Henri
Infelizmente essa informação me deixou mais curioso, Kevin me olha e ajeita o terno.
— Faça somente o seu trabalho, siga as ordens que você manterá seu emprego.
— Irei fazer isso senhor.
— Bom. — Ele sorri sem graça. — Boa sorte Henri. — Estendo minha mão com um sorriso.
— Muito obrigado pela oportunidade, pode confiar que não vou manchar o nome de sua empresa.
Me despeço dele e saio da empresa com o corpo mais leve e aliviado, o peso que estou carregando a anos sozinho desapareceu, ao respiro fundo sentindo as primeiras gotas de chuva tocar minha pele, ainda estou sem acreditar que consegui um emprego melhor, que finalmente vou dar uma vida melhor para minha mãe e filho.
A primeira coisa que fiz foi ir até o serviço que me acolheu por anos, depois de acertar tudo segui para casa.
— Cheguei.
— Oi papai.
— Saiu mais cedo da escola, meu amor? O que houve? — Pergunto quando sinto seus bracinhos apertando minhas pernas. — Biel, o que aconteceu?
— Vovó. — Chama dengoso.
— Negativo, conte você. — Levanto o olhar e minha mãe está com os braços cruzados encostada no batente da porta.
— Só não briga comigo papai. — Gabriel levanta o olhar e eu o pego no colo. — Eu bati no amiguinho da escola. — Ele abaixa a cabeça envergonhado.
— Olha para o papai. — Levanto seu rostinho que está molhado pelas lágrimas.
— Perdoa eu papai, mas eu não me segurei.
— Primeiro: o senhor correu o risco de passar mal outra vez. Segundo: o que ele fez pra você bater nele?
— O Pedrinho disse que eu não tenho mamãe porque sou menino malvado, feio e doente.
Suspiro e abraço meu filho, por que existem pessoas que amam ofender os outros?
— Gabriel — Seus lindos olhos cor de mel estão vermelhos. — Você não é isso. Você tem uma mamãe sim, mas ela preferiu ir embora do que morar com nós.
— Ela não ama eu, papai?
— O que você acha filho?
— Bom, se ela amasse eu, ela estaria aqui.
— O papai e a vovó dão amor suficiente para você. — Bato o indicador na pontinha do seu nariz.
— Sim, mas eu ainda vou ter minha mamãe, eu sonho com ela todaaaaa noite. — Sua empolgação me faz sorri.
— Papai tem uma notícia boa para você. — O sorriso do meu filho aumenta. — Daqui uns meses nós vamos fazer a sua cirurgia.
— Sério?
— Sim, mas para isso vamos precisar mudar. — Olho sorrindo para minha mãe que já está negando.
— Isso não Henri. — Ela diz cruzando os braços.
— Mãe, por favor? Eu preciso de vocês por perto.
— E nossa casa? Nossas coisas?
— Podemos alugar, uma renda a mais para a senhora.
— Henri eu não sei. — Ela suspira e se aproxima.
— Vovó, olha só, senta aqui. — Gabriel diz sério batendo a mão no sofá enquanto eu seguro a vontade de sorrir. — Eu não quero fica longe do papai, e não quero fica longe da senhora, tendeu?
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Apenas Um Olhar (DEGUSTAÇÃO)
Romansa* LIVRO 1 * DISPONÍVEL APENAS NO SITE DA EDITORA UICLAP Henri Asher sempre lutou pelos seus objetivos, até se tornar um dos melhores seguranças de Seattle. Mas nem tudo são flores, Henri ficou sozinho com o pequeno Gabriel, um lindo garotinho que...