Prólogo (Parte 2)

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Boa leitura. 

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Como é bom sentir a brisa fresca logo cedo, o aroma forte de café misturado com o de cerveja do dia anterior.

Observo os marinheiros com seus baldes de metal reluzente limpando o convés, sinto os solavancos do motor a diesel trabalhando sem descanso a alguns metros abaixo dos meus pés.

Oceano

Não se vê nada além do horizonte azul, que brilha com a luz solar e o rastro de fumaça que deixamos no caminho.

Um sorriso brota em meu rosto ao ver o jovem marinheiro espantando as aves que o atrapalham em seu trabalho.

Partimos da américa já faz quase um mês. Meu pai (o capitão) recebeu uma proposta mercantil irrecusável (para ele e seus subordinados). Eu ao contrário dos outros, não acho que levarmos prisioneiros de um canto a outro seja um um bom negócio.

Lucrar com a dor dos outros  não é algo que eu aprecie.

Só estou aqui por ordem do meu pai. Ele não é um homem ruim, mas quando a minha mãe morreu, bom, acho que parte dele também se foi com ela.

Sinto saudades de seus abraços acolhedores e o sorriso branco como mármore. O cabelo vermelho sempre bem cuidado e arrumado, a bondade que demonstrava com tudo e todos.

Mas infelizmente tudo se foi quando a varíola a tirou de nós.

Saudades mamãe.

Balanço a cabeça para espantar o caminho triste que meus pensamentos percorreram, retornando para o interior da embarcação em seguida.

O cheiro de café fresquinho fica cada vez mais forte a medida em que me aproximo do refeitório. Adentro a sala repleta de mesas, mas uma em especial chama a minha atenção.

Lotada de alimentos calóricos, café e chá ela é a maioria entre todas ali. Ela grita por mim, e meu estômago sendo educado responde de volta.  

Em poucos segundos  já estava devorando tudo que havia posto em meu prato, estando somente os farelos de algo que um dia fora um frango.

Após lavar meu prato (é uma das coisas que minha mãe mais apreciava, pessoas que após a refeição tem o bom senso de lavar o que sujaram) sigo em direção ao meu posto.

Me aproximo mais e mais, já sentindo o tão reconfortante cheiro de óleo e o calor ali presente.

Adentro a bela porta de ferro espesso a fechando em seguida. A placa de identificação do local não passa batido, sempre que a vejo me recordo dos sonhos, distantes mas ainda existentes.

Sala de máquinas.

Obrogado por ler até aqui <3

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By: LostMan

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