Contrato Insano

Meu nome é Baekhyun, Byun Baekhyun

Baek olhou o imenso prédio da sua universidade surgir na esquina e suspirou.

Pareciam séculos que saiu dali e só faziam quatro dias. Não se sentia saudoso nem nada assim, na verdade se sentia em profundo conflito como vinha acontecendo a meses. Só que agora era como se seus conflitos fossem todos multiplicados.

Ele era uma pessoa prática, mas com conflitos internos e tinha levado as coisas até semana passada conforme era possível. De família pobre de uma vila distante, com dificuldades financeiras e ainda por cima ciente e muito ciente que era gay, não tinha muitas alternativas se não dançar conforme a música e quando passou com bolsa para aquela universidade na capital, o único curso que havia disponível com bolsa era direito, agarrou a oportunidade com unhas e dentes indo embora de casa e da sua vida miserável para uma vida de dificuldades, mas com um pouco de liberdade ao menos.

Se sentia mal por deixar o primo para trás? Claro, ainda mais com o tio maluco deles, porém ele era ao único que recebia pensão, era deixar o primo lá em situação difícil, mas com possibilidade do mínimo conforto ou trazê-lo com ele para possivelmente passarem fome juntos. Baek não teve escolha.

Teve de trabalhar nos últimos quatro anos no que aparecia, sempre ficando cansado demais e sempre ganhando de menos, as coisas melhoraram quando foi abordado uma vez por um garoto da faculdade de matemática com dificuldade de entender um contrato estranho. Foi assim que Baek começou a virar revisor de contratos de babys, na pura sorte louca da vida, mas aquele dinheiro não era suficiente para trazer seu primo, apenas para deixar de ser miserável.

Nessa época já estava exausto do curso de direito e descobria que não queria aquilo para a vida toda, surgiu vaga com bolsa em publicidade, ele foi para ela.

Agora faltava alguns meses para concluir o curso e ele sentia de novo aquela insatisfação corroer sua alma, não era o que queria para sua vida, mas o que queria?

Sua sempre resposta mental e o que professava ao sete cantos do mundo era: SER RICO, se fosse rico podia fazer o que quisesse, o que lhe desse na mente, não ia precisar se preocupar com contas, com dinheiro, com coisas que quisesse e que nunca tinha dinheiro disponível para ter. Pensou então em ser baby, mas não qualquer baby e sim um baby nos moldes exclusivos de partilha que os seus contatos faziam, parecia dinheiro fácil, assim teve a brilhante ideia de experimentar sexo em grupo para ver se tinha jeito para a coisa.

Foi uma tragédia, primeiro porque só deu para tentar ménage e os dois Semes em questão eram uns idiotas babacas. Desistiu de ser baby. Não era para ele, definitivamente.

Contudo seu melhor amigo se envolveu na coisa e ele assistiu de perto que podia funcionar, se fosse com os daddy certos. Channy caiu de amores? Sim, mas aquele era Channy, ele se apegava fácil mesmo e Baek só deixou porque foi conhecer os caras em questão, não ia entregar o amigo inocente nas mãos de qualquer um, mas ele tinha sorte, o poste tinha sorte e eles o queriam para sempre. Foi então que pensou: Eu posso me dar bem nisso sim, se for desse jeito, com o contrato certo.

Então pediu a um dos daddys de Channy para colocá-lo naquela coisa de contrato diferenciado. E na sinceridade? Esqueceu daquilo até quatro dias atrás, onde todo seu mundo foi virado se ponta cabeça de uma só vez.

Noite passada tinha assinado o casamento com trinta e seis homens de cinco famílias diferentes e todos daddys experientes e só pensava em dormir de cansaço. Porque mais poderoso do que aquela situação insana, era seu sono já bagunçado.

Então acordou atrasado para aula, cheio de dúvidas na mente e reconsiderando tudo o que tinha feito até ali.

Agora estava casado, de verdade, em um casamento imenso de poligâmico e sem saber o que fazer então. Não pelo casamento em si, ficaria naquele casamento por seis meses até decidir para quem iria mesmo, mas o fato era que agora era rico, do tipo ABSURDAMENTE RICO e estava com medo, pela primeira vez porque não sabia que terminaria assim.