Premier Jour

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Voltei com mais um capítulo! Espero que gostem :)

Cheguei na faculdade já de noite, adentrei ao local e me dirigi ao meu quarto onde dividia com a misteriosa garota.
O quarto estava exatamente como eu havia deixado e parecia que a menina não tinha passado por lá até aquelas horas, cogitei a possibilidade dela estar em mais uma dessas festas de boas vindas a essa importante etapa, provavelmente estaria acontecendo no salão principal ou, talvez, na casa de um desses jovens populares.
Lauren não parecia ser muito chegada a festas e muito menos a pessoas no geral. Ela era muito quieta e parecia aquelas meninas que você observa de longe, troca pequenas palavras e acaba descobrindo depois de um tempo que ela é algo bem maior do que aparenta. Acho que Lauren poderia ser algo assim, e pra falar a verdade, até que estava disposta a conhecer-la e desvendar esse seu lado desconhecido, mas não sei se isso aconteceria.
Sentei na cama a minha frente e tirei o material que havia achado a pouco tempo atrás. O caderno que parecia ser um diário estava super desgastado e também molhado. Observei um pouco a sua capa e tentei abri-lo com um pouco de força e percebi que algo prendia as páginas umas às outras. Estava fechado com um cadeado pequeno que dava espaço para a entrada de uma chave singular e pequena. Praguejei mentalmente, e o guardei na gaveta ao lado de minha cama, pois no dia seguinte levaria o mesmo para que um chaveiro o analisasse e talvez seria útil para algumas de minhas fotos.
Em seguida, tomei um banho quente, acendendo uma de minhas velas como sempre e depois me deitei checando alguns e-mails e mensagens. Havia mensagens de Tori dizendo que havia chegado bem, de papai e de Dinah perguntando como eu estava, respondi todas elas e em seguida entrei em um sono profundo.

04:32 a.m

- Keana, as coisas estão complicando. Eu não consigo olhar para ela sem lembrar. Eu tenho certeza que ela é a garota. - parecia uma mulher falando ao telefone e havia suspiros do outro lado da porta. - Eu tenho pensado muito ultimamente, e acho melhor eu tentar esquecer tudo isso! As coisas já foram longe demais. - a mulher cochichava no corredor em frente ao meu quarto.

O clima estava tão frio que pensei que estivesse no meio de um monte de neve no Alasca. O quarto estava com as luzes desligadas. Apenas a luz que vinha do corredor e a pouca iluminação que vinha das luzes na rua refletidas nas janelas inundavam aquele ambiente. Agora, através das janelas eu podia ouvir um barulho de gaita tocando em tom rítmico e parecia que eu já tinha ouvido aquele som antes, era leve e estava em sintonia com o clima. A fumaça da neblina cobria todo o céu e as janelas estavam molhadas, pouco dava pra ver a torre iluminada.

A fechadura é puxada e a mulher jovem entra no quarto, com uma aparência um tanto quando cansada, suspira, entra no banheiro e fecha a porta vagarosamente. Era Lauren. Que diabos essa menina fazia na rua até esse horário? Acho que ela não sabia que amanhã teríamos aula! Com os olhos pouco abertos, vejo a pequena luz amarela vinda do banheiro e pequenos suspiros saírem de lá, acho que ela estava chorando. Me preocupei mas optei por não interferir em nada e nem em tentar ajudá-la, já que a menina tinha sido tão rude comigo manhã passada.

Barulho de box se abrindo e em seguida da água do chuveiro caindo no chão. O ar frio embaraçava a janela, o canto da neblina e o doce som da gaita faziam de música para os meus ouvidos e dava para ouvir do andar de baixo pessoas conversando enquanto se embebedavam toda a madrugada.
Passei os dedos sobre minha pele e notei que estavam gelados demais.

-Droga! Esqueci de ligar o aquecedor! Camila você é muito esquecida! - Provavelmente acordaria congelada se esperasse mais duas horas.
Levantei da cama com os pés congelando e procurei o controle do aquecedor, ligando-o seguidamente. Ouço a porta se abrir e a menina tão desconhecida por mim me fita parecendo me analisar. Lauren estava com cabelos molhados, um roupão e olhos avermelhados como se estivesse em seu pior dia. Duas coisas poderiam ter acontecido, ou ela havia fumado por toda a noite em uma dessas festas ou algo muito ruim teria acontecido que a fez chorar em todo esse tempo.

The Last Train To Paris Onde histórias criam vida. Descubra agora