PRÓLOGO

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— Karina — suspirou o policial enquanto olhava fixamente para o rosto da adolescente. — Eu entendo que as últimas horas foram um tanto... Digamos que traumáticas.

A garota, que até então estava com o rosto virado, voltou para o policial. Seu olhar revelava ódio misturado com medo. Ainda tinha um pouco de sangue nas mãos, que permaneciam fechadas fortemente em seu colo.

— Você, como mais ninguém, sabe que eu tentei avisar... — a adolescente respondeu.

— Não tínhamos provas, e você sabe...

— O que eu sei é que uma pessoa morreu nos meus braços! Como se já não bastassem as outras mortes! — vociferou. — Prendam aquele monstro antes que ele mate os outros!

O policial se levantou e saiu da pequena sala. Karina continuou olhando para a mesa enquanto tentava assimilar as últimas horas. Sentia-se aquela típica sobrevivente de filme de terror, a famosa final girl, que após uma dura jornada tentando escapar do assassino e perdendo várias pessoas durante o percurso, finalmente se via segura.

Filmes slashers de terror sempre acabam com o assassino morto; supostamente morto ou simplesmente com a final girl fugindo, tentando superar o que havia acontecido. No caso o assassino estava vivo e com muita sede de sangue. Se a história acabasse ali, provavelmente o rumo dela seguiria como uma sequência desse filme.

Todos sabemos o que acontece com a final girl nessas sequências.

Mas Karina definitivamente não havia botado um ponto final nessa história.

Não mesmo.

RASTROS DE SANGUE (ANTIGO DOCE OBSESSÃO - EM BREVE FÍSICO) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora