Os Elementais - O Herdeiro dos Tronos

CAPÍTULO 2: Presente inesperado

Sentados a uma mesa, na calçada de um bar restaurante, os Elementais, enfim, comemoram o aniversário de Grico. O Elemental do Alvorecer não aceitou o dinheiro de Dozaky, decidiu entregar a rainha como doação ao tesouro da coroa. Apesar de estarem aproveitando algumas bebidas, enquanto aguardam seus pedidos para almoço, o aparecimento de Dozaky deixa um clima pesado para todos.

– Quem aquele cretino pensa que é? – exclama Cibra, indignado com a situação, benbendo em seguida todo o conteúdo de seu copo. Após o longo gole, ele recupera o ar, batendo com o fundo do copo na mesa. – Como fomos feitos de idiotas na frente dele? É um absurdo! Nós temos as Gemas não temo? – ele estende a mão para cima e estala os dedos. – Garçom, mais um, por favor!

– Eu acho que está falando um pouco baixo demais Cibra. – ironiza Dorik, mostrando bastante calma e autocontrole. Ele toma um gole de seu chá gelado e pousa em seguida o copo na mesa, bem em cima de um suporte de copo. – Parece que algumas pessoas no restaurante não nos ouviram. Se falar um pouco mais alto, talvez Nether inteira possa escutar.

– Me erra Dorik! – responde Cibra.

Ainda é cedo para a hora do almoço, o bar restaurante está um pouco vazio, dando assim um pouco mais de privacidade para Cibra, Dorik, Kira e Grico, geralmente os restaurantes e bares que servem almoço em Zarkiem começam a lotar por volta das treze da tarde.

Uma vez que tenham se tornando Elementais, eles consequentemente ganharam uma fama e muitos fãs, muitos desses fãs os incomodam às vezes. Principalmente quando querem apenas descansar e relaxar.

Um garçom, usando como uniforme um colete laranja por cima de uma camisa cinza listrada, aparece e substitui o copo vazio de Cibra por um copo cheio de suco de abacaxi com hortelã. Após a troca de copos, o garçom se afasta da mesa, pedindo "desculpa pela demora".

– Contudo, não deixo de ficar preocupado com aquele tal de Dozaky. – volta a falar Dorik, assim que o garçom se distancia deles.

– Também acho. – diz Kira, com seu copo cheio de suco de açaí com guaraná. – Mas também acho que não devemos conversar sobre isso agora. Alias, estamos aqui para comemorar o aniversário do Grico, depois podemos discutir sobre isso.

– É verdade. – fala Cibra sorrindo ao aniversariante. – Parabéns Grico!

Cibra pega o seu novo copo cheio, faz um brinde sozinho e bebe.

– Obrigado gente pela consideração. – responde Grico, parecendo um pouco emburrado e forçando um leve sorriso. – Mas hoje não estou muito no clima para festa.

– Se o motivo for por conta do Dozaky, fique tranquilo que podemos pensar melhor sobre isso amanhã. – diz Kira, colocando gentilmente a mão no ombro de Grico. Um gesto simples para animá-lo e despreocupá-lo.

– Isso também me chateia. Mas não é apenas isso.

Grico faz uma pausa e respira fundo, como se fosse pular bem alto para uma piscina. Então ele diz:

– Apenas que é o primeiro aniversário que irei passar sem meu irmão.

Kira afasta sua mão de Grico. Todos à mesa ficam em um silêncio incomodo. Um silêncio que grita algo que não querem falar, algo que não querem admitir. Uma verdade que não querem admitir, que querem esconder, desaparecer com ela, mas não conseguem. Essa verdade dura, bruta e cruel, é que eles sentem falta de Tegiz. Agora, mais do que nunca, eles precisam do Tegiz. Pois ele provavelmente teria alguma ideia do que fazer com Dozaky, ou pensar sobre, ele, ou sobre o medo e o ódio que os políticos de Sarie estão criando sobre os Elementais, ou ao menos, trazer um sorriso de volta ao rosto de Grico. Algo que não faz desde a morte do irmão.