Red Army-
PresenteO clima estava tenso naquela tarde de outono, recrutas com não mais de dezesseis anos carregavam pesadas armas que usariam mais tarde em uma guerra que, além de definir o destino de si mesmos, travariam uma luta que não era sua, e que nunca deveria ter começado em primeiro lugar.
E era exatamente por eles que Tom estava naquela maldita base.
Como um dos líderes da oposição aos atos do recém-formado exército vermelho, Thomas tomava frente em todo tipo de missão, mesmo aquelas que poderiam ser consideradas suicidas por muitos, sendo assim, quando tomou conhecimento do recente desaparecimento de crianças e adolescentes pelas remotas áreas da Europa nórdica, imediatamente se ofereceu para o trabalho de infiltrar-se na base norueguesa e resolver de uma vez por toda o problema.
Claro, houve inúmeros protestos, especialmente de seus companheiros Edd e Matt, que lideraram junto dele. Mas no final, nada pôde mudar a decisão do britânico, essas crianças não eram soldados, e Tom iria pessoalmente assegurar que isso permanecesse desse jeito.
Isso se o seu delicado plano não tivesse sido rudemente interrompido por um desgraçado como Tord.
Que se dane o título de líder dele! Tom nunca o chamaria assim, nunca fez nada por merecer, nem quando moravam juntos, nem agora. Que tipo de líder arriscaria seu povo desse jeito? Certamente não um bom, e além do mais, mesmo com armas apontadas para si —decretando a toda realidade que o britânico havia, de fato, sido pego em uma de suas mais importantes missões— ele nunca ousaria dar a Tord o gostinho de sua submissão.
"Ora ora," Exclamou um familiar sotaque, suas largas passadas em um ritmo desesperador ao encontro de seu antigo inimigo. "Veja quem decidiu aparecer, de todas as pessoas que eu poderia ver nesse momento, tinha que ser você." Completou cuspindo veneno em cada sentença que trocava com o homem, que agora estava a sua frente—ajoelhado, patético.
"A que devo o prazer da visita, Thomas?" Disse o norueguês olhando com desdém ao seu antigo amigo, se seus pais lhe ensinaram algo, é de que sempre se deve tratar convidados com respeito, mesmo que o convidado tenha deformado metade de seu rosto.
Logo, Tom apenas riu, pondo sua melhor cara sarcástica, fitando o maior em seu único bom olho. "Prazer só na cama, e sinto muito, mas isso nunca será o caso, não pra você pelo menos." Estar numa situação desse jeito deixava o mesmo em dois estados mentais, ou ele estaria se cagando de medo, ou, como é agora, estaria sendo o merdinha sarcástico que sabia que poderia ser.
Ah, assim como nos velhos tempos.
"Tão eloquente." Murmurou o norueguês revirando os olhos, se bem que, com seu grandioso elmo, ninguém poderia o ver realizando tal ato, muito menos ver o sorriso satisfeito que crescia em seu rosto cada vez mais.
Como o líder do novo mundo, não há nada que Tord não tenha, e não existe ninguém neste mundo que ouse o desafiar, bem, todo mundo menos Tom. E honestamente, isso é extremamente refrescante.
"O que veio fazer aqui?" Finalmente indagou sem cerimônias, a visita de um velho amigo em sua base principal pode até ser motivo de cordialidades, mas ambos sabem que ninguém aqui tem tempo para tais.
"Você quem me diz, sério Tord? Crianças? Eu esperava mil e uma coisas de você, mas parabéns, me surpreendeu com sua maldade." Cuspiu no chão ao terminar de falar, nem um pouco de respeito deve ser dado a esse comunista maldito.
"Bem e mal são conceitos estranhos, tudo depende de um ponto de vista. Eu apenas mudei a vida desses jovens," Começou o maior, acendendo um de seus prestigiados charutos—Se não se engana, foi o presente de algum diplomata pedindo paz para seu país, apenas para vê-lo desmanchar em cinzas no outro momento—"Para uma onde eles podem verdadeiramente mudar o mundo."
"Não é questão de bem ou mal seu cabeça de bosta! Você andou tão alienado naquele—Qual era o nome? Karl alguma coisa comunista!Que 'tá querendo pagar de filosofo também?" Agora isso acertou um nervo em Tord, o xingue quanto quiser, mas nunca, jamais, insulte aqueles que aprecia.
Ainda assim, resolveu conter a enorme vontade de dar um soco ao inglês insolente perante dele, não é divertido quando a pessoa não tem como se defender— É somente outra tática patética para se sentir mais forte, onde claramente, existe desvantagem.
Então ao invés disso, o norueguês resolveu mandar Paul e Patryck, dois de seus mais confiáveis soldados—bem como seus pais,—levarem Tom para uma de suas celas. Sempre poderia lidar com ele mais tarde, mas não o deixar ir, além da possibilidade das informações do menor por ter invadido a base principal do exército, Tord estava entediado de tanta gente pagando papel de puxa saco para ele, manter Tom por perto seria, no mínimo, interessante.
Amigos perto, e inimigos mais perto ainda, certo?
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Espero que tenham gostado dessa desgracinha, foi divertido de escrever!
Capítulos seguintes vão oscilar entre passado e presente, mas não se preocupem, vou colocar lá em cima qual é qual ;)
Essa fanfic foi "betada" por Urso_P! Agradecimentos especiais a ela.
Comentários e críticas construtivas são mais que apreciadas nos comentários! Não hesite em escrever um, irei adorar lê-lo.
Bem, até logo!
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Este lado do paraíso [DESCONTINUADO]
FanfictionEsse trabalho não está mais em condução, você está livre para lê-lo caso deseje, porém saiba que a estória não tem um final escrito. Caso esteja interessado em saber do final, a qualquer momento está livre para mandar-me mensagens no privado, onde e...