Discórdia

20 1 0
                                    

Já se passava das 22:30, liguei para Thompson, o telefone apenas chamou, imaginei que ele já havia dormido. Estava definitivamente sozinho nessa, saí de casa com a cabeça fervendo, sabia que Jeff iria querer estragar meu encontro, mas ele não ia conseguir, fui até uma loja de armas perto do bairro em que eu morava, quando cheguei me deparei com uma vitrine repleta de armas de todos os calibres e valores. Entre todas, a que me chamou mais atenção foi uma calibre38 cromada, com cano longo, perguntei ao vendedor o preço e se era difícil de usar.
— Essa é uma excelente arma, custa 3,399,00R$, não é tão difícil de usar, mas sem querer ser curioso mas já sendo, o senhor sabe atirar?...
Olhei apreensivo para ele, já que nunca havia nem pegado em uma arma e respondi que ninguém naquela redondeza sabia atirar mais que eu, em tom irônico.
Parcelei a arma em cinco vezes no cartão e comprei uma caixa de munição, voltei para o carro, já armado, coloquei meu 38 no porta-luvas e fui em direção à um posto abastecer. No caminho minha cabeça doía bastante, pois eu pensava em muita coisa ao mesmo tempo, parecia um computador.
Abri o porta-luvas lá estava meu lindo 38 e ao lado uma cartela de remédio para dor de cabeça, peguei a cartela e coloquei no banco do carona para quando chegar no posto conseguir um copo d'água para tomar um comprimido.
Cem metros antes do posto chegou uma mensagem no meu telefone, resolvi esperar chegar lá para ver a mensagem, acelerei para chegar mais rápido. Encostei ao lado da bomba, pedi ao frentista que abastecesse enquanto eu tomava um remédio e peguei o celular, quando fui olhar a mensagem a bateria descarregou, fiquei morrendo de ódio, joguei o celular dentro do carro e fui tomar meu remédio, logo após fui ao banheiro para aproveitar a parada no posto, quando voltei o frentista estava me esperando já impaciente.
— O senhor disse que só ia tomar um remédio e já voltava, desse jeito vou começar a cobrar aluguel da vaga...
— Poxa cara, só fui ao banheiro me desculpa!...
— Não vem com essa de me desculpa e paga a gasolina.
Estava tão nervoso que perdi a cabeça nesse momento, fui até o porta-luvas peguei meu 38 e disse:
— Olha só cara, se você quiser que deixe seus miolos espalhados nessa porra de posto, fala comigo mais uma vez do jeito que estava falando...
— Calma cara, foi um engano...
— Engano um caralho, abaixa essa bola frentista.
Entrei no carro e acelerei sem pagar, enquanto dirigia comecei a pensar na minha atitude, me espantei, e vi que toda essa discórdia era culpa de alguém, e esse alguém era Jeff, meu ódio aumentava a cada momento é o pior é que agora eu estava armado e cego.
Fui para casa, para evitar mais problemas, guardei o carro na garagem e fui dormir. Na manhã do dia seguinte acordei, já era Quinta-feira, já que já estava tudo fodido não fui trabalhar novamente, pois era o grande dia.

Infinitamente para sempre...Onde histórias criam vida. Descubra agora