Prólogo

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Dessa vez o meu discurso não será em relação às paixões que tive e não fui correspondida a ponto de me casar antes dos 25 anos. Mas vou repetir a minha hipótese de não ter nascido para ser feliz no amor.
Confesso que nem estou procurando mais, pois se vocês não lembram vou refrescar as suas memórias.
Há um tempo atrás resolvi me aventurar na modernidade e me inscrevi em um site de relacionamentos.
Conheci alguém?
Ahhhh simmmm, conheci.
Alto, gostoso, atencioso, rico, tinha uma pegada inesquecível, fazia sexo divinamente e para fechar o pacote era um tremendo de um deus grego.
Porém, eu me meti em uma tremenda enrascada, sofrendo horrores nas mãos daquele monstro.
Conheci o diabo de perto e isso me abalou profundamente, a ponto de não querer me envolver com mais ninguém.
Sei também que vocês vão me falar que ele não teve culpa e bla bla bla, mas só quem passou o que eu fui obrigada a passar sabe que são momentos que jamais esqueceremos. Ainda mais de uma pessoa que cheguei a nutrir fortes sentimentos.
Por mais que eu acredite na sua inocência fecho os olhos e lembro de  cada momento que sofri nas mãos daquele homem.
A imagem do seu rosto completamente transformado quando se irritava comigo e acabava me fazendo passar por atrocidades, jamais será apagada da minha memória.
Nas suas mãos eu passei fome, frio, levei surras colossais e ainda fui violentada covardemente.
O duro disso tudo é que o meu coração o perdoou logo que ficou sabendo da sua inocência, mas eu não.
E para não acabar cedendo resolvi me afastar de tudo e de todos.
Retificando.
De quase todos, pois o meu melhor amigo David resolveu embarcar nessa aventura comigo.
Hoje moramos em Montreal, no Canadá, mas especificamente em Ville-Marie, e somos proprietários de uma pequena empresa de arquitetura.
Ela começou a crescer consideravelmente e já conquistamos grandes clientes em potencial.
Inclusive um deles é de Nova York e confesso que relutei um pouco para aceitar essa parceria.
Algo me dizia que ele seria a porta que o “diabo” estava esperando abrir para entrar novamente na minha vida.
E eu não estava errada.

Match - Um grande erro 2 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora