Capítulo 11

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Murmurinhos começaram,  todos estavam assustados com o que eu acabara de falar.

-Bom, pensei em coloca-lo em um dos meios que pegarão comida na alimentis, já que uma de suas damas é de lá talvez conseguisse um lugar para ele ficar, além de ser o lugar mais longe do castelo. - Tilo disse.

-Isso é loucura, o rei irá procura-lo -Afonso respondeu quase que imediatamente.

-Os muros.
Uma voz disse de longe, quase que inaudível.

"Han?" Ouvi uma de minha damas falarem.
 
Me aproximei de seu Arnaldo e me ajoelhei para vê-lo.

-Não tem vida fora dos muros, vai morrer.

-Se eu continuar aqui também morrerei.

Relutei comigo mesma querendo acreditar que isso não era verdade,  mas sabia que ele tinha razão.

-Tudo bem. -respondi. -Vamos leva-lo para os muros -disse para que todos ouvissem. -Ainda se lembra da saída? - perguntei a seu Arnaldo que acenou que sim com a cabeça.

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Dividimos em grupos para não perceberem e evitar que desconfiassem.

Saí na frente com Julian e minhas damas estavam logo atrás da gente, eu e Julian estávamos cavalgando e tentando criar um assunto para que pensassem que estavamos apenas passeando sobre os olhos de minhas damas.
A saída de Tilo com Arnaldo foi a parte mais difícil, não poderiam passar pelos portões pois iriam perceber, não sei exatamente a forma que conseguiram sair, mas Afonso ajudou fazendo uma escolta para que não notassem nosso sumiço.

-Obrigada por vir, pensei que fosse se negar quando soubesse o que faríamos. - disse pra Julian enquanto cavalgavamos sentido aos muros.

-Se é pela sua felicidade, não tem como dizer não.

Quando passamos da vista do castelo decidimos cavalgar por duplas, dessa forma chegaríamos mais rápido ao destino, Tuani conduziu o cavalo e Luíse foi junto, eu fui com Julian.

-Isso tudo é muito arriscado, mas fico feliz em saber que sempre estive certo quanto a você.

-Como assim? - Perguntei

-Você tem um coração digno de uma rainha.

-Queria que nada disso fosse necessário.

-Mas é, e você fez o que achou certo. É isso que te torna tão diferente.

-Eu to arriscando a vida de todos,  não acho que tenha sido tão correto agora, não deveria ter envolvido vocês.

-Não entende. Uma vez você nos escolheu, nos confidenciou algo, acreditou em cada um e agora fomos nós que escolhemos te ajudar.

-Obrigada. -disse apoiando minha cabeça em suas costas.

-Como ele pretende viver em um lugar sem vida?- Tuani perguntou se aproximando do nosso cavalo.

-Não sei, mas o guarda Afonso tem razão,  meu pai o procuraria. Os muros são a única opção.

-Ouviram isso?-Luíse finalmente disse algo.

Todos olhamos para trás,  mas estava escuro demais para identificar o que era, cavalgamos o mais rápido possível e encontramos Tilo e Arnaldo esperando por nós.

-Conseguiram! - Disse me aproximando deles.

-Chegamos quase agora.

-Então seu Arnaldo, se lembra?
Ele foi caminhando para achar o seu caminho para liberdade, Tilo e Julian foram pegar os mantimentos que separamos para seu Arnaldo levar.

O barulho foi aumentando mas agora já conseguimos ver o que era... meu pai.

-Meninas, corram!

-Não! Não vamos te deixar sozinha

-Isso não foi um pedido, FUJAM AGORA!-Gritei

Elas não obedeceram.

-Fugindo Arnaldo? - Meu pai disse descendo de seu cavalo.

-Pai, o que está fazendo?

-Eu deveria fazer essa pergunta, não acha? O que vocês e meu prisioneiro está fazendo aqui?

-Ele não merece isso.

-Guardas!- Ordenou apontando para seu Arnaldo

-Não! - gritei quando o pegaram. - Pai, não faça isso, ele é inocente!
-É um traidor! Ajoelhem ele!

-Pai, não!!! -Os guardas nos seguraram

-Não queria fazer isso, mas não vejo outra alternativa. - Meu pai disse indo até seu cavalo e pegando uma espada. Me debati tentando fugir.

-Não! Nãão!- gritei

Eu estava em pânico, as lágrimas caiam como chuva.
Os olhos de Arnaldo encontraram os meus.

-Obrigado por me amar como filha.-ele disse chorando.

-Irônico, vai morrer olhando sua filha. -Meu pai disse virando ele para minhas damas.

-NÃÃÃÃO! -gritei quando meu pai arrancou a vida do homem que se tornou meu amigo e que um dia foi amigo dele.

Os guardas nos soltaram e foram embora com o corpo, fiquei caída no chão, meu coração parecia ter sido arrancado...

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Reta final da história, hein!! Esse capítulo foi bem difícil para escrever, mas tá aí.  O que acharam? Não esqueçam de votar, até quinta!! :)

Nova Era [Completo] -Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora