#Confissão 3

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Antes de comentar o capítulo de hoje, eu gostaria de agradecer o carinho de todos vocês. Está sendo ótimo compartilhar a história da Andreia com vocês. Estamos com quase 2 mil leituras e sei que isso vai crescer cada dia mais. Por isso, conto com vocês. Se está gostando da história, comente com os amigos. Vamos fazer barulho!

Outra coisa, é comentar que estou muito feliz com a novidade que pude divulgar nas minhas redes ontem: uma de minhas obras, Selvagens, em parceria com a escritora Sue Hecker, será publicada pela Editora Pandorga! Então, em breve, todos poderão ter o sensual Tarso em suas estantes. E para quem não conhece as minhas obras, fica mais uma oportunidade...

Bom, agora vamos ao que interessa: todo mundo ansioso por saber quais serão as cenas desse próximo encontro, não é mesmo?

Mas como eu sou o malvado favorito de vocês, tenho uma boa e uma má notícia para dar. A primeira é que antes de vocês verem a continuação desse misterioso encontro, Andreia tem mais uma confissão a fazer.  E juro que se vocês não soubessem que o Marcos se tornaria um cara digno de vilão da novela das 9, acabariam caidinhas de amor por ele.

Antes de desejarem me fuzilar, calma que tenho uma coisa boa para falar também. Como essa semana tem feriado, e amo vocês, vou colocar dois capítulos nessa quarta-feira... Então não precisam ficar ansiosas até sexta, a postagem hoje será dupla e saberão tudo o que ocorreu depois que Andreia se deparou com aquele homem que a perturba e a provoca tanto.

Mas antes, vamos desvender o passado para entender o presente.

Boa leitura,

Danilo Barbosa



CONFISSÃO # 3

Como acreditei que havia encontrado o meu mundo em seus braços?

Poderia afirmar que estava cega, vinda de uma existência emocional imbecil, pontuada de acontecimentos breves de felicidade. Talvez inventar desculpas de que aquilo que buscava nunca havia presenciado, já que o exemplo que tido dentro de casa era, no mínimo, desastroso. Talvez até afirmar que a tola, a romântica que existia em mim deixou-se aprisionar no exato instante em que você me sorriu e se declarou em falsos gestos de amor. Mas o fato é que não fui diferente dos demais tolos e sonhadores seres humanos, mergulhados em ideais que nunca se cumprirão, sempre dispostos a fugir das grandes verdades e se apoiar na doçura das pequenas mentiras, na ilusão do que poderia ter sido...

Mas naquela noite ainda estava longe de descobrir isso... Cada instante em que passamos juntos naquela festa, conversando e trocando olhares, você foi o homem romântico que sempre desejei. Parecia saído de um sonho, todo respeitoso e gentil, construindo o clima e a tensão necessárias ao nosso redor. Distraidamente, as mãos se tocavam, os braços se roçavam, provocando arrepios, deixando a boca seca. Era como se ambos tivéssemos o receio de que, quando nos beijássemos, o encanto pudesse se quebrar.

Saímos daquele ambiente barulhento e fomos para a calçada. Sentados no chão, com as costas em uma árvore, ficamos apenas ali, conversando... Como se isso bastasse. A simples e sutil companhia um do outro. Divagamos sobre os mais variados temas, com novas latas de cerveja na mão conforme as antigas iam se esvaziando, ombros encostados, risadas que se completavam, divagações que excitavam a mente, que se encantava pela beleza proveniente da inteligência.

As horas se passaram e mal parecíamos perceber isso. Mencionamos o tudo e o nada de nossas vidas. Palavras saíram sobre o tempo, arte, experiências pessoais e coisas bobas do dia a dia. Marcos, me lembro de como falou sobre suas irmãs cheio de orgulho, assim como o amor de seus pais... E aquilo fez o meu coração derreter.

Pensei por um momento que queria ser parte daquilo.... E como se lesse meus pensamentos, você me olhou, e todo o discurso que ensaiava falar, só para passar mais um pouco do seu lado, perdeu o sentido. Me vi refletida em seus olhos e parecia tão linda, disposta a amar e ser amada, que não hesitei. Me aproximei de você disposta a ser beijada se assim quisesse.

Para minha surpresa, você abriu ainda mais aquele sorriso, que eu achava ser impossível ficar mais lindo. Deixei que seus lábios tocassem uma das minhas bochechas, e depois a outra, parando, por fim, sobre a minha testa, escorregando até a ponta do nariz. Ainda me pegou pela nuca, com gentileza, e deixou que nossas bocas quase se roçassem.

"Não vou te beijar, Andreia... Pelo menos não hoje...."

Hesitei, tentei me desvencilhar, achando que tinha feito algo para desagradá-lo. Mas você se manteve firme, disposto a me prender ali.

"Eu tenho certeza de que encontrei a pessoa certa. Tanto que só vou provar da sua boca quando aceitar ser a minha namorada..."

Por um momento, parei, sem saber como reagir diante daquelas palavras. Era difícil discernir se o que tinha era um excesso de confiança, uma insanidade velada ou um impulsivo ser romântico. Por isso, recuei por um momento, e ainda com os olhos fixos nos seus, o desafiei.

"Acha mesmo que vou me apaixonar perdidamente por você em uma noite?"

"Não... Você não é como muitas pessoas que conheci, que se apaixonam as duas horas, imaginam a vida com o outro as quatro e já desejam se divorciar as seis. Nem eu sou assim, Andreia."

"Mas concorda que sua tentativa de me conquistar passa longe da normalidade?"

"A rotina e o racional saem correndo quando o coração toma a frente. Mas fique tranquila. Eu quero te conquistar aos poucos, sem pressa, de uma forma deliciosamente lenta... De um jeito que quando te pedir para ser minha, você aceite sem qualquer dúvida ou receio".

"Está certo disso?"

"Espere para ver...."

Naquela noite, e nos dias seguintes, você me transformou em uma voyeuse, onde sentia a sua presença e ansiava por ela, sem tê-la. Nana dizia que aquilo era loucura, repetia incontáveis vezes que não suportaria a ideia de um homem que a temperasse sem comê-la, e eu ria, o rosto vermelho, imersa em flerte, pensando em como seria aquele corpo nu a enroscar-se no meu. Questionava se os seus mamilos eram róseos como os lábios, se arrepiariam quando eu os tocasse... Me roçava pelos cantos, solitária, a receber presentes, flores, pensando em qual delas residiria o cheiro agridoce dos pelos descendo abaixo do umbigo. Comia os chocolates e ouvia a voz no celular, a brincar e jogar comigo, conquistando-me, pedindo pelo gosto do seu beijo, para ouvir sobre coisas secretas que só os casais sabem.

Ao se negar em me tocar e me enaltecer com o romantismo dos amantes clássicos, você deixou que a minha imaginação se povoasse, deu asas a minha imaginação, fez que eu desejasse ser sua antes de sê-lo. Conduziu-me com migalhas, boba que era, até o meio da floresta, para que fosse entregue em sacrifício. E mesmo quando o fogo me pareceu alto demais, que a razão gritava que eu poderia me machucar, eu me deixei queimar.

Naqueles primeiros meses, como eu te amei, Marcos. E ao seu modo, sei que retribuiu com igual intensidade.

Pena que durou tão pouco... 



E aí,  Marcos é um danado de um homem envolvente, não é mesmo?

Vamos ver o que ele nos reserva nos próximos capítulos... 


Perfeição  (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora