Capítulo 10

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Indie Gerard

Depois de pagar a quantia um quanto exorbitante pelo arranjo do aquecimento, despeço-me do senhor de bigode extremamente simpático. Quando fecho a porta e me encontro finalmente sozinha, dou pequenos pulos de felicidade e ligo o aquecimento ao máximo - não me acredito que o calor voltou a esta casa. 

Convidei a Jules para vir almoçar, a carne está no forno e eu estou demasiado feliz por poder estar com a minha melhor amiga. No entanto, há um sentimento agridoce dentro de mim. Só vou poder estar com Jules hoje porque Bianca me dispensou o resto do dia, pois Harry não se dignou a comparecer no seu local de trabalho. Os meus nervos vêm à tona quando penso no rapaz dos cabelos encaracolados. Como ele pode ser adorável num dia e completamente insolente no outro. O que me irrita mais não é a forma miserável como ele trata as pessoas, mas sim o facto de nem sequer comparecer no trabalho quando sabe que esta é a única réstia de esperança para a empresa da sua mãe. Mulher essa que fez e faz tudo pelo menino dos seus olhos e ele simplesmente a abandona na primeira oportunidade que tem.

Forço-me a caminhar até à cozinha. O cheiro à carne assada faz-me soltar um breve sorriso e, por momentos, sinto-me em França, junto da minha família. A casa quente e o cheiro a comida de forno. Aponto mentalmente um telefonema à minha mãe.

Apresso-me a retirar um tacho do armário e a pôr o arroz a fazer. A campainha toca e eu rio ligeiramente ao imaginar Jules nas suas roupas quentes e o seu cabelo despenteado pelo vento. 

Abro a porta e lá está ela com uma quantidade excessiva de roupa e o seu cabelo completamente emaranhado. 

"Diz-me que aquela carrinha que saiu daqui há pouco eram os homens do aquecimento." Jules apressa-se a falar expectante. 

"Olá para ti também!" Riu. "Sim, eram..." Deixo-a entrar. 

Ela tira o seu casaco grosso e pendura-o no cabide da entrada. 

"Cheira tão bem! Estou esfomeada!"

"Quando não estás?" Gargalho enquanto me dirijo à cozinha. 

Enquanto ponho a mesa, Jules conta excitadamente as novidades sobre o seu novo amor. A sua boa disposição faz-me sempre rir. Ela é tudo o que tenho aqui em Londres.

A campainha toca enquanto eu retiro a carne do forno, a minha melhor amiga oferece-se para abrir e eu agradeço. Coloco o tabuleiro na mesa e desligo o arroz.

Após alguns segundos de silêncio decido questionar se está tudo bem. 

"Jules? Quem é?" Berro da cozinha. 

A casa cai num silêncio estranho e alguns segundos depois um vulto preto aparece na porta da cozinha. O meu coração dói ao vê-lo e o meu coração parece bater nas orelhas. A minha raiva interior cresce a olhos visto e eu dou por mim a querer gritar de raiva. 

"O que estás aqui a fazer? Não me lembro de te ter convidado." 

"Que rude." O seu tom é irónico e um sorriso surge no final, inquietando ainda mais os meus nervos.

"O que queres Harry?" Insisto novamente. 

"Carne e arroz, parece-me ótimo!" Ele lambe os lábios enquanto olha para a comida em cima da mesa. "Estava mesmo com fome!"

"Estás a brincar, certo?" Cruzo os meus braços no peito exasperada. 

"Não, na verdade, não." Ele senta-se numa das cadeiras e serve os dois pratos. 

Os meus olhos esbogalham-se com o seu comportamento, o que se passa com ele? 

"Hmm, maravilhoso." Elogia depois de levar uma garfada à boca. Os seus olhos encontram os meus. "Não vais comer?"

"Onde está a Jules?" 

"Eu disse-lhe que precisávamos de conversar." Ele pisca-me o olho.

"Para existir uma conversa é necessário ambos querermos." Estalo fria. 

"Quem é esta e o que fizeste à Indie?" Ele goza. 

Reviro os meus olhos mais uma vez e sento-me na cadeira à sua frente. Estou pronta para jogar o jogo dele, se é isso que ele quer. Como a minha comida em silêncio sem cair na tentação de olhar os seus lindos olhos. Quando estou prestes a terminar ele ri, uma gargalhada rouca. A minha atenção está nele, as minhas sobrancelhas juntas em incompreensão. 

"Não vais mesmo falar comigo?"

Ignoro, terminando a minha comida. 

"Está chateada comigo, mademoiselle?" Encolho os ombros, farta da sua brincadeira. 

Limpo os pratos e coloco-os na banca. Encosto-me nela e observo o filho da minha patroa. 

"Estás chateada porque eu te disse que és mais uma nas mão dele?" 

"Não, Harry." Bufo chateada. "Estou chateada porque tu és um estupor!" Respiro fundo. "Pensas que tudo funciona como queres e que todos à tua volta são bonecos." trinco o meu lábio para me conter. 

"Quão má ela está." Ele aproxima-se de mim e sinto o meu sangue a bombear freneticamente. 

"Tu nunca levas nada a sério na vida?" Desvio o meu olhar do seu perigosamente perto. 

Ele suspira e seguidamente ri, uma gargalhada desprovida de humor, apenas sarcasmo nela.

"És chata com as tuas perguntas e tentativas de me ofender."

"Sabes onde é a porta de saída." riposto já arreliada, os meus braços cruzados no meu tronco. 

"Queres que eu saia?" 

Ele aproxima-se mais, o meu corpo contra a bancada enquanto o seu se pressiona perigosamente contra o meu. Um calor extremamente irracional emerge pelo meu corpo, instalando-me no meu ventre. A sua respiração embate na minha orelha e sinto cada pelo do meu corpo a eriçar-se, ele deixa um beijo leve, mas extremamente doloroso debaixo da minha orelha. 

"Ainda não me respondeste, Indie." Os seus olhos profundos nos meus, engulo a seco e tento controlar a minha respiração. 

"O que queres?" Tento recompor-me dos acontecimentos anteriores. "Disseste que querias falar comigo." Relembro-o. 

Ele sorri feito anjo, um brilho de divertimento nos seus olhos. Ele levanta as mãos em rendição e afasta-se de mim. Quase grito com o meu subconsciente por querer que ele se mantenha perto. 

"Eu sei que fui uma merda hoje..."

"És uma merda sempre, Harry." Relembro-o. 

Ele sorri de leve e olha-me nos olhos, como sempre. 

"Mas deixo-te excitada como a porra." Pisca-me o olho.

"És um idiota." Reviro os olhos. "Continua." Ordeno e ele surpreende-se com a minha atitude. 

"Queria pedir-te desculpa por não ter aparecido. Tive uns problemas." Coça a sua nuca, despenteando ligeiramente os seus caracóis. 

"Uns problemas..." murmuro. 

Na minha mente passa uma panóplia de problemas que ele possa ter tido, mas o mais evidente é sem dúvida ele ter ficado na cama com uma garina qualquer, como de costume.

"Tudo bem." Encolho os ombros. "Não quero saber, tenta apenas não voltar a repetir." 

"És incrivelmente sexy quando estás chateada."


Não sei mas achei este capítulo completamente amável e vocês? 

love youuuuuu 

Hipnose | harry stylesWhere stories live. Discover now