Henri
— Não estou entendendo. — Cruzo meus braços a observando caminhar pela casa.
— Filho certas coisas não têm explicação. — Minha mãe abre a geladeira e retira uma garrafa de água.
— Mãe outro emprego como esse eu não vou conseguir, olha os armários cheios, geladeira cheia, o que eu ganhar vai ser livre, sempre sonhei em dar uma vida digna a senhora, curar meu filho.
— Eu sei que você vai mudar de idéia. — Seus olhos estão nos meus.
Ficamos nos encarando por alguns segundos, minha mãe suspira e segue para a sala, esfrego meu rosto frustrado e suspiro antes de levar nossas coisas para os quartos. Ambos contam com uma cama de casal, banheiro e guarda roupas. Gabriel ao invés de me ajudar resolveu ajudar a avó, quando estou quase finalizando meu celular toca.
— Pronto. — Atendo sem reconhecer o número.
— Henri? Kevin Cole.
— Olá senhor Cole.
— Gostaria de saber se está instalado no serviço? — Pergunta, mas pelo seu tom de voz sinto que não foi esse o motivo da ligação.
— Sim, muito obrigado por se preocupar.
— Que isso. — Ele fica em silêncio por alguns segundos. — Qualquer coisa que você precisar pode procurar por Evan.
— Certo senhor, muito obrigado pela oportunidade.
— Boa sorte Henri.
Não tenho tempo de agradecer pois ele encerra a ligação, termino de ajeitar tudo, guardo as malas vazias e sigo até o quarto da minha mãe, a encontro sentada na cama.
— Mãe?
— Ai menino! — Sorrio do susto que ela leva.
— Aconteceu algo? — Estreito os olhos ao perceber que ela está passando a mão no rosto.
— Não filho. — Suspiro sentando ao seu lado.
— Queria tanto desvendar seus segredos dona Laura. — Ela sorri e bate na minha perna.
— Se você desvendar, deixa de ser segredo. — Pisca e eu a abraço fazendo com que ela apoie a cabeça em meu peito.
— Não vou te pressionar, quando estiver pronta para conversar estarei aqui.
— Quero abraço também. — A voz de Gabriel nos separa.
Ele vem andando na nossa direção e pula no nosso meio com aquele sorriso sapeca que só ele tem.
— Vovó faz pitizza, tô com fome.
— Será que tem ingrediente para fazer?
— Papai se não tiver o senhor compra?
— Compro. — Digo e ele sorrir.
— Então partiu cozinha vovó! — Ele pula do meu colo e sai puxando minha mãe.
O sábado passou e o senhor Corey não apareceu, então aproveitei bem o dia com meu filho afinal não sei como vai ser a partir do momento em que ele me chamar.
— Oi peixinhos. — Gabriel desliza seu dedinho pela água do chafariz enquanto sorri.
Estamos aproveitando já que aqui é liberado, a noite está linda, um céu estrelado, observei durante o dia que meu filho é a única criança, o que é até melhor. Gabriel observa tudo com seu jeitinho curioso enquanto conversa até com o vento. Olho para a enorme mansão que está parcialmente escura, por isso ele não me chamou, deve ter saído com a esposa.
Volto a observar meu filho, Gabriel agora está brincando com a água, seu sorriso é o melhor som do mundo, uma brisa gelada faz meu corpo arrepiar, virei meu rosto e encarei o segundo andar da mansão, tive a impressão de ver uma sombra na janela, estreito meus olhos e a cortina não se move.
Foi só impressão mesmo.
— Vamos entrar Gabriel.
O chamei ao relembrar das palavras do senhor Corey, não posso ter problemas no meu primeiro dia.
— Eu abro filho.
Ouvi a voz da minha mãe enquanto estou ajudando Gabriel a se arrumar para a aula. Acredito que seja o senhor Brad Corey, já que o mesmo não apareceu durante o fim de semana.
— Bom dia. — Reconheci a frieza em sua voz. — Vim te buscar para conhecer a minha esposa Henri. — Diz sem ao menos me olhar, seus olhos estão fixos na minha mãe.
— Biel vamos pegar a mochila. — Ela sai apressada e nervosa da sala.
— Sua mãe? — Ele pergunta enquanto entra na casa.
— Sim, e o menino é o meu filho. — Confirma com um leve aceno.
— Você está pronto? — Pergunta com frieza.
— Sim, só vou me despedir do meu filho.
— Não temos tempo para essa bobagem, vamos. — Ele me olha e sai a passos largos.
Rapidamente pego meu terno e assopro um beijo para minha mãe e Gabriel que estão voltando para a sala. No jardim encontro o senhor Corey na companhia de outro segurança que aparenta ter minha idade.
— Esse é Justin Hayden, meu segurança pessoal e o chefe dos seguranças, hoje ele vai ficar com você para te explicar como as coisas funcionam. Gosto tudo do meu jeito Henri.
Olho para o homem que não esboça nenhum tipo de reação.
— Venha, acredito que minha esposa está pronta.
Seguimos pelo grande jardim da casa, não entendo como um homem que não gosta de criança e pelo visto não tem filhos vive em uma casa grande assim.
Entramos na mansão, a decoração de luxo mostra que ele não esconde o poder e riqueza que tem, enquanto faço minha pequena analise o senhor Corey some das nossas vistas por alguns segundos.
— Henri. — Justin chama a minha atenção. — Você sabe que será o segurança particular da senhora Corey e é importante não a perder de vista nenhum momento. — Ele segue com suas instruções enquanto ouço atentamente. — O mais importante é no final do dia passar todo o relatório.
— Ele comentou sobre isso, então tudo que ela fizer preciso falar? — Pergunto ajeitando meu terno.
— Sim, até com quem ela conversar você tem que passar para o senhor Corey.
Olho para Justin sem acreditar e ele sorri, esse homem é extremamente possessivo com a esposa, teria motivos para isso? Será que ele não confia na mulher que tem?
— Não é para se assustar Henri, se quiser manter o seu trabalho tem que seguir as regras sem questionar absolutamente nada.
— Tudo bem.
— Essa é a sua. — Brad volta com uma arma ponto 40. — Não hesite em usar para proteger a minha esposa, tenho muitos inimigos. — Um sorriso sarcástico surge em seu rosto.
Pego a arma de sua mão e confirmo que está carregada, enquanto a guardo um perfume doce invade o ambiente. Barulho de saltos me fazem levantar o olhar, parece que o sistema do meu corpo ficou fora do equilíbrio, fazendo com que eu me sinta anestesiado.
Ela vem descendo as escadas devagar, não consigo desviar meu olhar, por mais que eu tente meu corpo todo treme, uma sensação estranha me invade, mas é algo bom.
Ela é nova. Ela é linda.
Ela vai se aproximando e meu coração acelera ainda mais com isso, minhas mãos estão suando. O que uma mulher tão nova faz ao lado desse homem? Observo que ela não me olha. Sem dizer uma palavra ela se aproxima do senhor Corey que a observa de um jeito estranho.
Vejo a linda mulher na minha frente abaixar o olhar fazendo assim ele se virar para mim.
— Essa é Anabella Corey, minha esposa.
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Apenas Um Olhar (DEGUSTAÇÃO)
Romance* LIVRO 1 * DISPONÍVEL APENAS NO SITE DA EDITORA UICLAP Henri Asher sempre lutou pelos seus objetivos, até se tornar um dos melhores seguranças de Seattle. Mas nem tudo são flores, Henri ficou sozinho com o pequeno Gabriel, um lindo garotinho que...