Prólogo

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O acontecimento desse prólogo é um evento futuro de Um mais um igual a quatro.  Tenham uma boa leitura e nos vemos no primeiro capítulo, onde começaremos a contar a história de Park Jimin e Duque Jeon Jungkook.

Girei a cabeça no travesseiro para poder observá-lo. Jungkook fez o mesmo, encaixando uma das mãos num lado do meu rosto.

Ele me olhou profundamente. Sob a iluminação fraca do ambiente eu vi como seus olhos transbordavam sentimentos e uma preocupação devastadora. Os pelos da minha nuca se eriçaram e, misturado à sua angústia, vislumbrei nos seus profundos olhos negros a apreciação, o deslumbramento e a dimensão do amor que ele guardou e carregou por tanto tempo sozinho.

Pisquei algumas vezes, então o segurei pelos ombros. Ele acompanhou meus movimentos de maneira quase aflita.

O puxei para mim.

Estávamos deitados juntos num cobertor em frente a lareira, o fogo estava quase apagado e a iluminação era mínima. Apoiei bochechas em seu peito e logo me afastei, não querendo tirá-lo do meu campo de visão.

Jungkook manteve um braço atrás das minhas costas, me firmando, enquanto o outro permaneceu imóvel ao lado do seu corpo.

Jungkook franziu o cenho, me deixando ver a covinha que eu adorava bem no meio da sua testa. Ele abaixou o braço livre, hesitante, e levou a mão até o centro da minha barriga, acariciando o volume ali. Um suspiro quente e suave roçou meu rosto.

Flexionei os dedos em seu ombro até enterra-los na seda da sua camisa. Ele não usava paletó, nem aqueles coletes brocados que sempre faziam meu rosto esquentar. Era apenas uma camisa preta sem botões, super fina, que se assentava em seu corpo como líquido negro.

Jungkook pressionou o corpo contra o meu e eu aproveitei para entrelaçar minhas pernas nas dele. Ele me envolveu ainda mais nos seus braços, enterrando os dedos nos cabelos da minha nuca. Jungkook não se cansava de tocar minha pele sensível e ouvir os coraçõezinhos dos nossos pequeninos. Nem de me abraçar como fazia naquele instante.

Eu me aninhei mais nele, deixando que ele curvasse o rosto até mantê-lo a centímetros do meu. Umedeci os cantos dos lábios com a ponta da língua e o mordisquei, depois soltei o ar dos pulmões de uma vez, meus ombros relaxando. Até aquele segundo, que ele me tocava, que seu cheiro se misturava ao meu e se colava em minhas roupas, eu não tinha percebido que eu estava tenso.

Mesmo que na última semana eu sempre estivesse tenso.

Porque nossos pequeninos estavam cada vez mais próximos de nascer. Porque logo eles estariam ali. E porque eu não sabia se resistiria ao parto.

Faltava tão pouco tempo...Tão e tão pouco tempo. Meus bebês logo engatinhariam pela casa, depois cresceriam e correriam pelo gramado, nadariam nos lagos – como sempre amei fazer – e se encaixariam nos braços de Jungkook, mas eu...Talvez eu nunca os visse. Talvez nunca mais visse Jungkook. Eu ainda respirava. Eu ainda acordava todos os dias de manhã. Mas cada pensamento meu, cada batida do meu coração, era tudo de Jungkook. E talvez eu nunca mais pudesse ficar novamente daquele jeito com ele.

Eu estava com medo. Nós dois estávamos com medo.

Com um leve carinho em minha nuca, depois um beliscão leve, apenas uma caricia, na minha orelha, Jungkoook subiu os dedos até minha têmpora, indo até o espaço entre as minhas sobrancelhas e por fim viajando por todos os traços do meu rosto que ele já conhecia de de cor - mas nunca se cansava. Seus dedos fizeram um caminho da ponta do meu nariz, levemente empinado, até meus lábios. Então seu rosto chegou mais perto.

Eu jamais poderia imaginar isso – nem em meus sonhos mais agradáveis imaginaria que estaríamos daquele jeito um dia. Que eu o amaria.

Ah, sim...Eu o amava.

Fechei os olhos. Duas lágrimas silenciosas escorreram por meu rosto. Eu não sabia exatamente quando foi o começo, mas aconteceu... Eu me envolvi, meu coração foi subjugado por ele, e sem que eu ao menos percebesse, eu já havia me doado por inteiro a Jungkook.

Me entregado.

Pertencido de corpo e alma.

Meu medo ganhou força quando senti uma lágrima, que não era minha, molhar meus lábios. Abri os olhos, vendo os dele encharcados. Não. Ele não podia chorar por mim. Nos meus últimos momentos eu não queria rever a escuridão que um dia ele abrigou dentro dele, uma escuridão que consegui derrotar quando dei todo meu amor a ele...

Ah, céus, agora era tão fácil admitir! Como eu amava aquele homem! O amava com todas as partes do meu coração, o amava por completo, com tanta intensidade que eu temia que ele não sobrevivesse com a minha partida.

Arquejei, sua respiração se misturou a minha, então ele desceu mais um pouco e sua boca se encaixou nos meus lábios, exatamente da forma que eu me lembrava: perfeita, doce, macia e quente.

Eu não sabia o que aconteceria no dia seguinte, mas agora nós apenas nos beijávamos, nos entregávamos um ao outro.

Nossas lágrimas se misturaram, e o beijo se tornou salgado e mais intenso, e eu fui dominado por milhares de sensações e emoções; e eu não me envergonhei em compartilhar com ele meu amor na sua mais pura forma.

E...Deus...O sabor que eu viciei. O sabor de Jungkook. Ah, sim, eu me lembraria dele.

— Não chore. — Jungkook interrompeu o beijo, sussurrando contra minha pele. Ele também chorava, oras. Ele chorava com desespero, seu peito tremia e balançava. — Não chore, meu doce Jimin. Por favor.

Não o obedeci. As lágrimas vieram em um fluxo tão intenso que não houve nada que eu pudesse fazer para impedi-las.

Jungkook se virou, para que eu não visse como seu rosto se contorcia em aflição. Estávamos exaustos, mas mesmo assim eu olhei para ele e, quase sem forças, levei a mão até seu queixo, o prendendo e virando seu rosto de volta para mim. Com os olhos vermelhos e inchados, sorri para ele. Ele me olhou assustado, perturbado, e contraiu os braços em volta da minha cintura.

Eu queria desesperadamente viver por ele. Mas se no fim eu não pudesse estar ao seu lado, eu me lembraria de como ele chorava por mim, de como se abaixou naquele instante e beijou minhas lágrimas, de como me banhou com as dele e de como suplicou em meus ouvidos para que eu não o deixasse.

Eu me lembraria do nosso amor.

Eu poderia nunca mais vê-lo. Eu poderia não conhecer nossos filhotes. Mas de uma coisa eu não tinha a menor dúvida...

Eu amaria Jungkook até os meus últimos minutos.

AVISO

ESSA FANFIC NÃO É SADFIC. NÃO É DEATHFIC.

Oláá, para todos nossos leitores que nos acompanharam do spirit até aqui, vocês devem estar surpresos por ver esse prólogo.

Sim, ele realmente não existia antes, mas nós decidimos escrever ele hoje como um presente a todos vocês que nos apoiaram. Muitos leitores estavam loucos por um beijo do nosso precioso Jikook, e mesmo que isso seja um prólogo, e não seja a coisa mais feliz do mundo, escrevemos com os olhos cheio de lágrimas, e o coração repleto de amor por vocês. Foram quase 600 leitores nos seguindo em apenas um dia! Vocês não sabem como ficamos emocionadas.

Obrigada, obrigada <3

E um aviso super importante: amanhã, por volta do mesmo horário, vamos postar o primeiro capítulo, que é onde tudo começa e muitos de vocês já conhecem até certo ponto.

Esperamos os comentários de vocês hein 😉 E deem aquele votinho pra gente saber que gostaram :33

Um grande beijo.

Um mais um igual a quatro ✹ JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora