Capítulo 1

55 2 5
                                    

Tudo começou quando eu levei uma detenção. Espera, não me julguem isso nunca foi de acontecer comigo, normalmente sou bem quieta. O problema é que o senhor Castro, me deu nota 9,5 em vez de 10. Ele é meu professor de inglês, não vai muito com a minha cara. Ele tirou 0,5 da minha prova por que eu esqueci de pôr ponto final na resposta da segunda questão (sim ele repara todas esses detalhes). Como eu disse que costumo ser bem quieta, dessa vez não consegui me manter calada e acabei gritando com ele na frente da turma toda, lógico que eu saí como heroína por enfrentar o professor mais rabugento da escola, mas em troca recebi uma detenção de um dia ( era para ser uma semana de acordo com ele mas como eu recorri a diretora Brown ela achou um grande exagero e me deixou por apenas um par de horas).
Qualquer aluno iria odiar ficar depois das aulas e aguentar duas horas apenas sentado em uma cadeira dura e desconfortável ouvindo o tic tac do relógio na parede, bom, se eles queriam mostrar que a detenção é ruim eles conseguiram. Só que aí eu tirei a sorte grande por que foi nesse exato dia que eu conheci Vinícius Ryan.
Aí você me pergunta: O que tem de mais nisso?! É só um garoto.
E eu te respondo: Não! (Com ponto de exclamação para fazer ênfase) Ele era O Garoto.
Depois da sala da diretora o sinal da última aula do dia tocou e eu fui direto pra sala da detenção com cara de cocô é claro. Não tinha ninguém além do professor Pascal que vigiava os alunos.
Dei um aceno de cabeça pra ele que me olhou surpreso e sentei.
Tirei meu caderno de desenho de dentro da bolsa e comecei a fazer um esboço qualquer.
Alguém entrou e falou com o professor, eu reparei que a voz era masculina mas até então eu não tinha olhado quem era, foi quando o garoto passou do meu lado e se sentou. Não sou mal educada, assim que ele se sentou eu resolvi erguer a cabeça do caderno e cumprimentar o garoto.
Aconteceu como naquelas cenas de filmes que tudo para e só existe você ali observando o que tá acontecendo, (posso está sendo um pouco exagerada mas logo você conhecerá quem é o dito cujo) com certeza meu coração errou uma batida quando ergui a cabeça. Ele percebeu que eu o estava encarando.
– Eae! - ele disse, mas eu não conseguia fazer nada além de ficar encarando embasbacada.
– Tem alguma coisa no meu rosto ? - ele disse outra vez passando a mão no rosto como se algo estivesse errado.
Resolvi que o transe tinha que passar, afinal não podia passar uma imagem de tão trouxa.
– Não tem nada no seu rosto... Viajei.
Só isso que me saiu da boca por que parecia que eu tava empacada.
– Entendi... Me chamo Vinícius... Pra ser mais exato Vinícius Ryan.
– Me chamo Briana Montez.
Ele assente e vira pra frente.
Algo nele faz eu querer soltar fogos de artifícios ,(tenho certeza que vocês também ) ele é de pele clara, cabelo escuro, mas ainda não reparei na cor dos olhos.
– Então o que você fez pra estar aqui? - ele pergunta.
– Gritei com o Castro. Por causa de uma nota. Acredita que ele teve coragem de me dar 9,5 em vez de 10,0 por causa de um ponto idiota ?!
Faço cara de indignada pra encenar.
– Sério? Não consigo tirar nem 9,0 nas provas dele, e você chorando por que tirou 9,5? Nerd .
Ele sorri, nosso Deus, ele tem o sorriso mais lindo que eu já vi, sinto vontade de dar parabéns a ele por isso.
– Não sou nerd. Por que o clichê nerd é usar óculos e amar RPG e nem de vídeo game sou fã.
– Você ficaria linda de óculos.- ele me encara.
Eu fico toda sem graça e de repente damos gargalhadas.
Até então tínhamos esquecido a presença do professor na sala então ele limpa a garganta se levanta e vai rumo a porta e para antes de sair.
– Continuem o papo de vocês. Vou ali no pátio fumar. Se der a hora me esperem pra vocês assinarem os nomes.
Assentimos, e voltamos a conversar.
– Nunca tinha te visto por aqui, você é de qual turma? - diz com o dedo pressionando o lábio inferior.
Não faz isso comigo garoto.
– Sou da sala 6B. Tô fazendo Artes e confeitaria. E você?
– Hum... Minha sala é a última do segundo corredor, a 21B. Tô fazendo educação alimentar e decidindo qual será o outro curso. Por enquanto educação alimentar tá de bom tamanho.- ele fica pensativo. – Você namora ?
Caraca que assunto mais aleatório Vinícius.
A minha cara é um pimentão nesse exato momento. Ele percebe.
– Não, por quê? - não poderia perder essa.
– É que se você tivesse namorando a gente podia fazer um encontro de casais.
Quê?
– Não entendi.
– Hum... Eu namoro a Larissa Santini. Acho que você conhece, todo mundo conhece - sorri parecendo um bobo.
Larissa Chatini? Que grande merda.
Só para vocês saberem a Larissa Santini é uma daquelas garotas lindas e perfeitas, as populares, eca. Só que ela não é aquela malvada que anda no meio e aterroriza as mais feias e menos populares, ela é aquela que anda do lado dessa. Ela é meiga e simpática. E é boa com todo mundo. Daí vem a minha raiva dela.
Ranço descreve melhor o que eu sinto por ela. E nem tem a ver com o Vinícius, por que até então eu nunca tinha visto os dois juntos argh!
Conheço sim.- infelizmente– A gente era da mesma turma no fundamental.
– Ah... Pois é.
Daí se instala um silêncio estranho e desconfortável. Que é cancelado pelo meu celular apitando com um SMS.
#Mãe
A diretora me avisou sobre a detenção que coisa chata. Aquele professor é ridículo. Quando acabar aí vem direto pra casa.😘
Eu e minha mãe moramos sozinhas desde que o meu pai foi embora de casa quando eu tinha cinco anos. Ele bebia muito e eles não deram certo. Ela sempre foi muito independente, saiu da casa dos meus avós com 18 anos e veio morar na Califórnia. Ultimamente ela tem andado namorando alguém mas isso é história pra uma outra hora.
###
Ok logo logo estou aí .😘
Olho no relógio da parede e falta apenas 40 minutos pra acabar a detenção. E como eu não sou boba nem nada vou dar uma espiadinha nesse gato do meu lado. Ele tá com um jeans azul surrado, que tá marcando as coxas grossas dele e uma camiseta preta com um desenho de caveira, um colar de prata bem fininho com um pingente de L.
Affu lógico que garotas como a Larissa Santini gosta dessas coisas.
Ele se vira e não dá tempo de eu disfarçar a cara de pau então faço cara de quem estava apenas olhando pra um ponto fixo atrás dele.
– Parece que o tempo nem tá passando gatinha. - dá uma conferida no celular e se volta pra mim. – Vou perder o treino de futebol.
Gatinha??? Sim sou eu hahahahah
Pois é... E eu mal vou ter tempo de almoçar e vou ter que ir direto pro trabalho...
Eu trabalho em uma lanchonete bem conhecida na cidade, lá no Wyn Burg's. Lá é muito conhecido pelos milk shakes variados e a batata frita.
– Você trabalha aonde?
– Wyn Burg's.
– Sério? Nunca te vi lá. O milk shake de lá é coisa de outro mundo.
Lógico que não me viu, ninguém me repara em lugar nenhum.(drama)
Sim... Acho que nunca te vi lá também não... Costumo ter muito trabalho.
Até por que se eu tivesse visto nunca mais iria esquecer aaaaa.
Agora faltam apenas 23 minutos pra acabar a detenção. Mas eu sinceramente não quero que acabe, eu poderia ficar anos aqui (exagero) só olhando pra ele sorrindo.
Depois de mais silêncio desconfortável o professor chega, e o cheiro de cigarro junto com ele.
– Assinem seus nomes e podem ir embora galerinha, por que eu estou morrendo de fome e não falta tanto tempo assim pra acabar isso aqui.
Isso sim que é um professor maravilhoso! Todo apoio.
Eu sou a primeira a levantar pra assinar o nome, é um tipo de controle que eles fazem pra que o aluno compareça a detenção.
Assino com uma caligrafia mais ou menos e Vinícius só faz um rabisco. E vou saindo.
– Ei ? - ele diz – Me espera.
– Ok. - minha surpresa tá óbvia né.
Caminhamos devagar pelo corredor, até por que se a gente correr pode ficar mais dias na detenção.
– Seu cabelo é bonito demais posso pegar!
Assim??? Do nada. Me mata não Vinícius.
Am.... Obrigada?!Pode sim.
Chegamos a porta principal de saída.
– Er.... Eles me lembram animais selvagens. E você parece ser uma gatinha bem arisca. - ele fala com um olhar divertido.
Definitivamente isso foi pra me deixar maluquinha. Meu rosto tá queimando feito brasa. Eu o vi pela primeira vez hoje mas parece que já faz anos que o conheço.
– Você me deixa sem graça assim.- muito sem graça.
Vinícius coloca a mão no meu cabelo e por um instante a gente viaja um nos olhos do outro. Eu quebro o contato pra situação não ficar mais estranha.
– Foi um prazer conhecer você Briana. Até a próxima gatinha.
Ele faz um aceno e um sorriso bonito e me deixa mais uma vez, lá , parada embasbacada.
– T-tchau - digo gaguejando - o prazer foi todo meu.
A última frase eu digo tão baixo que só eu escuto.
– Eu sei gatinha.
Quê? Ele escutou, droga, pare de mecher com o garoto Briana ele é comprometido com a Chatini blâaar.
Ele sai e eu fico lá parada até me ligar que eu tenho que ir correndo pra casa. Mas lógico que eu não podia deixar de notar aquela bunda redondinha dentro da calça jeans.
Não sei se sou apenas eu que tenho uma coisa por bunda de homem, mas eu com certeza poderia fazer um álbum exclusivo da bunda do Vinícius Ryan.
Vou andando rapidamente pra saída do estacionamento da escola e vejo o Vinícius entrando no carro de alguém. Um homem muito parecido com ele, só pode ser o pai dele. Continuo andando pela avenida até que um carro para ao meu lado, o primeiro impulso é correr mas eu não corro.
– Ei?- Vinícius me chama - Onde você mora? Quer uma carona pra casa ?
– Moro na Los Santos.
Ele dá uma olhada pro pai dele e o pai assente.
– Entra aí gatinha.
Gosto muito quando ele me chama de gatinha parece ser algo só nosso.
Puxo a porta de trás e entro. O pai dele me olha de soslaio pelo espelho.
– Você parece muito com alguém que eu conheço.- diz o pai pensativo e o Vinícius fica curioso.
– Quem?!
– Ninguém... Acho que só me confundi - diz ele para o Vinícius que parece mais confuso ainda. - Você pode me apontar a sua casa? - entramos na minha rua.
– Posso sim. Depois daquela casa amarela ali.
Paramos e de repente o pai do Vinícius tem um olhar estranho pra minha casa. Como se já conhecesse. Que doidera. Abro a porta do carro e vou saindo ajeitando minha bolsa no ombro.
– Tchau Briana.
– Tchau.- aceno para o Vinícius.
O pai dele acena para mim. Retribuo e corro pra dentro de casa. Vou a cozinha dou um beijo no rosto da minha mãe, jogo a bolsa em cima da cadeira e já vou pegando um prato no armário. Coloco a comida e me sento no balcão em vez da mesa.
– Não precisa comer tão apressada menina, vai vomitar tudo depois nessa pressa.
– Relaxa mãe, aqui é ninja.
Ela sorri e me dá um beijo na testa.
– Tô indo pro trabalho tá, se não perco o ônibus... Talvez semana que vem a gente vai em uma concessionária comprar um carro tô cansada de ir de ônibus e aquele dinheiro do banco já está lá a muito tempo.
– Acho uma ótima idéia, assim a senhora pode me levar pro trabalho já que não vai precisar sair daqui mais cedo. Me buscar na escola seria ótimo também.
– No trabalho eu até levo, agora, na escola?! Sério?! São só quatro quadras da pra vir a pé, cria vergonha. Tchau, deixa eu ir logo. Te amo.
– tchau, também te amo.
Sorrio pra ela enquanto ela sai colocando a bolsa no ombro.
Depois de comer lavo a louça e pego minha bolsa, decido que vou guardar o resto da comida depois que eu me arrumar por que ainda está quente pra pôr na geladeira.
Quando chego no meu quarto vou me apressando jogando o tênis dentro da sapateira e as meias no cesto, vou calçar outro tênis mais novo pra trabalhar já que meu all star de ir pra escola tá todo velho. Tiro meu diário de dentro da bolsa e guardo na gaveta com tranca. (Sim tenho um diário)
Tiro minha roupa e coloco a toalha, meu quarto não tem banheiro e aqui no andar de cima o único banheiro que tem é no corredor.
Tomo um banho rápido já que eu tenho que estar no trabalho 14:30 e já são 14:09 e eu sou muito enrolada. Espero que a Devlin não fique estressada por ficar uns minutos a mais. Devlin é uma menina que trabalha lá no Wyn Burg's a mais tempo que eu ela é filha do meu chefe.
Visto o uniforme e pego minha bolsa de ombro e o celular e desço, coloco as comidas na geladeira, tranco a porta e vou rumo ao Wyn.
Chegando lá falta apenas dois minutos pra 14:30 e eu corro pra dentro. Como de costume está lotado. O pessoal da faculdade sempre vai almoçar lá.
Vou até o cômodo onde fica o meu armário para guardar minha bolsa, tiro o celular e os fones de dentro e guardo.
Devlin está atrás de mim tirando o avental quando me viro para sair.
– Sua mãe me disse que você pegou detenção. Milagre - tira sarro de mim - como foi sua primeira vez no inferno ?
– Maravilhoso... - digo me lembrando do Vinícius sentado do meu lado.
– Quê? Não entendi, quem gosta de detenção?!
– É que tinha um menino muito lindo lá. Só que ele namora com a sem sal da Larissa Chatini.
– Chatini? Não era Santini?!
Rimos juntas.
– Sim... Mas você sabe eu nao suporto aquela cara de bosta dela.
– Sim eu sei... Que droga em. Nem sabia que a garota namorava ela parece uma freira.
– Eu também não sabia, nunca vi ela na escola com ele. Enfim... Deixa eu ir antes que seu pai apareça e veja o balcão sem ninguém pra atender.
– É verdade. Mas sua mãe já avisou que você ia chegar um pouco fora do horário por causa da detenção.
Caraca mãe, avisou pro carteiro também?
– Minha mãe é ótima.
Sorrio e vou pro balcão. O movimento já diminuiu um pouco, então eu vou limpar as mesas e retirar os copos pra Royal lavar. Ela é a outra funcionária daqui junto com o Andrew que é o nosso entregador.
Coloco todos os copos e taças dentro de uma bacia e deixo na cozinha.
– Eae ? - digo pra Royal que está concentrada fazendo cachorro quente pra almoçar.
– Hey... Briana... pode fazer um bolo pra minha filha? Amanhã é o aniversário dela e eu sei que você é ótima com bolos. Eu te pago.
A Royal tem apenas 22 anos e já tem uma filha de 4 anos e que amanhã fará cinco. Ela foi mãe muito jovem e os pais dela chutaram ela pra fora de casa e ela está morando com o noivo que coincidentemente é pai da sua filha. Menos mal né, tem caras que não assumem e ainda por cima somem. A sorte dela é que o Peter(noivo) a ama muito.
– Posso sim. E nem precisa me pagar, vai ser um modo de eu testar minha nova massa fofinha.
– Muito obrigada você é um anjo.
– Eu sei. Agora deixa eu ir arrumar a bagunça das mesas.
– Ok.
Saio da cozinha e coloco uma música no meu celular. Nesse momento eu quero escutar Coldplay - Viva la vida , nada que uma música boa e animada para começar a trabalhar .
#####
O dia corre normalmente, atendo alguns clientes durante a tarde mas nada alarmante. Arrumo as mesas no final do expediente e me preparo para ir embora pegando minha bolsa no armário. Dou tchau pra Royal que também está se preparando pra ir embora e vou rumo a minha casa, já que é o Andrew que é encarregado por fechar a lanchonete.
Chegando em casa abro a porta, subo pro meu quarto e tiro meu uniforme e vou tomar um banho antes de esquentar a comida da janta.
Depois de banho tomado visto uma roupa confortável e vou pra cozinha, esquento as comidas do almoço, como um pouco e ligo a TV pra me distrair enquanto faço o bolo pra Royal. Pego todos os ingredientes e coloco sobre a pia.
Enquanto estou batendo a massa na batedeira minha mãe chega.
– Eae, como foi seu dia ? - pergunto pra ela.
– Cansativo. Mas estou feliz.
Ela tem um brilho diferente nos olhos.
– E esse brilho nos olhos? De andar de ônibus que não é hahaha.
– Lembra que eu disse que estava saindo com alguém? Então, hoje ele me levou flores no trabalho.
Que cara romântico!
Lembro sim... Que romântico. E o que você está pensando disso tudo?
– Não sei... - pensativa ela vem sentar no banco do balcão enquanto eu unto a forma. - Ele é casado.
Caracaaaas!!!
– E você tá saindo mesmo assim com ele?
chocada !
– Ele disse que deu carta de divórcio pra esposa, mas ela não quer aceitar e ele não sabe o que fazer.
Essas esposas malucas arruínam tudo!
– Fala pra ele chamar um advogado, sei lá, ir na justiça.
– Ele vai fazer isso, eu acho... Eles tem um filho, o garoto provavelmente vai ficar com ele, por que a mãe é meio pirada.
Tadinha da criança.
– Bom, não sei o que esse cara tá passando mas se ele gosta de você e te faz bem e tá se divorciando então ótimo.
Coloco a massa na forma e ligo o forno. Coloco o timer pro bolo não queimar e sento do lado da minha mãe.
– Ainda bem que eu tenho uma amiga como filha, pra conversar comigo. Por que aquelas do meu serviço só sabem fofocar.
– Pode sempre contar comigo dona Valéria. E obrigada por dizer a todo mundo que eu peguei detenção hoje.
Rimos juntas e ela me dá um abraço apertado.
– Não queria que o Wyn brigasse com você por chegar atrasada. Vou tomar um banho e jantar. Pode ir dormir que eu tiro seu bolo do forno.
– Pode deixar, eu vou assistir alguns episódios de I love so beatiful enquanto faço o recheio e o chantilly, quero que esteja tudo pronto pra quando a Royal vir buscar amanhã.
– Ué, por que você está fazendo um bolo pra Royal?
– Amanhã é o aniversário da filhinha dela.
– Ah tá. Vou subir então.
Depois de quatro episódios o bolo já está pronto e eu estou desenformando enquanto o chantilly está ficando no ponto na batedeira.
A minha escola, não é uma escola normal. É como se fosse uma faculdade, mas é uma escola de ensino avançado com vários cursos para as pessoas com habilidades específicas. Por exemplo eu gosto muito de desenhar e pintar então me candidatei para artes, só que o meu talento nato é a cozinha, então eu faço o curso de confeiteiro. Já terminei o ensino médio, e assim que acabar meus estudos na Brown High eu vou montar meu próprio negócio de bolos. Só para que não haja dúvida eu tenho 19 anos.
Vou acabando de decorar o bolo, minha mãe ja banhou e está jantando.
Penso como seria eu passando esse chantilly no corpinho sarado do Vinícius. Que pensamento aleatório nossa.
Aquieta Briana, o garoto tem namorada. Huum... Mas só sonhar não tem problema né?
Guardo o bolo na geladeira e desligo a TV. Dou um beijo de boa noite na minha mãe e vou escovar meus dentes antes de dormir.
Depois que escovo os dentes mando uma mensagem no WhatsApp avisando a Royal que o bolo já está pronto e aproveito pra responder outras mensagens.

Devlin
Amanhã vai ter um jogo dos garotos da escola. E depois eles vão lá pro Wyn Burg's. A diretora acabou de informar. 16:46

Então vai estar lotado lá e preciso que você se prepare. Vou fazer o turno junto com você beijos. 16:47

Beleza. 21:12

Olho as mensagens do grupo da família e mando boa noite. Depois desligo a internet e me preparo mentalmente para dormir. Pensando no Vinícius e naquela bunda redondinha dele. Abrindo a gaveta do criado mudo com uma pequena chave, avisto meu diário

Querido diário

Hoje dia 18 de outubro 2018 eu peguei detenção, sim, aconteceu, chinguei o Castro de sem renda, mas o que o Castro não sabia é que ele estava era me ajudando a conhecer um gatinho. Vinícius Ryan, o garoto gostoso, ele tem um sorriso brilhante e a boca dele é rosada, assim que eu bati o olho nele já achei que poderia ser o amor da minha vida (sim, eu sou do tipo que gosta de exagerar um pouco com esse negócio de amor a primeira vista), ele disse que eu sou uma gatinha selvagem . Não se empolgue ele tem namorada. Nunca tive sorte com garotos. O pior de tudo é que é a Larissa Chatini, sim, aquela bruxa, será que ele não poderia ter uma namorada menos bonita pra eu me sentir melhor?! Não, com certeza não. Ela cortou um pedaço do meu cabelo na terceira série, lembra? Disse que ia fazer uma peruca cacheada pras bonecas dela. Vagabunda. Eu poderia fazer uma peruca com a língua grande dela naquela época mas a professora tomou a tesoura de mim , me parece que sou um pouco rancorosa por ainda lembrar disso e ficar com raiva. Fiquei um bom tempo só de trança raiz por causa disso. Agora o destino põe essazinha na minha vida outra vez ( quer dizer, estudamos na mesma escola mas eu não sou obrigada a ver a cara dela tão frequentemente como quando crianças) Não importa que eu só vi ele uma vez, fiquei obviamente mexida. ok vou dormir agora que amanhã tem aula diário. Beijinhos.

Me Apaixonei Pelo ErradoOnde histórias criam vida. Descubra agora