Capítulo 3

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Capítulo revisado/reescrito

♣♣♣

E eu fugi. Pulei a janela, cai no chão completamente desajeitada. Mas eu não tinha tempo a perder. Corri, olhei pra trás e vi a casa se afastando. Como uma estação quando você está num trem em andamento. Olhei pra frente, não queria bater em nada.

Mas bati.

Bati em alguém. Fiz esse alguém cair, juntamente comigo. Olhei, envergonhada, em quem bati.

Leon.

- Não devia estar correndo feito doida. - Ele me falou, com aquela voz que me causava arrepios, enquanto se levantava juntamente a mim.

- Eu sei - disse, ofegante.

- Estava fugindo de quem? - Ele me pergunta.

- Como é que você sabe que eu estava fugindo? - Eu pergunto.

- Eu sei de muitas coisas. - Ele dá uma sorriso sarcástico.

Um silêncio se fez. Até que ele me perguntou novamente: - De quem você estava fugindo?

Eu não respondi. Mas como se ele lesse meus pensamentos, ele falou: - De seu padastro?

Aquilo me fez estremecer.

Ele riu fracamente e disse-me: - Eu sabia.

- Como é que você sabe que eu estava fugindo do meu pai?

- Me responda: O que o teu padastro te fez?

- N-nada - menti.

- Isso é mentira. - Ele afirmou.

- Ah, tá bem. Meu pai brigou comigo, eu mandei ele tomar no... - ele começou a ter uma cara de enjôo - Leon, está bem?

- Ai, não. Tá doendo. - Ele começou a espremer os olhos.

Os joelhos deles cederam. Ele caiu, com a mãos na frente do corpo para não cair totalmente no chão. Ele começou a soar. O que estava acontecendo com ele?

- Ah, Laura, me ajuda! - Ele gemeu.

- Como? - Pergunto, desesperada.

- Ah! - Ele grita. - Ok. - Ele sussurra bem fraco, quase que eu nem ouvia.

- Hã? - Pergunto. - O que é ok?

- Ah - ele ofegava -, eu não falei... Ok.

- Falou. E não venha tentar escapar.

- Olha, eu vou te contar a verdade. Eu estava falando “ok” porque a minha mente dizia que eu precisava me controlar. Só isso!

Não sei porque mas aquilo me transmitiu segurança. Ele não estava mentindo.

Ele começa a andar de novo, só que para o outro lado.

- Leon! - Grito, na esperança dele me escutar.

Ele se vira, e olha nos meus olhos. Ele me escutou.

- Vem cá! - Chamo ele, e começo a fazer gestos na mão direita.

Ele vem, como se nada daquilo tivesse acontecido.

- Oi.

- Tem um celular aí? - Falo, olhando para os bolsos dianteiros dele, que parecem vazios.

- Tenho - Leon falou, tirando um Samsung Galaxy J4 do bolso.

- Aqui. 0545. - Ele me estende o celular.

- Está me dando a senha do seu celular?

- Eu sei que você não vai me roubar.

Ajeito o celular em mãos e digito a senha.

Para Sempre - Livro 1- Trilogia Bloody - [CONCLUÍDO!]Onde histórias criam vida. Descubra agora