso fazer isso. Ainda ofegante penso em tomar um banho e quando estava quase perto do lago, lembro de tudo que acabará de acontecer quando sai dali, então resolvi voltar pra minha casa e não sai de lá durante o dia todo.
-Malévola.
-Ai Dievo, que susto!!
-Mas eu bati na porta.
-Fala logo o que você quer?
-É, eu vim dizer que já fiz a ronda das 18:00 os guardas do palácio estavam no muro de espinhos de novo. Er você tá bem?
-Homens não passarão! E como você já fez a ronda das 18:00 se ainda nem chegou a hora do café? E é claro que eu tô bem! Falo irritada.
-É claro que já ele fala abrindo a porta você que passou o dia todo enfurnada aqui. Aliás, Aurora está te procurando! E você não tá bem...
-Oh céus, nem percebi. Se ela quiser falar comigo, ela sabe onde me encontrar. E Dievo...Não enche!
-Tá tá. Você tá muito chata hoje! Vou dizer pra ela vir aqui.
-Ela quem?
-Aurora! Ele fala revirando os olhos
-NÃO!!!
-Eu não quero ela aqui!!
-Mas você não disse...
-Eu não disse nada! Sai Dievo.
-Mas...
-Eu disse sai! O transformei em corvo, e ele saiu voando, apesar de não considera-ló...Dievo não merece esse tratamento, mas se ele soubesse o que eu passei,  teria que entender...Talvez eu conte, penso em chama-ló, mas acho melhor não. Ele pensaria que sou uma louca e psicopata por gostar de Aurora desse jeito. Ah céus, onde vim me meter? Assim como havia dito, passei o dia todo trancada, evitando pensar nela, mas quando minha mente me traia, eu me pegava pensando no meu anjinho, ah que boca, seu beijo era doce e viciante, suas mãos no meu pescoço oh céus que maravilha e aqueles olhos? Tão profundos quanto o mar, então infinitos como o céu, só que mais raros que esmeraldas. Eu faria tudo para sentir tudo isso de novo, mas estou envergonhada. Só de lembrar disso, já sinto faíscas subindo, um calor inexplicável, mas me contenho...prometi que não faria isso, eu me sentiria muito mal se me tocasse pensando nela e logo a olha-se nos olhos na maior cara de pau, como dizem os humanos. Me deito, não consegui comer nada, e vou adormecendo, entre flashs de onde tudo parou, e de como eu queria que continuasse.

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