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Minhas mãos suavam, meu corpo todo estava tenso e eu sabia que era questão de segundos até eu ter um colapso nervoso, mas mesmo assim, aceitei jantar com Im Nayeon naquela noite. E mesmo que eu estivesse a quilômetros de distância em um hotel com Dahyun, eu ainda podia acreditar que ela estava ouvindo meus gritos no travesseiro.

— MAS ELA É CASADA. — Minha voz saía abafada por causa do tecido colado em minha boca.

— Eu vou ligar para Sana e ela vai te xingar, Hirai Momo, você quer isso? — Dahyun estava irritada e eu sabia disso, eu basicamente não parava de choramingar pelo amor da minha vida estar casada com um homem. — Eu já te disse que coisas assim acontecem, e você precisa ir nesse jantar para por os pontos nos is.

Fechei meus olhos ao voltar a me sentar na cama, esfregando meu rosto algumas vezes antes de olhar para o corpo de Dahyun no batente da porta, com os braços cruzados e expressão positiva. Não podia negar que ela estava sendo boa demais pra mim, e eu iria ficar devendo uma vida à ela.

— Sana iria dirigir de Busan até aqui só para socar minha cara se soubesse que tô chorando. — Tudo bem que depois ela iria me comprar chocolate e ouvir todos os álbuns do Shinee comigo só por consideração — Eu vou, ok? Mas o que eu visto? O que eu digo? Caramba ela não me vê faz anos, será que ela se decepcionou?

Nem terminei minha onda de perguntas já que fui interrompida com meu rosto sendo atingido por uma almofada, e eu nem poderia xingá-la, eu também me almofadaria se fosse ela.

Bom, depois de duas horas incansáveis escolhendo roupa, o que eu faria no cabelo e muito, muito nervosismo, eu estava pronta, sentada na ponta da cama enquanto Dahyun estava em algum lugar longe dali, ligando para não-sei-quem. Admito que fiquei com medo de ser para Minatozaki, ela deveria estar muito irritada por eu ter trazido Dahyun ao invés dela para cá, mas eu sabia que seria muito menos pressão.

Quando a campainha do quarto tocou, eu umedeci meus lábios e fechei os olhos por cinco segundos antes de levantar. Era agora ou nunca, eu finalmente iria conhecer Im Nayeon.

— Boa sorte, e seja você mesma, Momo. Ela vai amar conhecer a verdadeira você. — Ouvi baixinho em meu ouvido enquanto as mãos de Dahyun tocavam meus ombros, me dando a coragem que eu precisava para abrir a porta e encontrar Nayeon exatamente dois metros longe da porta.

A fechei devagar e sorri ao ter seus olhos nos meus, ela visivelmente estava tão nervosa quanto eu e poderia dizer que isso não passou enquanto estávamos no elevador, carro, entrada do restaurante e até ao nos sentarmos na mesa eu podia ver como ela media os passos. Era tão bom não ser a única nervosa naquela situação, me deixava mais tranquila.

O jeito em que ela me olhava antes de dizer qualquer coisa me fazia questionar se eu estava de frente para uma mulher ou uma obra de arte; no fim, Im Nayeon era uma obra de arte humana.

— Então... como conseguiu me encontrar? — ela perguntou, assim que o garçom havia saído com nossos pedidos.

— Eu diria que foi sorte, te encontrar foi uma grande sorte. — respondo baixo, talvez pela resposta ter dois significados e eu só me toquei assim que as palavras saíram de minha boca.

— Acho que somos duas sortudas então. — não prendi meu sorriso, admito — Eu fico feliz que você está bem, eu te visitei algumas vezes quando soube que foi transferido para o hospital de Busan, mas depois de alguns anos eu não tinha mais desculpas para dizer à sua mãe e ela achou que eu fosse uma maluca obcecado pela filha dela.

Ela riu, e apesar do que disse eu só consegui prestar atenção na sua risada. Ela era perfeito em cada detalhe e eu mentiria se dissesse que mesmo estando atenta às suas palavras, eu não conseguia me concentrar em nada além de cada centímetro material que eu conseguia enxergar. Fiquei tanto tempo apenas imaginando como seria estar perto de Nayeon, que agora eu só queria poder senti-la, de fato, perto.

10881 [♡] namo; twice.Onde histórias criam vida. Descubra agora