Perfeição (Degustação)

Capítulo 5

Oi, gente!

Sentiram minha falta? Depois de uma semana atribulada e vocês cheias de curiosidade sobre o que vai acontecer com esse casal, estou de volta... Deixamos Andreia cheias de sentimentos e dúvidas que ela não sabe como lidar, um confronto entre a mulher que se tornou e a que deseja ser... O que sairá desse embate interno? Eu sempre digo que o nosso maior aliado e o pior inimigo residem em nós, em nossos reflexos. E assim como vocês, torço para que essa amada protagonista encontre a própria redenção para amar sem medo.

Eu queria dar um presente para vocês hoje, pelo carinho que estou recebendo nesta plataforma maravilhosa. Mas não vou dar capítulo extra - MUA-HA-HA #risadamaligna... O que fiz é, de hoje até sexta-feira (dia 19 de outubro), colocarei GRÁTIS na Amazon o Senhora da Vingança, um dos meus livros mais recentes, cheio de erotismo e suspense. Para quem leu o Arma de Vingança, minha obra de estreia, tenho certeza de que irá gostar das surpresas que preparei nesta nova história. Então quem quiser passar de lá e baixar o seu, fique à vontade e depois me contem o que acharam: https://goo.gl/V4quYz

Bom, agora vamos voltar a essa jornada de autodescoberta. Espero que gostem.

Abraços de urso,

Danilo Barbosa

CAPÍTULO 5

Quem sou eu?

Abro o chuveiro ao máximo e desligo o aquecimento, deixando que a água esfrie. Quero que cada gota doa, me congele, acabe com essa sensação febril que me invade o corpo. Tremo, os lábios batem, me encolho, mas não sei se aquilo que me predomina é o frio ou o desejo, a cabeça ainda aprisionada nos momentos passados há pouco. Naqueles lábios que me tomaram em grandes goles, a mão gentil e possessiva, capaz de me prometer loucuras. E a voz, rouca, que me fez promessas, que me disse verdades...

Como alguém, quase um desconhecido, com um único beijo, me deixa desse jeito? Que loucura é essa que Caio produz em mim, pegando todos os meus cacos e tomando entre as mãos sem que eu espere? E num gesto, os assopra pelo vento, fazendo com que eu tome novos rumos, crie asas e esqueça o que já fui... Como posso fazer isso, se ainda insisto em me limitar, se me apavoro diante da possibilidade das dores que o amor pode me causar? Brota em mim um medo desconhecido, o peito acelerado, a noção de saber que mais uma vez perco o controle da própria vida, devido ao meu desgraçado coração. Ao me ver sozinha, eu quero fugir, abandonar tudo e me proteger. Mas sei que será impossível. Sou cordeiro condenado ao sacrifício, mosca atraída pelo mel. A criança esfomeada que deseja se lambuzar com todo aquele chocolate, mesmo sabendo que poderá passar mal depois...

Por mais que tente bloquear a atração enlouquecedora que sinto por Caio desde a primeira vez que nos vimos, falho. É como se, ao estender a mão para mim naquela estação de metrô, ele invadisse a fortaleza solitária em que me enclausurei, rompendo o dique que construí com as mágoas de meu ex-relacionamento, para conter os ideais de paixão. Até aquele dia, pareceu tão seguro. Passei os dois anos escondida da vida, amortecida, me impedindo de sofrer – na verdade, de sentir qualquer coisa que pudesse me levar ao fundo do poço que fui jogada anteriormente. Sempre pensei que seria capaz de antever o próximo golpe, a suspeita de algo que me tiraria dessa falsa estabilidade.

Como estava enganada.

Saio do chuveiro, trêmula. Me seco e a toalha parece irritar a pele, sensível. Mas esse incômodo não me faz hesitar. Passo com mais força o pano sobre mim, deixando que os braços e o quadril fiquem vermelhos, percorro o rosto e a cabeça com sofreguidão, na esperança de que, ao me fitar no espelho, eu veja outra mulher, sem passado, disposta a viver as próprias vontades e anseios sem hesitar ou temer nada. Faço isso até que lágrimas me saíam dos olhos, furtivas e cristalinas gotas de frustração. Para uns, o maior medo é o de viver sem se apaixonar. No meu caso, é de que volte a amar alguém novamente, da entrega que esse sentimento oferece. Pois ao entregar o coração nas mãos de outra pessoa, ela pode admirá-lo e respeitá-lo, ou simplesmente oferecê-lo como refeição aos lobos.