Capítulo 1

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Victor Stone

Eu passei por dois momentos difíceis na vida até agora. O primeiro deles foi quanto tive que contar pra minha então namorada o que o pai dela fazia, ele traficava drogas, armas, pessoas e fazia algumas coisas mais. O segundo momento difícil foi o dia em que João Paulo nasceu. Meu filho tinha tudo pra vir ao mundo bem e saudável de parto normal conforme a mãe dele queria, mas minha esposa ficou com as emoções no extremo no dia do julgamento do pai dela o que acarretou em João nascer prematuro e eu quase perder a mulher da minha vida no mesmo momento em que meu filho nasceu. 

Para compensar os momentos ruins eu tive bons logo em seguida, no dia em que contamos sobre seu pai pra Carol eu soube da existência do meu filho em sua barriga, quando o pai dela foi preso o meu filho veio ao mundo, era como se o mundo fizesse uma barganha comigo "toma todas essas coisas ruins que depois te dou outras boas" ou então ela só brincava de vivo morto comigo, mas o jogo tinha outro nome era FELIZ, DESESPERADO, e eu estava cansado de jogar esse jogo. 

Estava na Stone Motors, e hoje não tinha nem conseguido sair do meu escritório quando Camila minha secretário ligou pelo ramal da empresa. 

-Victor. 

-Sr. Stone o senhor Smith e o policial Fersen estão aqui e disseram que precisam falar com o senhor o quanto antes. - ela disse do outro lado da linha. 

-Mande-os entrar e comunique a minha esposa que não vou conseguir sair pra almoçar com ela que daqui vou direto pra reunião com o Nickolas. 

-Tudo bem. 

Ela desligou a linha e logo o policial e Bruce entravam pela porta. 

-Bruce, policial Fensen. - cumprimentei-os - Sentem-se. 

-Agradecemos a oferta mas o que viemos fazer aqui é rápido. - Fensen disse. 

-Certo. 

-Bom o seu sogro fugiu da prisão, não tem um jeito mais delicado de dizer isso. Ele agora é considerado um foragido. E antes de fugir ele deixou um bilhete na sela pra vocês. Trouxemos uma cópia. - ele me estendeu um envelope pequeno que eu logo peguei. - Era só isso. Queríamos deixar o alerta. 

-Obrigado. - falei e os acompanhei até a porta. 

A reunião em que eu devia comparecer iniciaria em 20 minutos e nem almoçado eu tinha. Abri o cofre da minha sala e tirei dele um pacote de amendoim, peguei minhas coisas e sai trancando a sala. 

-Não sei que horas a reunião acabará então você está dispensada a partir do momento que concluir suas tarefas do dia. Tenha uma boa tarde Camila. 

Caminhei a passos largos até a porta da sala de reunião, dei duas batidas na porta e entrei, por sorte só meu pai e meu irmão se encontravam ali, cumprimentei os dois e sentei no meu lugar e comecei a comer meu amendoim. 

-Isso é amendoim? - Nickolas perguntou chegando atrás da minha cadeira. 

-É, quer? - perguntei. 

-Não, e eu queria muito ver Carol te matando por causa disso. - ele falou se referindo ao fato de minha esposa ter me proibido de comer por conta da alergia. 

-Se você não abrir a boca ela não vai saber. 

-Eu nunca vi você comendo amendoim, mas de toda forma se um dia precisar te chantagear tenho provas. - ele falou me mostrando o celular onde uma foto minha comendo amendoins se encontrava. 

-Otário. - resmunguei e continuei comendo. 

Parei de almoçar amendoim assim que o primeiro acionista entrou pela porta da sala de reunião, escondi o saquinho em qualquer lugar e esperei o momento em que minha esposa entraria por aquela porta. Carol tinha se formado em administração de empresas e feito uma pós a distância em marketing quando JP ainda era só um balofinho, e era ela quem comandava a parte de marketing da empresa, minha esposa era fantástica e mantinha aquele departamento impecável e com tudo funcionando como deveria. Ela entrou e sentou a meu lado e procurou minha mão por baixo da mesa. 

StayOnde histórias criam vida. Descubra agora