thirteen

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"Eu queria gritar porque estava doendo mais do que eu poderia aguentar, mas se eu gritasse, eu gritaria seu nome.

E eu queria te esquecer"

E eu queria te esquecer"

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New York

6 anos atrás

Subi as escadas, ignorando as pessoas na sala e rezando para que nenhum desses jovens tivesse invadido meu quarto.

O telefone de Noah continuava tocando insistentemente e eu já estava pensando em desligá-lo de uma vez, mas achei que não fosse a coisa certa a se fazer.

Fui até os banheiros, mas ele não estava lá. Nem no quarto de mamãe, fui até o quarto de Lily, mas estava fechado, então restava apenas o de hóspedes e o meu. Levando em conta que ele dormiria aqui hoje, talvez estivesse no quarto de hóspedes.

Fui até lá, mas me decepcionei ao encontrar o cômodo vazio.

Péssima hora pra sumir, Noah.

Parei no corredor mais uma vez, a tempo de impedir que um casal tentasse entrar no quarto de mamãe, avisei que as portas estavam trancadas. Fui até o meu quarto, e a porta estava entreaberta, fechei os olhos, com a mão na maçaneta, rezando para não me deparar com algo que me traumatizasse pelo resto da vida.

Por favor, que nenhum casal tenha encontrado esta porta aberta.

Ao abrir a porta, o que eu encontrei com certeza me traumatizaria pelo resto da vida.

Não, eu não vou detalhar a cena ridícula que se estendia a minha frente para vocês, porque é realmente humilhante ter que dividir com alguém que eu encontrei meu namorado, e também a pessoa em quem mais confio no mundo, na minha cama com a minha meia irmã.

Depois de me humilhar um pouquinho mais observando a cena, entrei totalmente no quarto, batendo palmas para o espetáculo que se desenrolava a minha frente.

–– Noah! Que presente maravilhoso você está dando pra minha irmãzinha. – disse, irônica, assistindo ambos levantarem-se rápido. Noah me encarava em choque, e Lily parecia realmente divertida com a situação.

–– Emma... Ah, meu Deus! – Noah começou, mas Lily pôs a mão em seu ombro, o impedindo de prosseguir.

–– Irmãzinha, você não tem mais nada pra fazer além, claro, de me atrapalhar? Porque eu estou realmente cansada de você. – sorriu ciníca e se aproximou.

–– Está? Olha Lily, a porta é bem ali, querida. Eu não sei se você sabe, mas essa casa é minha. Você e seu pai estão aqui por bondade de mamãe, então, já que você não nos suporta me faça o favor de ir embora. – respondi e ela riu, sua beleza agora parecia podre.

–– Queridinha, eu não vou a lugar algum. A idiota da sua mãe jamais me deixaria ir, imagine só... – ela estava prestes a completar a frase quando foi interrompida por mim, digo, pela minha mão. Pelas minhas contas, muito precisas, eu acertei pelo menos quatro tapas em seu rosto antes de Noah intervir.

–– Emma, chega! Para, Emma. Para! – gritou para que eu parasse de me detaber, tentando me livrar do seu aperto.

–– Sua idiota, acha mesmo que isso vai adiantar alguma coisa? – Lily levantou-se e veio até nós, parando atrás de Noah, onde ela estava relativamente protegida. –– Me bater não vai anular o fato de que você e sua mãe são duas cornas, sim, porque você não acha que o meu pai iria passar o resto da vida com uma família dessas, não é? Ele com certeza já arrumou uma mulher muito melhor que a sua mãe, baby.

–– Lily saia daqui agora, antes que eu vá lá fora e acabe com essa droga de festa. – Noah ameaçou e ela sorriu, pedindo passagem. Noah me obrigou a sair da porta, e assim que ela saiu e ele me soltou, minha mão acertou seu rosto.

–– Nunca mais olhe na minha cara, ouviu? Nunca mais, Noah. – desci as escadas correndo e tropeçando nos próprios pés, com a visão completamente embaçada devido as lágrimas infelizes que insistiam em cair.

–– Emma, você precisa me ouvir. Eu juro que tentei evitar, eu jamais seria tão idiota com você propositalmente. Eu te amo, Emma. – ele disse, se aproximando de mim outra vez.

–– Você não machuca quem você ama! – gritei frustada. 

–– Emma, por favor, me ouça. Eu vou explicar tudo, eu juro, só quero que você se acalme. – respondeu tentando me conter, minha irritação e mágoa eram visíveis naquele momento, tão visíveis quanto as minhas lágrimas.

–– Explicar o quê? Que você decidiu que seria divertido enganar a burra da sua namorada, e melhor amiga, e traí-la com a idiota da irmã dela? Se for só isso, Blake, eu já entendi. 

–– Você precisa sair daqui, esfriar a cabeça, a gente conversa melhor amanhã, Em. – disse me segurando pelos ombros, me desvencilhei dele e gargalhei alto. 

–– Quer que eu vá embora, e te deixe aqui aproveitando a festa e a maravilhosa meia irmã que eu tenho? – questionei com raiva evidente, poderia jurar que minhas bochechas estavam vermelhas agora.

–– Claro que não, Emma! Eu vou com você, por favor, eu só preciso que se acalme e volte pra casa em segurança. 

–– Noah, você é uma piada. – caminhei para longe dele, que felizmente me deixou ir.

Eu estava me sentindo péssima, além de corna, quase bêbada.

Toda vez que olhava para Lily em sua roda de amigos, fingindo que nada aconteceu eu tinha vontade de arrastar sua cara no chão até abrir um buraco na terra. Mas era sua festa de 18 anos, e mesmo que eu estivesse me sentindo no direito de surtar e brigar com qualquer um, eu não iria fazer aquilo. 

Já havia perdido as contas de quantas vezes enchi meu copo para tomar todo o conteúdo de uma só vez, tentando aliviar todo o peso. Mas ninguém nunca me avisou que chifres pesavam tanto. 

Naquela hora, quando olhei em direção a piscina e observei todos os rostos conhecidos por ali, me pareceu a coisa certa a fazer, mas a minha parte sensata e sóbria me alertou quando comecei a andar naquela direção você vai se arrepender, ela dizia.

Eu não a ouvi.

***

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por favor, me contem o que acharam.

esperavam por isso?

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