Capitulo 43

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O táxi finalmente tá chegando no hospital da cidade, to morrendo de nervoso mas também to ansiosa. Minhas mãos soam e meu coração aperta mais e mais.

- Chegamos - ele diz estacionando.

Paguei ele e sai do carro, vi de longe Lena me esperando sentada no banquinho na frente do hospital. Peguei minha mala com o motorista e fui até ela.

- E aí Lena? - ela se levanta e sorri fraco.

- Oi pequena - ela me abraça forte e eu retribui - Aí que saudade que eu tava de você.

- Eu também tava - apertei o abraço.

- É então.. - disse me soltando.

- Como ela tá?

- Ontem ela estava pior mas hoje o médico disse que ela tá respondendo bem aos medicamentos.

- Graças a Deus - respiro aliviada - Tive tanto medo de acontecer alguma coisa.

- Só o que me entristece é sua tia, Meire nem se quer se deu o trabalho de vir aqui ver a própria mãe - suspiro nervosa.

- Conhece ela né Lena, tem uma raiva de todo mundo que eu nunca vou entender.

- Bom, vamos lá ver ela?

- Sim.

Ela puxou minha mala e entrou no hospital, segui ela e fizemos a ficha de visitante. A última vez que vim nesse hospital foi pra fazer o reconhecimento dos meus pais, querendo ou não sempre vai dar um aperto no coração sempre que voltar.

- Vamos? - ela pergunta colando o adesivo no meu peito.

Entramos no elevador e Lena apertou o terceiro andar, saímos em um corredor que era extremamente calmo e fresco.

Fui seguindo ela até que paramos na porta número 16, entramos devagar e tinha uma enfermeira conversando com a minha vó.
Ela me olhou e abriu um sorriso grande e iluminado que fez meu coração desapertar na hora.

- Fernanda minha linda - ela abre os braços.

Sai correndo e abracei ela tão forte que parecia que não via ela a uma década, senti varios beijos na minha bochecha e dei risada por isso.

- Que saudade que eu tava - ela diz e apertando.

- Eu também tava.

Solto ela e me arrumo de novo, sentei no ladinho da cama e peguei sua mão.

- O que foi em?

- Eu to bem, só a minha dor nos ossos que voltou.

- Eeh, tem que ver isso aí em.

- Depois a gente resolve, agora o que você tá fazendo aqui tão longe?

- Vim te ver - ela sorri sem humor - Lena me ligou então eu já vim correndo.

- Não precisava, sabe que não atrapalha sua vida.

- Para de besteira vó, qualquer dia eu iria vim ver a senhora.

- Que bom que veio - ela diz e vejo seus olhos marejar.

- Oh meu Deus - abraço ela e beijo sua bochecha - Sabe que sempre pode contar comigo.

- Eu te amo minha menina.

- Eu também te amo.

Me afastei tornando a pegar sua mão.

- Lena disse que te viu em uma revista com um garanhão - ela diz e meu coração dispara.

Dei uma risada sem graça e senti a mão de Lena no meu ombro.

- Vai conta, ele é seu namorado - Lena diz e minha vó sorri.

- É complicado - sorrio fraco.

- Como assim?

- Não sei vó, a gente só é pessoas diferentes.

- Mas ele é bonitão e tem nome importante - Lena diz e eu do risada.

- Ele é dono de uma empresa junto com o pai, a família dele é bem famosa.. - sorrio boba - A família Thompson.

- Aí que linda - minha vó diz rindo e eu olho pra ela.

- O que?

- Você tá apaixonada - ela diz e eu fico surpresa.

Meu corpo gelo.

- To não.

- Tá escrito na sua testa menina - Lena passa seu braço pelo meu pescoço - Seus olhinhos até brilharam quando falou dele - ela toca sua indicador no meu nariz.

Sorri sem graça e minha vó tava toda encantada olhando pra mim.

Ficamos conversando mais um pouco e fiquei pra conferir se minha vó ia se alimentar direito, o horário da visita tinha acabado então eu e Lena fomos embora.

- Tenho que ir pro ponto - ela diz me entregando minha mala.

- Vamos de táxi comigo.

- Ah magina não quero que gaste comigo.

- Para de besteira Lena, você mora na frente da minha casa - demos risada.

Entramos no táxi e ela deu o endereço de casa, ele partiu e eu fiquei feito boba vendo a janela e minha cidade pequena que já estava com saudade. Não demorou muito pra chegar, ele entrou na estrada de terra e logo avistei as duas casas uma de cada lado do lago. Paguei a corrida e saímos.

- Meu Deus que saudade - digo vendo minha casa.

- Pois é, tá a um tempinho fora.

Subimos a ponte e ela parou.

- Mais tarde vou lá ok?

- Tudo bem Lena, obrigado por tudo.

Ela sorri e sai pro lado dela, respirei fundo o ar puro das árvores e escutei o movimentos dela junto à água do lago. Que saudade daqui.

Entrei em casa e me arrepiei inteira junto meu coração se apertou, passei tantos momentos bons nessa casa. Deixei minha mala na sala e subi as escadas. Já na primeira porta o quarto dos meus pais, entrei e no armário não tinha nada só alguns lençóis e edredons. Mas ainda sim esse quarto me lembra eles , sai e fui pro meu.

Sorri chorosa quando entrei no quarto rosa e branco, tudo no mesmo lugar. Minha vó não tirou nada ao não ser limpar e deixar tudo cheirosinho, como eu amo aquela mulher.

Peguei minha mala e subi de novo pra colocar uma roupa mais confortável, to morrendo de fome então vou aprontar alguma coisa pra comer.

Já ia dar uma da tarde aqui, na cidade grande deve ser quase as nove da noite. Enzo deve tá indo pra aquele maldito jantar com a querida prima, mesmo que eu não conheça essa mulher eu não gosto dela.

Peguei meu celular e sem aguentar disquei o número dele, na momento que ia apertar pra ligar eu parei.

Larguei o celular no balcão e respirei fundo, fiquei olhando pro celular até cair me convencer que é melhor não ligar.

Ciúmes ridículo.

Continuei fazendo minha comida e assim almocei sozinha com meus pensamentos naquele maldito jantar..

Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora