Minha mãe está me observando enquanto eu balanço a colher de um lado para o outro dentro da tigela de cereal. Me sinto vazia esta manhã.
– Não precisa ficar aqui fazendo sala se não está com fome.- minha mãe disse e puxou a tigela da minha frente.
Suspirei e me levantei.
– Me desculpe. Vou pegar minhas coisas lá em cima por que senão, vou chegar atrasada.
Mamãe olhou no relógio e se voltou para mim.
– Não vai não. Ainda são seis e meia e você vai de carro não tem porque ficar preocupada.
Eu ainda não tinha dito nada para a minha mãe sobre o assunto " Vinícius". E nem iria.
– Estou afim de ir sozinha hoje. Assim eu coloco minhas ideias em ordem. - falei sorrindo e dando um beijinho na testa dela.
Ela avaliou meu rosto e cerrou os olhos.
– Tudo bem. Mais tarde a gente conversa.
Apressei meus passos quando Vinícius apareceu no topo da escada. Não dei tempo para que ele dissesse nada.
Peguei minha bolsa e antes de sair coloquei os fones de ouvido e dei play em 'Big girls cry - Sia'. Eu tinha que complementar meu drama com uma música senão, não seria eu.
Se quer saber o que aconteceu depois de ontem eu digo. Nada. Isso mesmo, eu só deitei e acordei hoje de manhã, e aí me dei conta do que tinha visto, até chacoalhei a cabeça pensando que era um sonho esquisito mas aconteceu. Não consigo olhar para a cara do VR. Não consigo comer nada por que fico lembrando da cara de prazer da Chatini e o nojo da cara de merda dela cresce cada vez mais. Eu sei, eu não deveria dizer essas coisas dela e tal, até por que ela não tem culpa de namorar o garoto que eu gosto, mas eu não estou ligando para nada disso. Ela que morra. Mentira. Nunca desejaria a morte para ninguém, quer dizer, eu iria gostar muito se ela mudasse de cidade ou de universo, mas a morte é demais. Cada vez mais confusa é assim que eu estou.
A escola está agitada como todo começo de aula. A Chatini está com as amigas dela no corredor principal, eu diria que elas são como um bando de líderes de torcida clichês que comandam a popularidade da escola. Mas não são, a maioria delas têm ótimas notas acadêmicas e são simpáticas. Tirando a Larissa que está nesse momento me fuzilando e ao mesmo tempo me dando um sorrisinho falso, iguais aos que ela oferece as pessoas a quem ela esqueceu o nome.
Não posso julga-lá. Eu não gostaria de saber que meu namorado se mudou para a casa da "amiga" dele.
Minha cara continua impassível. Ela não vai ter nada de mim. Nem um oi. Ela que vá sorrir desse jeito pro VR enquanto eles... Affe.
– Ei, Briana né ?- chamou uma voz feminina.
Uma garota de cabelos loiros meio baixinha. Acho que já vi ela no curso de confeitaria mas não tenho certeza. Nem mesmo sei o nome dela.
– Sim. - digo.
Ela para ofegante depois de correr até mim pelo corredor.
– A instrutora do curso de confeitaria me disse que você está sem par e disse que se eu fosse ele então nós poderíamos virar até grandes amigas. É idiota eu sei mas eu gostei de você e penso que podemos formar uma boa dupla.
Foi difícil acompanhar o que ela disse. Por que a professora ainda tem essa ideia louca na cabeça de que eu preciso de amigas aqui?! Eu gosto de ficar sozinha.
– Hum. Não sei. - continuei andando pelo corredor.
– Eu vi suas notas, elas são boas, mas se a gente formar uma dupla tenho certeza que vamos ser imbatíveis e quando a feira do colégio acontecer vamos vender mais doces que qualquer grupo. Ora vamos aceite. - ela disse sorrindo. Tinha aquele tipo de sorriso que é encantador.
Fingi que estava pensando só para ela não achar que eu me entregava fácil.
Ata!
– Ok. Nos vemos na próxima aula então... - deixei em aberto.
– Grace. - ela disse sorrindo amplo.
– Ate lá Grace.
Fui surpreendida pelo seu abraço e quando ela correu para o outro lado eu me toquei que o sinal estava a um minuto de tocar. Corri também é claro por que não podia chegar atrasada na aula. Quero esclarecer que essa escola existe ainda por que temos quase todas as matérias de uma escola normal e tenho a infelicidade de dizer que tenho aula de inglês todos os dias com o intragável do Castro. Claro que ele tinha que pegar péssimos livros de literatura, daqueles que são difíceis de entender e que ninguém nunca ouviu falar do autor, o único até hoje que boa parte dos alunos conheciam era Revolução dos bichos de um autor chamado George Orwell, e só foi reconhecido por que o livro tem um filme.
Na cabeça dos alunos no começo era só o livro de um bando de animais esquisitos, mas depois passou a ser uma sátira a tempos passados quando as pessoas não tinham muita liberdade de expressão e precisavam fazer esse tipo de livro para dizer o que queria, enfim até que era bom mas depois desse só vieram livros chatos, acho que o professor gostava de ver a carinha confusa dos alunos.
Aquele idiota!
O pior de tudo é quando ele passa mil coisas e depois na hora do teste não tem nada do que a gente viu. E mesmo assim ele ainda quer afirmar que tudo que está no teste ele comentou em sala de aula, agora vou ter que andar com um gravador de voz durante a aula. Legal!
Enfim, temos quase todas as matérias, por que o Estado obrigou que a escola desse conteúdo complementar para o currículo escolar dos alunos. Na verdade acho que é por que parecia divertido demais estudar o que se gosta sem toda aquela baboseira então eles tiraram um pouco da graça.
Ao entrar na sala visualizo meu lugar na primeira carteira perto da porta. Como sempre o professor de inglês já está na sala e o quadro está cheio esperando os queridos alunos.
Que previsível!
Antes mesmo de copiar já tinha gente tirando fotos do quadro pra ficar a aula toda de preguiça.
Os preguiçosos acham o máximo. Mas eles têm tanta preguiça que esquecem de escrever depois e se ferram.
– Para começar quero que todos coloquem a resenha do último livro aqui na minha mesa e escrevam uma nota sobre alguma parte que vocês se interessaram mais.- Disse Castro.
Ele era esperto, nunca facilitava para quem queria ao menos pensar em pegar uma resenha pronta na internet. Ele sabia usar as armas professorais muito bem.
– Escrevam a nota, coloquem seus respectivos números de chamada e troquem a nota com o colega que assim preferir.- disse outra vez.
A aula passou em um borrão de alunos rindo sobre os comentários escritos, e o professor criticando algumas pessoas pela péssima ortografia nas resenhas. Claro que ele não deixaria passar batido.
No intervalo os alunos estão previsivelmente espalhados pelo corredor e a grande maioria no refeitório. Procuro a mesa mais afastada e me sento já abrindo o meu kindle para terminar de ler um romance maravilhoso que comecei a pouco tempo " O ar que ele respira - Brittainy C. Cherry" estava procurando algum livro diferente dos que eu normalmente leio e resolvi dar uma chance para esse romance, descobri que as personagens amam caras cheios de problemas e bem machões e no pacote vem incluído um cara bem lindo (lindo de morrer) sarado e alto, quer mais o quê?! E rico, esqueci.
Passo o dedo na tela do celular colocando a página de capa e no minuto seguinte me lembro que não comi nada hoje de manhã. E a seguinte frase da minha mãe vem junto " Tudo bem. Mais tarde a gente conversa". Agora me fala, como vou explicar que eu fui meio que banida de ser amiga do VR por que a namorada dele tá me odiando e que eu vi eles transando lá em casa? Sem condições.
Levanto os olhos para dar uma confiscada no tamanho da fila para comprar o lanche. Ele tá olhando para mim. Não. Ele está encarando mesmo. Eu encaro na mesma proporção.
Talvez ele consiga me ler e ver o quanto eu quero que ele não me olhe desse jeito.
A nossa amizade foi um negócio estranho, nos tornamos próximos muito rápido e nos afastamos da mesma forma. O que eu poderia esperar também?! Ele é inteligente, alto, comprometido, jogador de futebol, comprometido, tem olhos que transmitem tudo com intensidade e eu já disse COMPROMETIDO? Droga. Criei expectativas demais para essa história. Deveria ter desistido logo depois que ele disse que namorava a Larissa, ou quando nos beijamos no meu quarto. Mas meu coração é burro.
Bloqueei a tela do telefone e me levantei sob seu olhar. Isso tá ficando cada vez mais esquisito.
Entrei na fila do lanche depois que ele saiu, comprei a primeira coisa que vi e sai depressa.
Procurei meu cantinho escondido no jardim perto do ginásio esportivo. Por esse cantinho eu digo ficar sentada em um toco de madeira atrás de uma árvore velha, ela é enorme. Lá tem cheiro de terra úmida e natureza.
Perfeito!
Ao olhar para trás vejo VR me seguindo, mas ele para quando Larissa aparece e diz algo que não consigo entender pela distância. Jogo minhas coisas no chão coberto pela grama aparada e me sento novamente encostando a cabeça na árvore, talvez ela sinta toda minha frustração.
Linda e grande árvore, você consegue me sentir? Claro que não. Devo estar muito louca para conversar com árvores. E vocês devem achar que eu me sinto mal por estar sozinha, mas eu gosto. Árvores não dão opinião sobre a sua vida e nem desejam o seu namorado.
Que hipocrisia!
Preciso comer mais alguma coisa além desse iogurte ou vou ter um troço. Irei correr o risco de estar no mesmo ambiente que aquele casal perfeitinho? Sim. Foda-se to morrendo de fome. Meu livro vai ficar para depois. Não se tem paz nem para ler nessa bosta.
Faltam poucos minutos para o final do intervalo. Ao entrar na cantina, dou uma inspecionada discreta (só que nunca) e solto um suspiro de alívio ao ver que eles não estão lá.
Compro um sanduíche e vou comendo a caminho da sala. Rápido, por que não é permitido comer lá.
** O trabalho hoje está corrido como sempre. Não teve nenhum jogo, mas o almoço é a hora de mais movimento por aqui.
– Amiga ? - Devlin chama.
Me viro para ela e vejo seus olhos aflitos.
– Tem alguém querendo falar com você. Bem ali ó. - ela indica por cima do ombro.
Arregalo os olhos surpresa, mas depois me recomponho.
Larissa!
– O que ela quer comigo ? - falo.
– Eu sei lá. Vai lá logo. Eu te cubro aqui.
Reviro os olhos.
– Ok. Já vou. - bufo.
Jogo a flanela que estava usando para limpar o balcão em cima do mesmo e tento não ter um troço antes de falar com a cobrinha.
– Eae ? - respiro devagar.
– Pode ser lá fora? - Larissa aponta o estacionamento.
Não respondo apenas dou passos rumo à saída. Espero que essa... Não me tome um tempo que eu não tenho.
– E então ? - Falo já um pouco impaciente.
Se controle Briana
– Quero saber o que você sente pelo meu namorado ? - Larissa coloca a mão no quadril.
Ela não brinca!
– Não sinto nada. - menti. – Você veio até aqui pra me perguntar isso? Perdeu seu tempo.
Isso aí! Ponto para a Brih!
Larissa tinha faíscas nos olhos. Mas ela nunca se deixava levar por nada, queria fazer a fina.
– Não é o que parece. Meu sexto sentido sempre apita quando vejo você olhando pra ele. Você não sabe nem disfarçar Briana. - cerra os olhos.
Ponto pra vaca !
– Você deve tá com um probleminha no seu sexto sei lá o quê. - fulmino ela- E quer saber, o que você acha que me levaria a falar se eu sentisse algo por ele? Não é da sua conta. Se tá insegura vai conversar com ele. - dei um sorriso sarcástico e entrei na lanchonete antes de ela abrir a boca para retrucar.
Meu coração quase saiu pela boca de tanta adrenalina liberada. Aquela Briana lá fora estava com coragem.
Ah! Nada melhor do que ter a última palavra em uma discussão.
Era só essa que me faltava! Que situação mais clichê, a namoradinha vindo tirar satisfações por causa do namoradinho. Que ela vá se foder.
Se acalma Briana, ainda temos um dia todo pela frente.
Se eu disser que minha vida tá um inferno, estou sendo ingrata. Mas posso dizer no mínimo que estou passando por uma luta. E como dizem por aí, Deus não nos dá lutas que não podemos vencer, então que a Chatini vá catar coquinho, uma hora isso vai passar e eu vou rir da situação ( ou da cara dela).
– Eae ? - Dev me interroga.
– Eae nada. Ela veio com uma porcaria de sexto sentido pro meu lado disse que eu sinto algo pelo namorado dela. Parece que eu estou muito ferrada né? - falo mordendo o polegar.
– Puta que pariu, ela não é boba não. - Devlin diz enquanto encara o nada. – E também vocês dois vivem vacilando por aí, o Vinícius não é nenhum santinho. Você quer que eu dê um chute nas bolas dele? Sabe, por te fazer passar por isso. - ela cerra os olhos, como se já estivesse visualizando como faria isso. E como ela gostaria.
– Eu mesma faria isso se estivesse com muita raiva, mas eu só quero paz e não ter que olhar pra cara dele. O que é meio impossível mas eu vou tentar ao máximo.
– Ótimo amiga, se quiser dormir lá em casa já sabe. Te recebo com maior carinho. - ela me dá um abraço de lado.
– Obrigada Dev, você é ótima, mas quero resolver esse problema antes que vire uma bola de neve.
– Então tá.
Suspirei.
– Eu não acredito que tive coragem para bater de frente com ela. To tremendo até agora.
– Também não acredito Brih, mas você tem que soltar essa leoa interior amiga, mostrar quem manda nessa bagaça. - ela fez um gesto de murro no ar e nós duas caímos na gargalhada.
– Bom, pelo menos eu consegui falar tudo sem começar a chorar de raiva. - falei.
– Isso aí gata, agora vamos lá.
E então voltamos para o trabalho. Atendemos mesas, anotamos pedidos, aguentamos cantadas de caminhoneiros barbudos e depois do que se pareceu anos o expediente acaba e estou tirando o avental para ir pra casa.
O sino da porta toca. Estou pronta para dizer que estamos fechando quando vejo ele com toda sua altura vindo na minha direção.
– Precisamos conversar. - Vinícius diz sério. Parece irritado.
– Que clichê. - resmungo para mim mesma.
– O que ?
Esse dia tá ficando melhor em !!!
– Eu não tenho absolutamente nada pra falar com você. - enfatizo.
– Tá tudo bem aqui ? - Devlin pergunta assim que aparece da cozinha.
– Tá. Parece que agora é a vez dele. - reviro os olhos e Dev também.
– Estou pronta para o chute se precisar amiga. - diz se aproximando.
Vinícius arqueia a sobrancelha confuso, mas ainda irritado.
– Pode deixar, se precisar eu mesma chuto. - sorri sarcástica.
– Ok. Vou deixar por sua conta. - falou ela entrando para a cozinha, mas antes dando uma olhada mortal para o garoto atrás de mim.
– Eu te levo pra casa. - Ele diz com voz autoritária.
Caramba como ele é lindo quando está com raiva! ( e como eu sou idiota)
– Tá. - digo cansada. Se eu dissesse que não teria que aguentar outras tentativas dele de conversar, que seja agora então.
Ele abre a porta do carro para eu entrar e logo em seguida dá a volta e entra também. Respira fundo antes de dar a partida. Ele não está me levando para casa, tenho vontade de perguntar para onde estamos indo mas estou repassando mentalmente todos os tipos de resposta que vou dar nessa discussão.
– Estamos indo para aquele parque que fomos aquele dia. - ele diz colocando fim em minhas dúvidas. - lá a gente conversa direito.
– Tanto faz . - bufo.
Até o clima no parque estava tenso. Não tinha aquela brisa boa, e sim um grande mormaço.
– Essa situação tá me deixando louco Briana. Eu tenho que lidar com você lá em casa, tenho que lidar com a Larissa no colégio.- passa a mão pelos cabelos em frustração.
Aperto meus olhos. A raiva vindo à tona.
– O que você quer que eu faça? Que eu saia do colégio e me mude para que a sua namorada não tenha que me ver? Pelo amor de Deus. - digo irritada.
– Eu não quero que essa situação continue a mesma, só isso. Quero poder ir tomar café da manhã sem me preocupar com os olhares questionadores dos nossos pais. Quero poder ficar em paz com minha namorada sem que ela desconfie de mim. Entende?
Ele busca meu olhar. Mas eu não quero olhar nos olhos dele, então continuo focada na grama sob meus pés.
– Me desculpe por ter estragado tudo. - falo ainda mais irritada.
Como se a porcaria da culpa fosse minha né ?! É sua, seu idiota, você que me beijou!
– Você me faz parecer péssimo. - ele diz.
– Mas você é. - falo agora o encarando.
Ele fica surpreso com o jeito que olho pra ele. Estou transparecendo ódio, mas não é isso que eu sinto de verdade. Sinto-me triste.
– Parece que a gente nunca vai a lugar algum com essas conversas. - ele se senta em um banco de madeira, e então acena para que eu sente do lado dele. Eu não vou. Fico em pé de braços cruzados. Ele suspira se dando por vencido. - Você é uma teimosa.
– Eu? Teimosa é a sua namoradinha que apareceu hoje no meu trabalho pra tirar satisfações.
Ele pisca surpreso.
– O que ela disse a você ? - ele pergunta.
– Pergunta pra ela.- Não vou dizer a ele.
– Você está sendo uma criança. Não vamos resolver nada assim.
– Criança ? Ata. Nem vou discutir sobre isso. - talvez eu esteja fazendo beicinho, mas é por que estou tentando reprimir minha boca de soltar coisas horríveis.
Ele me encara. Por uns três minutos, e não falamos nada. Até que ele sai do banco e chega bem perto do meu rosto.
– Por que você está com tanta raiva de mim? - ele diz, sua respiração soprando no meu rosto.
Dou um passo para trás, tentando me recompor. Será que digo que o vi, fazendo aquilo ?
– Quem disse que estou com raiva ? Estou é cansada.
Meu pai, por que tenho tanta vontade de chorar ? Por que na verdade eu não sei discutir sem chorar? Mas que... – Então por que você desviou os olhos quando estava dizendo isso? – Porque... Bom... - tentei encontrar uma forma de desviar o assunto mas estava perdida. – Diz - pediu. Droga! – Eu vi vocês fazendo ontem - apertei meus olhos enquanto falava. A vergonha queimava no meu rosto. – O quê ? – Vi o que estava fazendo ontem á noite com a Larissa no quarto, me desculpe, foi sem querer. Eu só... Sério me desculpe. –Minha nossa... Que grande merda- ele disse frustrado - Eu devo ter esquecido de trancar a porta. Mas não entendo o que você estava fazendo lá. -Ele não se lembrava que a porta não tinha chave. – O seu pai pediu para que eu perguntasse se tinha ligado para sua mãe... Você não atendia o telefone então... E a porta não tem chave. – Me desculpe pelo que viu. Que droga. Não fica com raiva, essa semana mesmo eu vou colocar uma tranca nova. - passava a mão no cabelo em completa frustração. – Tudo bem. - eu disse reprimindo meus sentimentos.Não consegui falar nem mesmo uma sílaba depois disso, e então para minha humilhação eu comecei a chorar, sem som, apenas lágrimas. Por quê? De novo, não sei explicar. Mas no fundo eu sei, ele nunca será meu. E deu a entender que faria aquilo de novo. Iria colocar uma tranca nova. Para que intrometidas como eu não abrissem a porta sem ser convidada é claro. Ele não entendia por que eu chorava feito uma boba, deve ter achado que foi pela pressão de ter que contar isso. Eu o deixei sem explicação, apenas indiquei que me levasse para casa. Por que eu era o tipo que gostava de alguém tão rápido, por favor não me pergunte. Não daria para esquece-lo com ele morando na minha casa, mas eu não vou poupar o esforço.
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Me Apaixonei Pelo Errado
Teen FictionBriana tem 19 anos, mora com a mãe e cursa uma escola de ensino avançado. Tudo começa quando Briana leva uma detenção e conhece Vinícius Ryan, que balança totalmente seu coraçãozinho, só que ele namora com a Larissa Santini, uma popular metida a boa...