Dizem que nada está tão ruim que não possa piorar, certo? Certíssimo! A conquista do mestrado na área dos sonhos não é nada quando se perde o emprego e ainda recebe a notificação do aumento do preço do aluguel onde mora. A maré de azar parece mudar...
Oi! Então, algo engraçado aconteceu: BPA teve que ser alterada levemente para receber o status de conteúdo maduro por culpa desse capítulo, hihihi... Eu disse em algum lugar que liberaria um capítulo extra quando a história chegasse a 5k leituras e, adivinhem? CHEGAMOS! Sinto muita falta de Babá, e fico muito feliz em compartilhar essa cena que eu tenho escrita há eras, só esperando o momento certo para postá-la. Quem quiser entender algumas referências, recomendo a releitura do Capítulo 6 da história, para a versão mais "leve" do acontecimento aqui narrado, haha... Espero que gostem, de verdade, desse presente.
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21 de abril de 2019
Jeremy abriu os olhos, sentindo um calor confortável em sua lateral. O ar doce e quente batia em seu pescoço, lhe provocando arrepios, e a ator quase desistiu da ideia que tivera há dias só para poder ficar ali até que a própria cama os expulsasse dali. Ele se revirou, entretanto, para longe daquele calor, tentando ao máximo ficar em silêncio para não atrapalhar a mulher profundamente adormecida. Foi difícil, entretanto, convencer seus pés de se moverem dali uma vez que o ator viu a figura adorável que ela formava.
Com a saída do ator de seu lado, Charlie havia se remexido na cama, a cabeça ainda pendia para o lado, os lábios levemente entreabertos. Os cabelos se espalhavam pelo travesseiro, seu corpo nu estava envolvido pelo lençol branco e fino, só os braços e as pernas de fora, como ela gostava. Jeremy sorriu com aquela visão, ainda não tendo se acostumado a ter aquilo ao seu lado por tanto tempo. Pra sempre, como o anel que enfeitava o dedo anelar dela na mão direita prometia. Ele havia feito o pedido semanas antes, sabendo que seria clichê demais se o fizesse no aniversário dela, e por não conseguir conter a ansiedade. Charlie havia aceitado, mas eles sequer haviam começado a discutir qualquer plano, muito menos uma data. Por um lado, ele estava mais tranquilo com sua agenda, por outro, ela ficava cada vez mais ocupada com o início do doutorado e a quantidade inacreditável de palestras e congressos que tinha que participar – tanto como palestrante, quanto como convidada.
Ele se orgulhava dela, e vê-la correndo atrás de seu sonho era algo que o deixava estupidamente feliz. Que levassem mil anos para se casarem com toda a pompa que ela merecia, ele não se importava.
Antes que se prolongasse mais do que deveria ali, e acabasse desistindo da ideia e adiasse por mais um ano a promessa que havia feito. Ele vestiu a calça de moletom e uma camisa branca, e saiu do quarto rumo à cozinha. Num milagre dos deuses, naquele ano e naquela data, ela e Jeremy estavam sozinhos, com Ava indo passar alguns dias com a mãe. Assim, o plano do ator poderia ser realizado com sucesso – assim ele esperava.
~ * ~
Charlie se remexeu na cama, franzindo o cenho enquanto passava a mão no rosto para tentar espantar o sono. Ao longe, o som de algo caindo e fazendo um estardalhaço lhe deu a explicação do que exatamente a havia despertado. A mulher se mexeu, não se surpreendendo por encontrar o espaço ao seu lado vazio. Já havia se acostumado com Jeremy ter uma disposição matinal bem maior que a dela, que só começa a funcionar de fato após as dez da manhã, no mínimo, se fosse extremamente necessário. Ela se espreguiçou e pegou o celular na cama, confirmando que ainda era bem cedo.
