Capítulo 5

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Por Aurora...

Lutei contra os meus olhos, abrindo-os diante da luz do sol que pairava sobre o meu rosto, sentindo uma mão sobre o meu ombro. Avistei diante de mim uma figura masculina familiar, embora não conseguia pensar aonde já havia visto aquele rosto antes.

- Você está bem? - Perguntou, com um semblante que me pareceu preocupado.

- Ahm... estou sim, obrigada. - Senti minhas bochechas corarem. - Desculpa, eu só estava tentando me desviar do garoto na bicicleta e... 

- Tudo bem. - Me interrompeu.Eu vi que estava tentando sair do caminho dele. A culpa foi minha, acho que estava destraído e por isso só percebi tarde demais.

Ficamos em silêncio enquanto eu olhava ao redor procurando pelos livros que havia pegado emprestado na biblioteca. Se tiver acontecido algo, por menor que seja o detalhe em algum deles, sou uma garota morta! 

- Ah, droga! Espero que nenhum tenha se danificado. - Pensei alto, me abaixando para pegá-los um por um, no chão.

- Devia tomar mais cuidado ao andar por aí. Yale não é totalmente segura. - Falou, se abaixando para pegar um dos livros que estava próximo dos seus pés.

  - O perigo me persegue... - Pensei, mas não notei que havia falado.

- Bom, então acho que você precisa que eu lhe deseje sorte! - Falou, extendendo o livro em minha direção para me entregar, sorrindo. Caramba! Eu tinha quase certeza de que não teria visto aquele sorriso em nenhum outro lugar. 

- É, talvez. - Respondi, olhando para os livros, com vergonha pelo que havia acabado de pensar.

- Então, boa sorte garota perigo. - Falou, pegando o seu capacete que estava no chão.

- Ah, muito obrigada. 

- Tem certeza de que está bem? Nenhum arranhão? Nada que precise de curativos? Se precisar tenho algumas coisas na mochila ou posso te levar na enfermaria... - Ele perguntou.

- Tenho sim. Tudo bem, obrigada. Não precisa se preocupar.  - Sorri, sem jeito.

- Bom, então eu vou indo. - Falou, colocando o capacete e subindo na moto. - Boa sorte com os livros e mais cuidado da próxima vez. - Disse, num tom de ironia ao pronunciar a parte do cuidado.

Obrigada. Cuidado pra não atropelar ninguém do portão pra fora! - Sorri, implicante e em seguida me virei para ir embora.

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Cheguei no meu quarto ainda tremendo pelo susto do quase atropelamento e sem acreditar no que havia acabado de acontecer. Meu Deus, eu só passo vergonha!!! - Pensei, colocando os livros em cima da cama e levando as mãos para tapar o rosto.

De fato... estava mesmo demorando para que algo acontecesse com a pessoa mais desastrada do mundo aqui! - Falei comigo mesma, abrindo um por um dos livros  conferindo cada detalhe para saber se não estava muito ferrada. - Urfa! Por sorte não danificou nenhum.

Coloquei os livros na escrivaninha e fui até a cozinha preparar um café. Começaria o meu trabalho e precisava de combustível. Só pararia quando o sono realmente me vencesse.

Eu estava colocando a água do café no fogo, quando ouvi a porta se abrir...

- Apareceu a margarida! - Falei.

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora