Capítulo 29

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*Três meses depois*

O meu corpo treme com a dor e volto a gritar. A minha barriga estava grande e por essa razão fazia peso em cima de mim quando estava deitada. A curandeira sorri e afirma com a sua cabeça para uma das empregadas que estava a ajudar.

Ela não era apenas uma curandeira como também uma parteira. Fugiu de muitos reinos por a acusarem de bruxa mas neste conseguiu lugar por salvar a vida do antigo rei em uma batalha.

— Vai nascer. — Conclui uma das empregadas.

Umas empregadas andam de um lado para o outro para prepararem tudo enquanto outras ficavam ao lado da curandeira para a ajudar.

— O que sente? Dói muito? É capaz de fazer isto? — A curandeira pergunta e eu respiro fundo.

— Dói...muito...— Falo entre alguns soluços de choro de dor.

— S/N....— Sinto o olhar de pena de Taehyung sobre mim.

— Mas eu consigo. — Completo a frase que tinha deixado a meio e arranco um sorriso doce da curandeira.

— Então, faça força. Não vai demorar muito, eu prometo. — Concordo com a minha cabeça antes de fazer força como ela tinha dito.

Grito de dor sempre que o sentia a sair de dentro de mim. Era como se cada fibra do meu corpo estivesse a ser rasgada de forma violenta e sem dar descanso.

Aperto com força a mão de Taehyung. Tentava inspirar e expirar de forma calma mas era sempre impedida pela vontade de gritar que percorria o meu corpo assim como a dor.

— Está quase. Não desista. — A curandeira encoraja-me e eu solto outro grito ao voltar a fazer força.

Concentro todas as minhas forças do meu corpo e tento tirar o meu bebé de dentro de mim. Suspiro quando sinto um arrepio de frio de alívio percorrer o meu corpo. Ouço o choro estridente do meu filho e sorrio.

— É uma menina. — A curandeira fala enquanto limpava os olhos e o nariz do bebé.

Volto a gritar. Taehyung aperta a minha mão. A curandeira olha para mim surpreendida.

Ela entrega a minha filha a Rose que estava ali para ajudar e volta a olhar para mim. Grito de dor e desta vez sem forças no resto do meu corpo. Volto a sentir a sensação de ser rasgada.

— É mais que um. — A velha mulher avisa a Taehyung que arregala os seus olhos.

— O quê? — Pergunto ofegante. — Não. Não vou conseguir. — Ela olha para mim e concorda com a sua cabeça.

— Assim não vai dar. A rainha já não tem forças. — Ela fala para uma empregada que concorda com a sua cabeça. — Traz a minha mala.

A empregada apressasse a ir buscar a mala da curandeira e a entregar. Ela tira uma pequena garrafa com um sumo esverdeado e mostra-me.

— Eu trouxe isto para o caso da rainha não conseguir aguentar a dor. Vai adormecer. — Fala a entregar a Taehyung.

Agarro na garrafa e bebo todo o sumo em quatro goles seguidos. De repente, paro de sentir a dor e sorrio quando isso acontece. Vejo tudo e todos a andar a roda antes de fechar os olhos e adormecer.

Acordo com uma grande dor na zona da minha barriga. Abro os meus olhos e olho em redor do quarto. Taehyung estava sentado em uma cadeira concentrado em alguns papéis.

— O que é isso? — Pergunto ao ver Taehyung folhear.

— Acordaste. — Ele sorri. — Os filhos da realeza precisam sempre de certificados. — Fala a aproximar-se de mim e a sentar-se ao meu lado na cama. — E estes são dos nossos filhos. — Taehyung mostra-me três folhas.

— Porque é que tem três folhas?

— Eram trigémeos. — Arregalo os meus olhos quando o ouço. — Duas meninas e um menino.

— Duas meninas e um menino. — Repito para mim mesma antes de um grande sorriso de felicidade invadir os meus lábios. — Era por isso que eu estava tão gorda! Não estava a ser paranóica! — Taehyung ri baixo.

A porta do quarto é aberta por Rose que sorri ao ver-me acordada. Nos seus braços tinha dois dos meus bebés enrolados em mantas rosas. Eram as meninas.

— O menino ainda está a ser limpo. Ele é o mais novo, foi o último a nascer. — Rose fala enquanto entregava-me as meninas. Sorrio ao as ver de olhos fechados a dormir.

— São lindas. — Digo e eles sorriem.

— Não está a doer-te nada? — Taehyung pergunta e eu concordo com a minha cabeça.

— A minha barriga.

— Tiveram de a cortar para tirar os dois que faltavam. Já não tinhas força. — Rose, explica. — E então...já pensaram em nomes? — Olho para as minhas filhas e Taehyung sorri. Como tínhamos combinado, se fosse menina eu escolheria e se fosse menino seria o rei a escolher.

— Sunshine. — Digo o primeiro nome a olhar para uma delas que dormia com um pequeno sorriso no rosto. — E...— Ela agarra no colar que Taehyung tinha dado e eu sorrio. — E Áurea.

— Áurea? — Taehyung encara-me confuso.

— Significa mulher de ouro, pessoa brilhante.

— São nomes lindos. — Rose, comenta. — Vou dar-vos algum tempo. Voltarei quando o vosso filho estiver pronto. — Fala antes de sair do quarto e deixar-nos sozinhos com as nossas filhas.

(.............................)

Os seus olhos eram pequeninos e brilhantes. Mesmo com uma cara redonda de bebé conseguia ver o quanto ele era parecido com Taehyung. Dos nossos filhos o único que era parecido comigo era a Sunshine.

— Ele é forte. — O rei fala enquanto sentia o seu filho apertar o seu dedo.

— O nome dele...

— Já escolhi. — Sorri. — É o Téo.

— Significa Deus. — Digo e ele concorda com a sua cabeça. — O rei Téo. — Sorrio. — Tem piada.

— Eu vou o treinar bem. Ele vai ser o rei mais forte de todos os reinos quando for coroado. — Taehyung fala como se fosse uma promessa ao próprio filho.

— Acredito que sim. Mas temo...— Sou interrompida por um choro.

Olhamos para o lado e vimos Sunshine chorar dentro de seu berço. Taehyung vai até ela e começa a movimentar o berço até ela voltar a adormecer.

— Ela é igual a ti. — Ele comenta. — Tenho a certeza que terá as mesmas ideias e bondade que tu. — Dou de ombros.

— Pode ser que sim. Esperemos que sim. — Brinco e os dois rimos baixo.

— Ela é linda. — Ele suspira. Fico a encarar Taehyung enquanto ele olhava para ela com um brilho nos olhos de carinho e amor.

O rei das trevas (Imagine Taehyung Hot)Onde histórias criam vida. Descubra agora