Victor
A menção do nome do meu filho feita pela minha mulher me encheu de pânico. Meu filho era um bebê, ele merecia o amor do avô e não fazer parte de uma vingança. Comecei a abotoar minha camisa ao mesmo tempo em que tentava colocar o sapato e no fim das contas sai da minha sala, descalça carregando os sapatos e o terno em uma mão, enquanto permanecia com a camisa aberta. Beatriz ia na minha frente tentando arrumar sua roupa e cabelo, nós dois estávamos uma bagunça.
-Foi com o João? - Carol perguntou chegando perto do meu irmão e do Bruce que seguravam o levador no anda.
-Foi. - Bruce disse.
-Merda. Ele está bem? - perguntei.
-Está. - Bruce disse assim que o elevador entrou em movimento - Ainda estamos investigando como, mas eu estava acompanhando seus passos até a sala do Victor e quando você chegou lá eu precisei ir no banheiro e quando voltei seu filho estava com uma cobra nas mãos.
-Com o que? - Carol perguntou ficando branca.
-Uma cobra, ela aparentemente não é venenosa nem nada, mas ela não devia estar ali, vamos pegar as crianças, e investigar o que aconteceu aqui. - Bruce voltou a explicar. - Vamos deixar vocês em casa e eu vou atrás de novas pistas.
Descemos os demais andares com Bruce e Nick conversando enquanto eu e Carol nos mantínhamos em silêncio, cada um com seus próprios pensamentos. Eu pensava como ele tinha chego ao meu filho, como ele tinha conseguido entrar na empresa e o mais complicado era se aquele seria o único passo dele no dia, o que eu duvidava muito. A cobra pra mim só havia sido a distração pra o plano maior dele.
Descemos no primeiro andar e Carol já saiu voando como um foguete ora pegar nosso filho que estava chorando sentado no chão.
-Oi João. - chamei atraindo a atenção dele pra mim. - A tia brigou?
-Papai, auau do JP. - João chama todos os animais de "auau", desde cachorros, aranhas até cobras.
-Ela tirou seu "auau"? - perguntei e ele acenou que sim colocando a cabeça na curva do pescoço da Carol. - Quem deu o auau pro João?
Eu sabia que meu filho não saberia me descrever quem havia sido, mas tinha a certeza que se fosse alguém conhecido ele diria, e foi o que ele fez.
-Titi.
-Que titia? Tia Bea? Tia Dani? Tia Danda? Tia Mak? - fui falando os nomes de quem eu lembrava que ele chamava de tia, desde a esposa do meu irmão até as tias do berçário da empresa e da cantina. - Já sei foi a tia Jess?
-Qué "auau" - e lá vinha mais uma onda de choro. Meu filho era um anjo, mas quando ele resolvia teimar por algo você só conseguia trocar essa ideia dele barganhando.
-Filho, aquele "auau" faz dodói, não pode. - Carol falou e ocasionou mais lágrimas.
-Que tal a gente comprar um "auau" mais bonito?- falei.
-Qué.
-Então tem que parar de chorar e o papai compra.
Foi mágica, ele limpou os olhinhos com as mãos e eu peguei ele do colo de Carol, fiquei distraindo ele enquanto meu irmão passava com a cobra bem na minha frente. Bruce veio e avisou que iríamos no mesmo carro que ele e Ava, e assim fizemos, caminhamos até o carro e lá ele colocou Ava em uma cadeirinha e eu coloquei JP em outra. Carol foi atrás com as crianças enquanto eu e Bruce fomos na frente. Fomos até a casa da minha mãe nos comunicando com Nickolas que estava indo para a delegacia levando a cobra, durante todo o trajeto, nos mantendo informados um sobre o outro. Chegamos na casa da minha mãe, onde estávamos todos morando desde o primeiro ataque e encontramos Bea na sala com Rick e Lucas brincando no tapete, Carol colocou João no chão e Ava fez o mesmo e os dois saíram correndo em direção a "titi" e a bagunça que ela sempre fazia com as crianças.
-Carol. - chamei minha mulher que olhava nosso filho brincar com as outras crianças. Ela saiu de onde estava e caminhou até mim. Eu a abracei e comecei a falar. - Vou com eles pra delegacia, vamos olhar as câmeras de segurança e achar quem entregou a cobra pro JP.
-Você precisa mesmo ir? -ela me perguntou me olhando com uma cara de piedade que tudo o que eu queria ia dizer que não, eu não precisava ir, que ficaria ali, com ela e João em meus braços, mas eu sabia das minhas responsabilidades e as segurança deles era uma delas.
-Preciso.
-Droga. - ela disse me apertando mais em um abraço. - Você vai voltar né?!
-Você não vai ter nem tempo de sentir saudade. - dei um selinho nela, e um beijo na barriga, dei um beijo no meu filho e sai.
Entramos dentro do carro e Bruce e ele colocou o mesmo em movimento, o silêncio se instalou ali, não havia o que ser dito. Eu pensava quem podia ter entregue a cobra ao meu filho e tinha a certeza que Bruce se culpava por ela ter chego até João, já que ele deveria estar de olho nas câmeras o tempo todo. Eu não o culpava, todos tinham a necessidade de ir ao banheiro, era necessidade fisiológica, mas ainda tentava encaixar todas as funcionárias que João chamava de tia em seus devidos lugares, mas eu não tinha como ter certeza de onde alguém alem de mim e Caroline estávamos. Meus pensamentos voavam no momento em que o telefone de Bruce tocou e ele atendeu pelo rádio do carro.
-Smith.
-Bruce sou eu. - Nickolas disse pelo rádio.
-Pode falar. Eu e seu irmão estamos indo pra delegacia. - Bruce disse.
-Mudem o caminho. - ele disse.
-Por que? - perguntei.
-O segundo cômodo da sua casa foi marcado. - ele disse.
-Mas nós estamos mais lá. - falei o óbvio.
-Talvez ele não saiba disse. - Bruce disse.
-Qual cômodo foi? Como foi sujo? - perguntei.
-Sua porta de entrada. Seu olho mágico foi trocado por um olho de verdade.
ESSA SEMANA É TODINHA DE MARATONA. UM CAPÍTULO POR DIA.
Nós encontramos amanhã ♥
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Stay
RomanceVictor Stone ama a sua mulher desde que colocou os olhos nela. Ele seria capaz de tudo por ela, até mesmo de prender o próprio sogro, o que Victor não esperava é que o sogro fugisse, que começasse a ameaçar a sua mulher e seus dois filhos, sendo que...