♠ Thirty Four: Faction meeting ♠

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— Quando eu era pequena, no auge dos meus 8 a 9 anos, meu pai matou a minha mãe enforcada, como você já sabe. Eu estava brincando de comidinha com umas lama nojenta que tinha no quintal da minha casa, porque eu era uma pé de barro que bagunçava muito. Enquanto eu brincava, ouvi os gritos dela e me assustei. Não pensei duas vezes antes de correr até o local, e eu vi quando ele enforcou ela até a morte. Eu não devia estar ali, eu devia estar na escola, mas eu implorei para faltar e ficar em casa.— Lalisa contou.— Quando ele soltou ela, eu vi o pescoço dela todo vermelho e parecia inchado. Ele me olhou com uma expressão nada legal e eu me assustei ainda mais, e então corri! Quer saber o que aconteceu quando eu corri? 

— O que aconteceu quando você correu? — Rosé perguntou. 
     
— Eu caí. Eu corri tanto que acabei caindo de cara no chão. Tropecei em um galho naquela porra do cacete.— Lalisa resmungou.— Ele me alcançou e puxou meu cabelo, eu fiquei com uma raiva do cão. Caí de novo quando ele me puxou e ele tentou me enforcar também, enquanto ele apertava o meu pescoço eu quase não o enxergava, mas consegui pegar uma pedra e bati na cabeça dele com toda a minha força. Ele caiu e colocou a mão na cabeça eu aproveitei e levantei novamente, passando a correr para longe da casa. Eu morava em uma casa na floresta, pra complicar toda a minha maldita vida. Não precisei sair da casa porque já estávamos lá fora, ele matou minha mãe perto de onde ela lavava roupas.

— Nossa...

— Depois que eu já estava longe de casa, finalmente parei de correr.— Lalisa suspirou.— Mas eu não sabia aonde eu estava, porque eu, burra, jumenta, corri tanto que acabei me perdendo. E não tive coragem de parar alguém e perguntar aonde eu estava, e ninguém parou para perguntar se eu estava bem. Eu estava suja porque esqueci de limpar as mãos enquanto brincava, e eu estava descalça porque como eu já disse, era uma pé de barro e vivia com ele preto. Fiquei caminhando por horas, fiquei com fome e não sabia o que fazer.

— Ai, misericórdia!

— Eu passei três dias sem comer, e senti uma agonia danada de tudo aquilo, lembro até hoje! Quando eu já estava fraca, parei em um lugar e pedi água para o moço, eu pedi só água e ele me deu, mas quando eu pedi comida ele jogou água na minha cara, maldito nojento, quase voei em cima dele! — Lalisa resmungou.— Dois homens que estavam no estabelecimento viram e pagaram um hambúrguer pra mim. Eles me levaram até a casa deles e era uma mansão enorme! Era maravilhoso, eu nunca tinha entrado em uma mansão antes.

— Meu Deus Lisa, você não podia ter feito isso. É perigoso!

— Relaxa, foi a melhor coisa que eu fiz, e também a pior.— Lalisa riu.— Naquele dia eu vivi como uma princesa, foi maravilhoso. Comi bastante, tomei banho e o moço estranho escovou meus cabelos. Eu me prometi que jamais ficaria sem comer novamente, e que enquanto eu vivesse, jamais deixaria comida estragar ou desperdiçarem ela.

— Entendo...

— Passei fome por três dias e senti que foi uma eternidade, mas e as pessoas que passam fome todos os dias?

— É verdade... é triste.

— Eu passei alguns dias naquela casa, até eles acharem algum parente, mas eu contei o que aconteceu e fui parar em uma delegacia.— Disse a garota.— Disse à eles o endereço e eles foram até lá, mas me levaram junto. Quando chegamos, minha mãe estava no mesmo lugar e fedia igual à Annie, foi horrível.

— Annie?

— É, carniça. Ela estava cinza e pesada. Eles iam atrás do meu pai, mas quando eu falei o nome do meu pai, simplesmente se calaram e disseram que logo resolveriam. Até os dois homens que me ajudaram ficaram estranhos, eu não consegui entender nada porque era pequena.

Golden Criminal ♠ JIKOOK ♠ [2018]Onde histórias criam vida. Descubra agora