Capítulo 2 - A primeira partida

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Um dos seus servos, o arauto, saiu pela feira convidando as pessoas para assistirem à disputa pela honra dos cavaleiros

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Um dos seus servos, o arauto, saiu pela feira convidando as pessoas para assistirem à disputa pela honra dos cavaleiros.

Se as coisas já estavam ruins antes, acabaram de piorar para o adolescente Willian Armstrong, que nunca enfrentou um inimigo vivo na Justa, apenas espantalhos nos campos de trigo.

Nas partidas de Justa, os cavaleiros lutavam vestindo armaduras para amortecer os impactos recebidos pela lança do inimigo, que não possuía ponta afiada para a proteção dos jogadores, mas uma ponta de cerâmica. Ambos os participantes devem galopar em alta velocidade e tentarem acertar seu inimigo com golpes de lança a cada rodada para somar a maior pontuação. Para cada golpe acertado do pescoço para baixo soma-se um ponto; se a lança se quebrar o cavaleiro receberá mais um ponto extra; para golpes na cabeça, dois pontos; se a pena na lateral do capacete for removida a vitória será automática ou se o outro cavaleiro for derrubado do cavalo, neste caso o cavalo será do vencedor da partida.

O público se acomodava nos assentos de acordo com sua classe e posição social.

O jovem estava muito nervoso e não conseguia conter sua agitação. Um ajudante da arena providenciou uma armadura para ele, que ficou um pouco grande sobre seu corpo franzino e preparou o cavalo na raia para iniciar a partida.

Willian temia perder o cavalo de seu pai e mesmo que vencesse a disputa, que ele descobrisse o que realmente aconteceu. Nada daquilo fora sua culpa, porém, seu pai encararia aquilo como um ato rebelde de desobediência e certamente o castigaria por tudo.

Os homens traiçoeiros tiravam na sorte quem seria o cavaleiro. Depois que tudo estava acertado, o cenário todo preparado para o jogo, a torcida devidamente assentada e os cavaleiros em suas posições, o árbitro iniciou a partida.

O regente gargalhava da arquibancada e se sentia em seu momento de glória, como o anfitrião daquele espetáculo esportivo.

O campo parecia infinitamente maior para Willian, que nunca havia pisado em suas areias. Ele sentia-se como uma minúscula formiga.

O ajudante deu uma tapa no cavalo de Willian, que também estava nervoso e descontrolou-se. O equino correu a toda velocidade, saltitando de maneira disforme e imprevisível, desequilibrando também seu mestre.

O jovem pajem concentrou toda a sua atenção em tentar manter-se no lombo do animal feroz, que tentava derrubá-lo com todas as energias e fugir daquele local estranho e intimidador. Quando se aproximou do outro cavaleiro, deixou a lança escapar de sua mão e recebeu um forte impacto da arma dele em seu peito. Willian agarrou-se às cordas da cela com toda a sua força e conseguiu puxar a si para o corpo quente do cavalo, uma vez que fora lançado alguns milímetros acima.

A primeira rodada foi vencida pelo seu adversário e uma das três bandeiras foi removida do placar de madeira. Os homens da arena agarraram o cavalo para conter a sua fúria e o puxaram violentamente para a raia outra vez. O ajudante trouxe a lança para Willian, que tentava dialogar com sua montaria.

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