Capítulo 10

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Por Ethan...

- Eu já disse que não vou Paul. Nem adianta insistir. - Eu estava decidido. - Não posso sair pra curtir uma festa enquanto o meu avô está em coma. - Falei.

- Cara, eu entendo toda essa situação com seu avô, mas você está com ele a cada segundo desde que tudo isso começou... Ninguém vai te achar o pior homem do mundo por dar uma fugida.

- Não estou fazendo isso pelo que vão pensar. Estou fazendo por mim... Por ele. - Minha voz transparecia cansaço. - Ele pode precisar de mim.

- Ethan, você pode ir por duas horas. Duas horas! - Falou. - O que são duas horas?!

- Muita coisa pode acontecer em duas horas. - Falei.

- Inclusive você dar uma passada na casa do Jefrey. - Disse, insistente.

- Pra quê ir até lá se a minha mente vai estar aqui? Não dá pra relaxar assim cara... - Falei, colocando o estetoscópio em volta do pescoço.

- Meu amigo... Acredite, duas horas fazem muita diferença. - Falou, colocando uma das mãos em meus ombros. - Você precisa sair um pouco desse ambiente. Sua mãe não precisa de mais alguém doente pra cuidar.

- Você não vai parar?! - Soltei um suspiro.

- Não. Até que você diga que na véspera do feriado você vai sair desse hospital, subir naquela sua moto, ir até a casa do Jefrey ver os seus amigos e tomar umas cervejas.

Fiz silêncio, passando por ele para voltar ao corredor do hospital ignorando-o.

- Preciso voltar ao plantão Paul. Obrigado pela visita. - Falei, dando as costas para ele.

- Ah qual é Huntzberger?! - Disse, me fazendo parar para olha-lo. - Duas horas. Duas horas ok? Duas horinhas na casa do Jefrey, e então você vai voltar pra cá e as coisas estarão exatamente como eram antes de você sair. Nada acontecerá. Confie em mim...

- Paul... - Falei, balançando a cabeça para os lados. - Ok. Mas nada certo ok? Talvez eu passe por lá. Talvez. - Falei.

- Ahhhh, esse é o meu garoto! - Falou, vindo em minha direção para um abraço.

Talvez não fosse má idéia. - Pensei.

- Ok, agora preciso voltar para os meus pacientes.

- "Ok agora preciso voltar para os meus pacientes." - Repetiu a minha fala, usando uma voz esquisita e fazendo uma careta. - Vai lá Dr. Bonitão. - Falou, ainda debochando com voz de mulher.

- Me erra. - Respondi, me virando para continuar a andar.

- Você sabe que é isso que as enfermeiras ficam dizendo por aí não é?! - Gritou atrás de mim, me fazendo revirar os olhos.

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O quadro de Bill ainda era estável. Nenhum sinal de melhora, nenhum movimento sequer.

Minha mãe havia ido para casa em Bridgeport para tranquilizar Emma e Billy. Joey finalmente conseguiu convencê-la à descansar um pouco e retornarem novamente amanhã.

- Bom dia querido! - Ouvi uma voz familiar entrar no quarto de hospital.

- Bom dia tia Mey. - Falei, analisando a respiração de Bill com o estetoscópio depositado sobre seu tórax.

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