Capítulo 3

394 28 12
                                    


—Alec. Alec! Acalme-se!'

Alec parou e olhou para cima. Eles haviam pesquisado todos os livros na biblioteca com a esperança de encontrar um livro que ajudasse a localizar os dois meninos desaparecidos. Nenhum deles dormiu naquela noite. Mas quando essa pesquisa acabou por ser infrutífera, Alec recorreu a passear pela sala, e estava irritando seus irmãos.

Alec girou em direção a Jace. 

—Acalme-se?!'—ele chorou. Ele se aproximou de Jace. —Como no mundo eu deveria me acalmar quando MEUS FILHOS ESTÃO FALTANDO ?!

 Jace colocou uma mão nos ombros de Alec em solidariedade. Sua voz era suave e reconfortante quando ele disse: —Alec, eu sei como você está sentindo ...

 —Você não. —Jace colocou uma mão em sua runa parabatai. 

—Você sabe que eu sei. Você é meu irmão, meu parabatai e eu sou, nós ... —ele se virou e gesticulou para Izzy sentada na poltrona com uma mão esfregando sua enorme barriga, Simon de pé ao lado da poltrona com uma mão nos ombros de Izzy e Clary de pé em uma mesa com um livro em suas mãos —estamos aqui para você. Você não está sozinho nisso. Tenho certeza de que Magnus terá encontrado algo quando ele retornar do labirinto espiral.

Alec geriu um fantasma de sorriso ao pensar no noivo, mas desapareceu assim que apareceu. Seus olhos estavam brilhantes. Era óbvio que ele estava fazendo o seu melhor para conter suas lágrimas. Alec passou uma mão pelo cabelo e descansou a testa contra o braço dele. Jace podia sentir que a preocupação e o pânico de Alec não estavam diminuindo através de seu vínculo parabatai.

Ele ficou agradecido quando Izzy levantou-se da cadeira e puxou Alec para um apertado abraço. Foi um abraço estranho no início porque ela estava grávida de sete meses, mas funcionou. Alec aninhava o rosto no cacho do pescoço de Izzy e quebrou. Alec estava soluçando em sua irmã, seus braços soltos em seu lado, enquanto suas mãos agarravam as extremidades da camisa da irmã. Izzy segurou-o com firmeza e esfregou círculos nas costas enquanto lhe sussurrava palavras suaves. Foi uma visão devastadora. Alec era seu irmão, melhor amigo, protetor com um rosto que nunca mostrou um vislumbre da tempestade por trás desses deslumbrantes olhos azuis. Mas agora a fachada caiu, e eles podiam ver o naufrágio do homem lá dentro.

**

Rafael teve que fazer uma dupla prova. Seu pai, casando com uma mulher. Uma mulher . Alguém do sexo oposto. Sentia-se fundamentalmente errado.

 —Eu sou Lydia Branwell—disse a noiva de Alec. —Eu ouvi dizer que você já fez uma entrada na noite passada. 

Rafael a ignorou, ele ainda estava olhando sua mão em torno da cintura de Alec. 

—Mas ... mas você é gay!— Rafael exclamou. Pelo canto de seus olhos, Rafael pôde ver Max acenando freneticamente de acordo.

—O que eu ... eu não sou gay!— Alec gemeu. Seus ouvidos e bochechas estavam escurecendo em um carmesim profundo. —Vocês, crianças, não devem falar algo sem sentido como isso! 

Jace, por outro lado, jogou a cabeça para trás e uivou com gargalhadas.

Enquanto seu tio não estava ainda rindo seu traseiro, Rafael decidiu observar a mulher que se casaria com o pai dele. Ela era linda, sem dúvida, com seus cabelos loiros e sua figura delgada. Mas Rafael ainda não podia imaginar Alec preferindo essa curta e simples mulher ao alto e brilhante bruxo do Brooklyn. Além disso, o fato de Rafael ter visto algo em seus olhos quando ele disse que Alec era gay. Era como se ela soubesse. Rafael não sabia exatamente o que era, mas ele decidiu que ele não gostava dela. Um rápido olhar para Max disse-lhe que provavelmente estava pensando o mesmo.

As aventuras de Blueberry e RafOnde histórias criam vida. Descubra agora