Capítulo 1

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Henri

Três anos antes...

— Cadê Érica, mãe? — Beijo seu rosto.

— Está trancada no quarto. — Responde seca.

Minha mãe, Laura Asher nunca gostou de Érica, mas o que eu poderia fazer? Meu coração se encantou pela loira dos olhos cor de mel.

— Quando a senhora vai passar a gostar dela?

Suspiro cansado retirando a gravata e terno, sou segurança em uma casa noturna, o clima da casa fica pesado, na verdade Érica e eu que moramos na casa da minha mãe. Nunca sobrou dinheiro para poder pagar um aluguel. Ela não responde e continua lavando as vasilhas.

— Eu vou dar um jeito de arrumar uma casa para a gente.

— Henri não foi isso que eu quis dizer meu filho. — Vira para me olhar.

No fundo eu não quero sair dessa casa também, minha mãe só tem a mim no mundo. Nunca soube quem é o meu pai, ela nunca me falou, sempre foge do assunto quando eu começo.

— Tudo bem, vamos esquecer. — Ela finalmente sorri. — Vou falar com Érica. — Pisco e caminho para meu quarto enquanto abro os botões da minha camisa.

— Merda, merda.

Encontro Érica reclamando, pela porta entreaberta a vejo andando de um lado para o outro.

— Amor? — Entro e ela vira chorando.

— Henri!

— O que foi meu amor? — Ela se joga nos meus braços e me abraça forte.

— Eu estou grávida Henri.

— E por que você está desesperada assim?

— Olha para a gente? Não temos nem casa, moramos de favor, o que você ganha mal dá para as despesas.

— Érica calma. Tudo vai dar certo.

Tento a acalmar, mas no fundo eu tenho medo. Mas quando me casei com Érica eu prometi não deixar faltar nada. E eu vou cumprir minha promessa.

— Eu sinto muito Henri, mas eu não consigo. — Érica sussurra colocando suas roupas dentro da mala.

— Érica e nosso filho? Pense nele pelo menos, se você não me ama mais pelo menos pense no Biel, ele ainda é um bebê.

— Henri nunca duvide do meu amor por você, eu só não consigo ser mãe de uma criança incompleta.

— Você está se ouvido? — Pergunto nervoso andando de um lado para o outro.

— Você ouviu os médicos, o menino precisa de uma cirurgia, como vamos fazer?

— Para isso eu trabalho dia e noite porra.

— Trabalho? Você chama isso de trabalho? Olha para a gente? Desde que resolvemos morar juntos não crescemos em nada, a mesma vidinha de sempre e você ainda tem esperança de conseguir realizar a cirurgia do menino?

Ela pergunta e eu só a encaro, nunca imaginei que aquela menina doce que eu conheci um dia, que eu me apaixonei perdidamente se transformaria nisso.

— Henri o que você ganha quase não cobre as despesas. Continuamos nesse muquifo dos infernos com a sua mãe que detalhe me odeia.

— Eu estou correndo atrás de algo melhor e você sabe disso.

— Bom então corra sozinho, porque eu estou indo para a casa da minha mãe. Não posso viver em função de uma criança doente. Sinto muito e boa sorte Henri.

Apenas Um Olhar (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora