Sol da manhã

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Red Army-
Presente

Acordar de um bom sonho era sempre difícil, especialmente nos momentos onde não se quer levantar.

No período de dias em que Tom ficou desacordado, teve momentos onde ficou consciente, ouvindo os fogos de artifício, sentindo algumas das dores que vinham de seus olhos em certos pontos do dia, e mais importante, sentir uma mão a segurar a sua.

Realmente, um ótimo sonho.

Mas esse não era um dos momentos em que sentiria alguém acariciando seu rosto, ou sentiria a picadas de agulha perfurando sua pele, não, dessa vez tudo parecia mais real. Logo, Tom abriu um de seus olhos, e ficou surpreso.

Tudo estava em preto e branco, sem falar que havia um certo peso sobre as órbitas negras. Logo, ele levou uma mão até os olhos, sentindo uma espécie de  headset—Aqueles que ele usava em casa para jogar realidade virtual com Edd e Matt, este pensamento deixou-o melancólico por um segundo, até relembrar-se de sua situação.

"Mas que droga...." Exclamou com um sussurro, sua garganta estava surpreendente seca. "Mas que droga?!" Falou com mais confusão, sua mente assimilando, de uma vez por todas, o que se passava.

Uma enfermeira com os uniformes da Red Army entrou correndo para o quarto, sorrindo satisfeita ao ver seu paciente acordado. "Senhor Wright, é ótimo te ver acordado." Ela começou, a tag em seu uniforme dizia que se chama Bella. "Red Lider estará satisfeito em saber do seu bem estar."

Tal frase trouxe um riso de Tom, fazendo com que a enfermeira ficasse extremamente confusa. "Desculpa, eu não acho que ele fique preocupado comigo. Ou com outros seres humanos, aquele comuna não sabe o que é compaixão."

"É curioso que diga isso, ele não deixou o seu lado por quase nenhum momento durante o procedimento." Exclamou ela, abrindo um pequeno freezer, que ficava situado no canto do quarto, e tirando de lá dentro uma garrafa de água, a entregando para Tom. O britânico estudou o objeto por um momento, chegando a conclusão de que não gastariam recursos médicos em alguém que iriam envenenar, então bebeu.

"Não se engane, ele só queria ter certeza de que não morreria." Disse arfando por ar, não percebeu que o tamanho de sua sede até começar a beber— O que trouxe a Smirnoff de volta em sua cabeça, e a quantidade de tempo que passou sem uma.

"Se diz, bem, eu deveria lhe informar em sua condição antes qu–" "Não será necessário, Bella. Eu explico." Exclamou a voz profunda que o britânico tanto conhecia. "Tord, é péssimo te ver, como sempre."

"Deve agradecer até que está vendo, Thomas." Disse o maior, se sentando na cadeira ao lado da cama de Tom. "Linfoma intraocular, quando estava planejando me contar?" Jogou sobre o menor uma série de exames, se levantando bruscamente logo depois.

"Quando eu soubesse, talvez." O britânico tomou em mãos os exames, analisando-os com cuidado para que não deixasse nada passar. Aparentemente, estes pertenciam a um dos médicos da resistência. "Haha, muito engraçado Tom, mas ambos sabemos que você sabia que iria acabar desse jeito." Acusou Tord, o tom de sua voz aumentando um pouco.

"Não faço a mínima ideia do que você esteja falando." Foi a única resposta que Tom deu, abaixando sua cabeça. "Ah não? Pois acho que sabe sim, o banco de informações da sua base não é muito bem protegido." Opa, agora isso era interessante.

Se de alguma forma Tom conseguisse ter acesso a algum computador, talvez fosse possível sincronizar-se com o canal da resistência, possibilitando assim o contato com Edd e Matt. Um sorriso subiu aos lábios do homem, que apenas notou que Tord estava falando algo quando o mesmo parou de falar.

Este lado do paraíso [DESCONTINUADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora