Drugs & Blood

25 1 0
                                    




[N/A]: Oi, gente, tudo bem? Só vim avisar que se você sofre de depressão ou se machuca propositalmente, eu te aconselho a NÃO ler esse conto, porque não quero ser um gatilho para o seu sofrimento. Espero que gostem da estória ❤️. Bjos, Elize 💜


A bebida queimava minha garganta, mas eu não me importava. A droga me dava a sensação de que meu cérebro poderia derreter a qualquer momento, mas eu não me importava. Havia um casal quase fodendo do meu lado, mas eu não me importava. O vento gelado batia em meus braços nus, mas eu não me importava. Ela dançava no meio da pista ao som de Crying in the club da Camila Cabello, mas eu não me importava.

Ou eu fingia que não me importava.

Eu estava sozinha na varanda daquela enorme casa, bom, na verdade eu não estava sozinha, além do casal se comendo no sofá, havia mais umas cinco pessoas fumando ou bebendo ou se drogando ou qualquer outra porra, mas eu me sentia sozinha.

Você já se sentiu sozinho mesmo rodeado de pessoas que você conhece?

Pois eu já. Muitas vezes.

Uma dos meus dois meus melhores sumiu com aquele garoto bundudo. Provavelmente estavam fodendo em algum cômodo da casa.

O outro estava conversando animadamente com uma garota que o ignorava. Provavelmente queria come-la, mas não conseguiria, como sempre.

Traguei meu cigarro soltando a fumaça aos poucos e observando-a dissipar no ar. A noite era fria, eu admito que estava congelando e até tinha uma blusa xadrez vermelha de mangas longas amarrada na cintura, mas não iria vesti-la. Eu gostava de sentir o vento batendo contra o meu corpo.

Meu pulso coçava abaixo das pulseiras, mas eu ignorava, logo estaria sangrando novamente de qualquer forma.

A garota com os olhos cobertos pela franja olhou rapidamente para mim. Ela me deve achar uma maluca que só a secava, mas eu não tinha culpa de querer toca-la.

Ou eu tinha?

Ela sorriu minimamente pra mim. Dei um gole em minha bebida e dei de ombros como resposta. Eu sei o que ela queria dizer, esse sorriso foi uma pergunta silenciosa para saber se eu estava bem. Meu dar de ombros nada mais era um foda-se.

A baixinha voltou sua atenção para o garoto de cabelos castanhos que a chamava, talvez a perguntando por que tinha parado de dançar. Ela disse alguma coisa em seu ouvido e colou seus lábios nos dele.

Senti o líquido do meu estômago chegar a minha garganta e voltar para o seu lugar.

Como ela era babaca.

Apesar que não posso culpá-la, fui eu que a beijei primeiro e a influenciei a traí-lo comigo, então no caso, eu sou tão babaca quanto ela ou até mais, mas essa história já estava indo longe demais.

Eu odiava vê-la mentir e fingir ser alguém que não era apenas para manter as aparências de sua família. Ela sofria, disso eu sabia, chorava sempre quando estávamos juntas e se perguntava por que não tinha nascido em uma família melhor que a aceitasse como era.

A garota de olhos castanhos voltou a dançar com seu corpo colado no do seu "namorado". Eu queria ser ele nesse momento, queria poder colar meu corpo no seu sem preocupações, queria poder apertar aquela bunda espremida pela calça, queria poder beijar seu pescoço até que me implorasse para irmos mais além, queria sentir suas pequenas mãos se enroscando nos meus cabelos, queria sentir seus finos lábios contra a minha pele, queria sentir suas longas unhas contra minhas costas, queria ouvi-la gemer meu nome repetidas vezes. Será que quando transavam ela gemia meu nome?

What about the worldOnde histórias criam vida. Descubra agora