Capítulo 8

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Por Ethan...

- Bom dia velho Bill! - Falei, abrindo a persiana ao lado da cama de hospital. - Parece que o nosso garotão vai voltar para casa hoje... - Depositei um beijo em sua testa, apoiando uma das mãos em sua nuca.

- Bom dia garoto. Onde está Emilly? - Me perguntou, com a voz um pouco mais firme do que da última vez em que a ouvi.

- Ela foi para casa cuidar para que tudo esteja na mais perfeita ordem quando o senhor chegar. - Disse, conferindo seus batimentos cardíacos com meu estetoscópio. - Você conhece a dona Emilly... precisa sempre se certificar de que estão cumprindo suas ordens da maneira correta. - Revirei os olhos.

- E como vou voltar pra casa? - Perguntou.

- Na garupa da minha moto! - Falei, com um sorriso brincalhão.

- Se for pra voltar pra cá, nem precisa me tirar daqui garoto! - Soltei uma gargalhada.

- Calma Sr. Bill... Vamos de carro. Eu soube que voltaria para casa hoje, então trouxe o carro para te levar de volta.

- E como vou ter certeza de que você não vai sair por aí como se estivesse disputando uma corrida? - Perguntou. - Estou velho demais para aventuras.

- Na verdade o senhor está muito atrevido para alguém que teve uma parada cardíaca a menos de uma semana! - Falei, arqueando as sobrancelhas. - Como está se sentindo?

- Forte como um touro! - Disse, sorrindo. 

Mesmo que não estivesse bem, não falaria. Os Trece e sua mania de não querer demonstrar fraqueza.

O que me tranquiliza são os exames. O quadro está estável há dois dias. Não há mais riscos e todos os exames foram repetidos com 24 horas de diferença todos esses dias em que esteve internado. Portanto não há mais necessidade de mantê-lo aqui.

Isso me deixa mais tranquilo. O que acaba por me deixar mais cansado, já que agora todo o sono não dormido e preocupação vão querer cobrar o tempo perdido.

- Bem... A enfermeira vai ajudá-lo a se vestir. Eu vou dar baixa em alguns papéis para finalizar o meu plantão e volto para te buscar. - Falei, ajudando-o a se levantar da cama.

- Céus! Parece que eu não sei andar mais... - Falou, se desequilibrando ao tentar ficar de pé.

- Isso é por ter ficado quase uma semana sem se levantar. Algumas horas em casa e tudo estará normal como antes! - Falei.

- Eu me viro daqui. Pode ir terminar as suas coisas... - Falou, virando-se para a enfermeira.

- Tudo bem. Em uma hora estarei de volta e partimos. - Falei, pegando a minha prancheta.

- Ele é um médico e tanto, não é mesmo?! - Ouvi-o dizer para a enfermeira depois que eu saí pela porta. - Sorri.

Eu estava exausto. Mas estava feliz. Meu avô estava bem, e era isso o que importava.

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- Quero saber como está a paciente mais linda de todas...- Falei, fechando a porta de seu quarto por trás de mim.

- Bom dia meu Doutor favorito! - Disse, abrindo o sorriso doce e angelical ao qual sempre me derretia. 

- Bom dia Lisie. - Falei, passando as costas da minha mão em sua bochecha, que estava mais rosada hoje, por sinal. - Como se sente princesa? 

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