Um mais um igual a quatro ✹ Jikook

Capítulo 2 - Ajuda

Quem veio do spirit, por favor, coloquem aqui "Vim do Spirit" e o user de lá. Queremos reconhecer vocês. E quem for novo, vai ser muito legal conhecê-los.

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Apoiei minhas mãos na grama para que o meu rosto não acertasse o chão e de repente senti um líquido amargo subir até a minha garganta, queimando o meu esôfago como se eu estivesse prestes a vomitar brasas de carvão. Meu estômago se comprimiu em agonia e eu afundei as minhas unhas na terra fofa, tentando colocar para fora todo aquele sentimento ruim que me fazia mal. Porém, nada saiu pelos meus lábios além de um gemido esganiçado e arfares desesperados por algum alívio.

Meu coração doía muito e eu pensei que não seria capaz de suportar o peso incomodo que se instalava no meu peito, acumulando lágrimas nos meus olhos e me fazendo cair no choro novamente.

Eu ainda não conseguia acreditar no que havia visto. Eu não conseguia acreditar que Hoseok tinha me traído de forma tão fria e descarada. Ele era meu irmão e não tinha o direito de fazer aquilo comigo. Não quando ele sabia dos meus sentimentos por Taehyung há tanto tempo. Ele deveria ter... deveria ter me contado, ter se afastado ou então tentando abrir os meus olhos! Eu me sentia machucado, enganado, traído e, acima de qualquer coisa, um bobo por pensar que Kim Taehyung olharia para mim de outra forma. Eu era apenas um filhotinho mimado enquanto Hoseok era um ômega lindo, maduro e completamente independente e responsável.

Eu era tão bobo. Tão bobo!

E odiava todos eles. Odiava!

Grunhi irritado com as lágrimas que não paravam de escorrer pelas minhas bochechas e então senti uma mão se espalmar nas minhas costas, logo tendo outra afastando o meu cabelo suado de cima da minha testa, me dando alguma espécie de apoio esquisito. Eu funguei e levei um pouco de ar para dentro dos meus pulmões, levantando o rosto lentamente em direção a figura negra agachada a minha frente. Ele tinha olhos preocupados e um vinco profundo na sua testa, como se não soubesse o que fazer comigo. Mas eu também não sabia.

— Está tudo bem? Precisa de ajuda, Senhor? — ele perguntou, parecendo tentado a me ajudar a levantar. Mas o estranho apenas permaneceu imóvel, me fitando de cima. — O senhor veio acompanhado esta noite? Quer que eu procure por alguém que possa levá-lo para casa?

— Não. — eu sussurrei numa voz embargada, vendo a sua silhueta borrada pelas minhas lágrimas se multiplicar por dois quando a minha cabeça doeu e deu uma volta atordoante, me fazendo pender ainda mais para frente.

Porém, um peito largo amparou a minha segunda possível queda e braços fortes me seguraram, me fazendo fechar os olhos por dois segundos e agarrar o tecido da sua camisa entre os meus dedos quando a minha testa descansou no seu ombro, como se tudo o que eu precisasse naquele momento fosse de um colo para deitar e continuar chorando. Mas ele pareceu incomodado com a minha proximidade, então me afastou delicadamente e me pôs sentado na grama com as pernas esticadas.

— "Não" é a sua resposta para qual das minhas perguntas?

— Eu... eu não tenho ninguém.

— Você veio sozinho a um baile da realeza?

— Sim. Sozinho. Completamente sozinho. — menti rapidamente, mas sem saber direito o porquê. Eu só não queria ver Hoseok, Taehyung ou meus pais. Eu sequer queria voltar para casa.

— Certo, tudo bem. Deixe-me pensar por um minuto, por favor.

Ele balançou a cabeça positivamente, mais para si próprio que para mim, e retirou do bolso do seu casaco um pequeno lenço de seda vermelha bordado com minúsculas figuras de leões dourados, que formavam um lindo brasão que eu não consegui identificar. E quando o fogo que crepitava nas tochas de iluminação bruxuleou por causa da brisa fria da noite, lançando sombras nos arbustos mais baixos e fios de luz onde eu estava caído, eu finalmente pude ver seu rosto com mais clareza, me surpreendendo ao encontrar ali o mesmo rapaz que eu esbarrei na cozinha.