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— Você enlouqueceu, Momo?

— Tá, ok, tanto faz. Não preciso de ninguém, eu posso fazer isso sozinha.

Estava cansada de depender dos outros para viver depois de simplesmente acordar burra e esquecida em uma cama de hospital. E dessa vez não seria igual às outras, eu iria conseguir fazer tudo sozinha.

— Momo, espera. — Senti uma mão tocar meu pulso e meu corpo automaticamente se virou, típico.

— Esperar o que? Mais cinco anos? Dez? Vinte? A morte? Eu não tenho mais tempo, Dahyun.

A franja caída sobre os olhos de Dahyun simplesmente sumiu completamente no segundo em que ela as jogou pro lado, fazendo a típica expressão de desaprovação que ela vivia fazendo à Sana quando discordavam da capacidade de algum personagem em alguma série.

— Você tem certeza disso? Você pode não gostar do que vai encontrar lá, talvez seja melhor só seguir em frente. — Eu sabia que no fundo ela estava certo.

— Eu não consigo. — Minhas mãos apertavam a alça da mochila com força, me fazendo machuca-las — Eu preciso saber. Você me entende, não entende?

Ela apenas assentiu, curta como sempre. Então fez o que eu tanto esperava, pegou as chaves do carro.

Eu sabia que Dahyun era a pessoa perfeita para ir comigo até Daegu, já que era um de seus lugares preferidos, ela conhecia o caminho. Além de que, ela foi a única que viu Im Nayeon pessoalmente, ela saberia reconhecê-la melhor que eu mesma.

— Ok, são dez mil oitocentos e oitenta e um quilômetros até lá, talvez seja bom comprar uma garrafa d'água.

— Ou quem sabe, um calmante pra cavalo.

Rimos, já entrando no carro enquanto eu respirava fundo e mandava uma mensagem para Minatozaki explicando porque de repente eu e Dahyun sumimos. Escondi alguns detalhes, é claro.

E lá estávamos nós a caminho do que eu facilmente chamava de: melhor sonho/pesadelo real que eu poderia ter.

Mentiria se não dissesse que pedi várias vezes para Kim se poderia dirigir, mas ela notava meu nervosismo e sabia que eu seria uma péssima condutora. Por isso eu me privava a analisar as paisagens que tinham ao nosso redor e cuidar das redondezas quando ela parava para cochilar ou comer algo. Eu queria apenas me teletransportar mas nada é perfeito nessa vida, ainda não criamos as máquinas surrealistas.

Droga.

Eu lembro apenas de ser acordado com um raio de sol no rosto, sol apenas para decoração já que do lado de fora, passando pela brecha da janela eu sentia o vento frio batendo em meu rosto.

Então a voz – que às vezes me assustava – de Dahyun soou as palavras que eu mais queria ouvir:

— Momo, nós chegamos.

Droga.

10881 [♡] namo; twice.Onde histórias criam vida. Descubra agora