Capítulo 7

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Indie Gerard

Afundo-me no banco do seu carro e enrolo-me no casaco que ele deixou no meu colo antes de fechar a porta. Tento controlar a minha respiração o máximo que consigo. Harry entra no lado do condutor e apressa-se a entrar, roda a chave e uma imensidão de luzes ligam-se, assim como o rádio. Deixo cair a minha cabeça para trás e limpo um resto de lágrimas que teimam em cair pelas minhas bochechas.

"Onde moras?" Questiona enquanto coloca o cinto.

Tento pensar numa maneira de não o levar a minha casa, mas, na verdade, sinto-me demasiado cansada para pensar numa boa mentira. Encolho os ombros e limito-me a dizer:

"Covent Garden."

Ele assentiu e rapidamente saiu do estacionamento.

A música a tocar baixo, o único som audível são as nossas ligeiras respirações. Tento ao máximo não adormecer enquanto sinto o aperto do peito lentamente a melhorar. Enrosco-me o máximo possível no casaco, o meu corpo a tremer.

"Estás com frio?" Pergunta enquanto para num semáforo vermelho.

Neste momento, já não sei mais se o que sinto é frio ou nervos. Suspiro pesadamente e arrumo o meu cabelo para trás da orelha.

"Sim, talvez um pouco." Quase sussurro.

Segundos depois, o ar condicionado bufa a toda força e o ar quente invade o carro. Sinto-me ligeiramente mais calma, mas o meu corpo ainda treme.

Fecho os meus olhos pelo que parecem segundos, no entanto, quando os volto a abrir já estou em Covent Garden. Fico surpresa e, de um certo modo, assustada. Estávamos exatamente em frente a minha casa. Os meus olhos arregalam-se suavemente e, antes de pensar, já estou a fazer a pergunta que me paira na alma.

"Como sabias que moro aqui?" pergunto estranhamente histérica.

"Tu estavas a dormir..." Começou enquanto desliga o carro. "Para não te acordar tive de ir aos ficheiros da empresa, não foi muito difícil chegar ao teu currículo." Ele sorri levemente.

Retiro o seu casaco do meu colo e entrego-o, agradecendo-lhe o seu gesto simpático. Estranhamente simpático, aliás. Abaixo-me para pegar na minha mala branca de onde retiro as chaves de casa. Harry observa-me atentamente. Olho de relance para o relógio que marca 23:46h e, nesse instante, faço a coisa mais absurda que alguma vez pensei que fosse fazer.

"Queres entrar?"

Harry levanta as sobrancelhas surpreendido e sorri. Depois pisca-me o olho e eu rapidamente me arrependo do convite.

"É sempre assim com tanta facilidade?" ele brinca.

"Eu só quero tomar um chá ou assim..." Encolho os ombros envergonhada.

Neste momento, quero tudo menos estar sozinha com os meus demónios. Quero poder adormecer sem ter mil e uma coisas na cabeça e, se entrasse sozinha por aquela porta agora, é o que ia acontecer.

"Nunca me convidaram para tomar um chá..." ele provoca, "Mas posso tentar!"

Ele sai do seu SUV e aproxima-se de mim, encaminho-me até à porta da entrada seguida pelo de caracóis. Coloco as chaves na fechadura e apresso-me a rodá-las, o frio a embater no meu corpo. O cheiro a baunilha rapidamente escapa do interior da minha habitação, fazendo-me sentir em casa. Acendo a luz do pequeno hall e deixo o moreno entrar. A porta é fechada e as minhas chaves são colocadas no pequeno móvel à entrada. Retiro o casaco e deixo-o no cabide enorme.

A casa está fria, mas nada de muito grave. No entanto, começa a ser urgente arranjar o aquecimento o quanto antes. Ligo a luz da sala e percorro a divisão até chegar à cozinha. Os seus olhos verdes percorrem rapidamente as divisões, apreciando-as. Coro levemente ao sentir-me extremamente envergonhada, a minha casa está uma miséria. Sendo eu uma decoradora, devia ter mais cuidado com o meu próprio canto. No entanto, as verbas não são muitas e, assim que receber o ordenado, irei com certeza modificar algumas coisas.

Hipnose | harry stylesWhere stories live. Discover now