— Você acha mesmo que esse está bom? — Revirei os olhos enquanto Diana vestia pela quarta o mesmo vestido que tinha escolhido primeiro.
— Sim, Diana, você só me perguntou isso desde que eu cheguei.
Ela me olhou com um bico no rosto e deu mais uma voltinha na frente do espelho. Diana estava começando a parecer paranóica em relação ao baile, ela me fazia ir até sua casa todos os dias, para avaliar seus vestidos, escolher acessórios e ensaiar danças.
Eu até entederia tanta preocupação por sua parte se ela não fosse uma verdadeira fada, mas minha amiga era tão linda que poderia se vestir com um saco de batatas e as pessoas sequer ligariam.
— Você tem certeza, não acha que esse branco está me deixando meio verde? — ela me perguntou, fiz um sinal negativo como resposta— tudo tem que estar perfeito, não quero assustar o Moddy ou algo do tipo...
— Até parece, seria impossível qualquer um se assustar com a visão de você, Diana Barry— ela sorriu, exibindo covinhas fofas nas bochechas— até mesmo o ser humano mais belo teria sua auto-estima abalada por ti.
— Você é muito gentil, Anne— a menina apertou minhas mãos— e modesta, você pode odiar, mas sabe que seu cabelo chama atenção por onde passa.
— Claro, e de uma forma péssima— respondi a afirmação óbvia dela.
Diana riu e pegou uma de minhas tranças.
— Você é a primeira pessoa que já conheci com essa cor de cabelo, é única— realmente, nunca havia visto outra também— você é única e como isso pode ser ruim? Devia se orgulhar, muitas morreriam para serem como você.
Sorri, não era acostumada a receber elogios de outras pessoas além de Gilbert, Matthew ou Marilla. Ser único podia ser algo ruim de primeira vista, mas também podia ser uma benção de você olhasse o outro lado da moeda. Talvez pudesse estar começando a gostar de mim mesma.
— Você não existe mesmo!— nós nos abraçamos tão forte que acabamos indo parar no chão.
{...}
O grande dia havia chegado.
Apesar de não ter dado a bola para isso nos últimos tempos, eu estava estranhamente muito mais nervosa do que achava que ficaria. Talvez fosse porque tinha descoberto que metade da cidade iria. Ou por que Diana havia me dado um vestido divino, ele era azul como o céu de meio-dia, tinha babados na saia, e mangas bufantes dignas de uma rainha.
Resolvi começar a me arrumar duas horas antes de sair de casa. Aquele vestido era realmente lindo, mas horrível de se vestir. Tinha muitos laços para se apertar e botões para se abotoar, e parecia estar em guerra com meu espartilho. Acabei levando uma hora inteira só com ele.
Como não tinha muito tempo sobrando, penteei meu cabelo e o deixei solto, amarrando em uma mecha o laço de seda que Marilla havia me dado.
No final não fiquei nem um pouco ruim, até Jerry me elogiou quando passei em frente ao celeiro. Ele disse: "você está bonita Anne, pena que Diana vai roubar toda a atenção da festa".
Os Gillis se ofereceram para levar Cole, Diana e eu até o salão com eles. Eu aceitei, já que não queria ter que arrastar o vestido em meio quilômetro de grama até lá.
Então fomos eu, Ruby e Cole. Apertados em uma carruagem só. O que foi engraçado, já que meu melhor amigo era um idiota e ficou fazendo piadas sobre meu vestido no caminho todo.
Diana iria com Moody, ela e eu estávamos traçando um plano, que visava empurrar Ruby para ele no baile e fazer os dois começarem a gostar um do outro.
Não seria muito difícil, já que Ruby tinha confessado ter gostado dele antes de começar a dele antes de Gilbert. Só dependiamos da cooperação de Moody e da habilidade de Diana de falar bem dos outros para as pessoas.
{...}
Quando chegamos a festa já tinha começado, haviam vários casais no centro dançando. A música era clássica e tocada por uma banda muito engraçada, já que os músicos pareciam pinguins. Levei algum tempo para avistar Gilbert.
Ele estava perto da mesa com as bebidas, tomando oque parecia ser vinho, vestia uma roupa formal, e estava extremamente lindo. Fiquei olhando para ele por um bom tempo, até que ele olhou para mim também e sorriu, vindo até minha direção.
— Finalmente quem eu estava esperando chegou— ele segurou minha mão— pensei que me deixaria na mão, Anne.
— Não deixaria— respondi sorrindo também— nunca perderia isso.
Uma música animada começou a tocar e quase todos começaram a de mexer.
— Vamos dançar! — Gilbert me puxou pela cintura e nós saímos girando pelo salão.
Tentei prestar a mínima atenção no que estava fazendo, e evitei ao máximo não pisar em pé nenhum, mas havia tanta gente que foi quase impossível. Gilbert parecia saber oque fazia, ele inventava passos a toda hora e eu só o imitava, sem entender nada. Apesar de tudo, foi muito divertido, e depois que peguei o jeito não foi tão difícil. Meu corpo só respondia a música e eu não parava de respirar.
Quando acabou, eu estava ofegante assim como todos ao nosso redor. Queria não ter reparado, mas Gilbert tinha suas mãos firmes em minha cintura, oque me fez corar. Ele olhava fundo em meus olhos, sem desviar o olhar, sentia como se estivesse lendo minha mente. E se realmente estivesse, saberia que não parei de pensar em nós dois nos beijando a todo o instante naquela música.
Foi oque aconteceu, Gilbert me beijou no meio do salão, com o olhar de todos sobre nós. Desejei ter o poder de congelar o tempo, quando não existiam Josie Pye, Ruby, ou qualquer outra pessoa que tivesse tentado separar nós dois. Eram apenas Gilbert e Anne Shirley, e dali em diante tive certeza que seria assim por muito tempo.
N//A
Olá pessoas!
Sei que ficaram muitos pontos sem linha.
QUERO MUITO QUE DIANA E JERRY FIQUEM JUNTOS
Por isso ainda vou fazer outro capítulo, mas considerem esse como um "final"
É isso aí, tchau!
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Letters for You
Fanfiction"Anne Shirley Cuthbert e Gilbert Blythe já tinham dado seus corações antes mesmo de saberem" {...} Parecia uma loucura, mas eu só estava apaixonada, e isso estava ficando pior a cada dia. Minhas mãos ficavam frias Meu coração acelerado e minha respi...