Capítulo 7

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-Eu não faço idéia, nunca mais vi minha filha. - respondeu Arnaldo com um olhar vago.

-Irei ajudá-lo se me der respostas.

Ele me olhou por um instante, parecia avaliar a proposta.

-Tudo bem.-Respondeu

Desde então criei um elo, tinha respostas que jamais ousaria em descobrir. Sabia que aquele homem tem mais conhecimento do que demostrava e agora eu sabia que tinha alguém que não teria segredos comigo.
Passei dias indo a casa de bonecas para conversar com seu Arnaldo, levava comida e algumas roupas para ele. Já não parecia mais aquele homem abandonado de algumas noites atrás.

Estava passando poucas horas no castelo e minhas desculpas passaram a ficar mais difíceis para inventar.

Em uma tarde estava indo ao mesmo lugar de sempre, caminhando com meu novo filial por um laguinho que tinha ali por perto.

-Você é diferente de seu pai. - Arnaldo disse

-Acho que devo agradecer.-Respondi enquanto nos aproximavamos da cesta que estava sobre um paninho, tinha preparado um piquenique. -Vou ver se acho umas frutas por aqui, não saia!

Ele apenas deu um sorriso e sentou-se para comer.

Fui caminhando na esperança de achar alguma fruta e senti alguém segurar meu braço.

-Ei!- tentei puxar meu braço me virando pra ver quem era.

-Calma, não vou machucar, alteza.

-Tilo? O que faz aqui?

"Ai caramba! Será que ele viu Arnaldo? Será que tem mais gente aqui? Preciso esconder Arnaldo antes que o descubram!" Pensei

-Voltei ontem a noite com os selecionados. O que vossa alteza faz aqui?

-Apenas passeando. - disse me afastando e andando na direção oposta de onde havia deixado seu Arnaldo.

-E o homem que estava com você?

Gelei, parei de andar e respirei fundo tentando inventar uma boa desculpa.

-O rei me mandou. - ele se aproximou, eu ainda estava de costas em choque. Fiz de tudo pra esconder os rastros, como desconfiaram? -Vossa majestade estava preocupado com sua ausência e pediu para que eu...

-Me espionasse?- criei força para responder algo.

-Não, essa não é minha função.

-Então o que faz aqui?

-Agora é o momento em que pede para eu não contar a ninguém?

-Por favor.

-Tenho que levar respostas ao rei.

-Diga que estou fazendo piqueniques e passeando pela floresta.

-Como desejar, alteza.

-Oficial, sei que esse é um pedido perigoso, jamais pediria para mentir para seu rei mas...
Não consegui terminar a frase, nada justifica o que estou pedindo.

-Em breve minha lealdade será sua alteza. Ainda mais agora que só restam seis selecionados.

O olhei assustada com a notícia.

-Seis?

-Sim, os que não passaram nos testes com a guarda foram eliminados automaticamente.

Eu queria perguntar se Julian tinha voltado, mas tive receio em saber a resposta.

-Então acredito que devo voltar ao castelo agora mesmo.

Ele apenas acenou que sim e começou a andar ao meu lado na direção do castelo, olhei para trás algumas vezes na esperança de que não tivesse mais ninguém por perto.

-Não é boa em manter pessoas em segredo. - Tilo disse caminhando comigo mas sem olhar pra mim.

-Como?

Ele deu um sorriso de lado e me olhou de um jeito acusador.

-O homem naquela casa.

-Não estou escondendo.

-Ah, é? Não pareceu, me enganei.
-Você é sempre sarcástico assim?

-Entendo vossa alteza, é nova e foi destinada a ter um casamento arranjado, não tem nem a opção de escolher. Merece descobrir o que é amor, mesmo que não possa viver com ele.

-Ah não! Você certamente se enganou. -tentei segurar meu sorriso, como ele pensou uma coisa dessa de mim?! -Ele é apenas um amigo. - Respondi

-Jura? Menos mal.

-Sim. E outro detalhe é que nasci para viver a seleção, sempre soube que minha vida seria assim, faço tudo com orgulho. Jamais quebraria a tradição.

Tilo pediu desculpas pelo comentário e a viagem até o castelo se tornou um grande silêncio e eu preferi dessa forma.

Quando chegamos vi muitas pessoas caminhando com pressa, Tuani também estava na multidão e assim que me viu se aproximou.

-Finalmente! Precisamos te preparar para o pronunciamento real. - ela disse já me levando pro quarto.

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Eu não fazia ideia de que pronunciamento era esse, não tinha nada marcado. Até queria perguntar as minhas damas mas elas estavam em silêncio, até Tuani que sempre foi animada estava quieta, sabia que tinha minha parcela de culpa nessa história.

Estava pronta no horário esperado mas pareceram horas naquele quarto silencioso.

Quando estava indo na direção da sacada aonde seria o pronunciamento decidi falar algo.

-Meninas, o que está acontecendo?

-Até onde sei nada demais, é apenas sobre a seleção. - Tuani respondeu sem um pingo de entusiasmo.

-Tuani, o assunto do pronunciamento não intervem a nós contar. - Luíse respondeu sem nem olhar para nós.

-Não era sobre o pronunciamento que eu perguntava. E desde quando essa regra se aplica entre nós? - perguntei um pouco brava. Sempre tivemos liberdade para falar de tudo, por mais que eu as tivesse afastado de algumas coisas isso jamais acabaria, pelo menos pensei que não acabaria.

-Desde que vossa alteza decidiu assim.-Luíse foi fria na sua fala o que me fez lembrar de minhas atitudes para mante-las longe.

Pensei em rebater, me preparei algumas vezes mas não dava.
Tudo que consegui foi abaixar minha cabeça e seguir o percurso.

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Nova Era [Completo] -Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora