Prólogo

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Caminhando pelos corredores do colégio

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Caminhando pelos corredores do colégio. Pensava no que havia me levado a aquela situação, todos os erros que cometi, todos os problemas que causei, finalmente as consequências haviam chegado, mas eu não sabia se conseguiria lidar com elas. Meu corpo tremia, minha respiração acelerava, as batidas do meu coração martelavam em meu peito, batidas fortes e que não cessavam, queria apenas poder silencia - las. A medida que meus passos avançavam, meus olhos inundavam, inúmeras lágrimas acumuladas e que eu fazia um esforço incomum para não deixa - las percorrerem minhas bochechas. O desespero estava cada vez mais pungente em meu ser. Eu precisava urgentemente encontrá-lo.

Quando avisto Jughead encostado em seu armário, vejo que ele não estava sozinho. Mas por que eu deveria me surpreender, não é mesmo? Jones não fica sem um par de seios desde que tinha 12 anos de idade, acreditem se quiser. Não estava preocupada com a sua foda da vez, tinha coisas muito mais sérias para me preocupar no momento, tudo o que eu precisava, era saber que ele me apoiaria nessa, mesmo que lá no fundo, eu soubesse que aquilo era uma total perda de tempo. Jughead se importando com alguém que não seja ele mesmo? Era a piada do século. Enquanto eu me aproximava, Jughead beijava uma líder de torcida, a Amanda, ou seria Natasha? Sem qualquer pudor ou vergonha, mas esse era Jughead Jones, um cafajeste de marca maior. Quando estou perto o suficiente, eles ainda não notaram minha presença, ocupados demais enfiando a língua na garganta um do outro. Reviro os olhos e dou um soco forte nos armários fazendo um barulho estrondoso, mas pelo menos foi o suficiente para os dois se afastarem. A piranha até soltou um gritinho assustado e abraçou Jughead como se eu fosse um monstro pronto para ataca - la.

— Ah pelo amor Amanda! Sou só eu, não um serial killer.— reviro os olhos em sinal de tédio.— Jughead, eu preciso falar com você. É urgente.

— É Hanna! Esquisita.— a vadia protesta.— E não, Jug não pode falar com você pois estamos muito ocupados. Não é baby?

— Não,  Jug com certeza vai querer saber o que tenho a dizer.— digo sarcástica e olho para Jughead que se mantinha calado.— Jughead? Vamos logo! O que eu preciso falar é muito importante, sério.— meus olhos demonstram desespero.— Depois você pode voltar para ela, se isso for a sua vontade. Mas eu preciso que você venha comigo, agora.

— Betty, minha linda. Você ouviu a Hanna, não é mesmo? — puxa a cintura dela e cheira seu pescoço.— Eu estou muito ocupado no momento, por isso não posso atender você. Quem sabe na hora do intervalo, certo?

— Você não pode estar falando sério.— digo baixo e meus olhos inundam. Minha voz toma um tom um pouco desesperado e raivoso.— Jughead, quando eu falo que o assunto é sério, é caso de vida ou morte, você tem que confiar em mim e se dispor a me ouvir. Porra! Você não sabe o que eu estou passando garoto. Mas eu não fiz isso sozinha!

— Seja o que for, com certeza pode esperar.— me lança um sorriso cafajeste.— Tenho coisas mais importantes para fazer. Se me der licença, Elizabeth.

E então volta a beijar a líder de torcida vadia, solto um riso sem humor e mordo os lábios para não chorar na frente daquele cretino, inacreditável como ele podia subir na escala da babaquice a cada dia. Balanço a cabeça negativamente e levanto as mãos dizendo que eu havia cansado, saio dali rapidamente e vou em direção ao banheiro feminino, algumas lágrimas caiam e eu abaixei a cabeça para que não percebessem. Levo as mãos ao lábios e começo a andar mais rápido, entrando no banheiro, corro em direção a uma das cabines e bato a porta, jogando minha mochila no chão, me ajoelho diante a privada e coloco tudo para fora. Quando o vômito termina, limpo minha boca com uma das mãos e sento no chão.

O choro se torna mais forte. Como eu pude ser tão estúpida? Essa pergunta eu me faço a todo o momento desde que a suspeita surgiu. Suspeita. Pode nem ser isso, haviam chances de ser apenas uma virose, ou um mal estar passageiro, mas como a sorte quase nunca está do meu lado, o medo ser ser aquele problema crescia cada vez mais, estava em pânico, e não poderia dividir minhas inseguranças com mais ninguém além de mim mesma. A quem eu poderia recorrer? Não tinha ninguém no final das contas. Minha mãe era uma prostituta bêbada que não se preocupava com a própria filha, meu pai? Nunca tive conhecimento, provavelmente um dos muitos clientes que pagaram pelos serviços de minha mãe. Eu também não tinha amigos de verdade, ninguém com quem confidenciar o que estava me corroendo por dentro. E o único que realmente poderia estar comigo me dando algum tipo de apoio, me deu as costas por uma boceta! Eu o odeio.

Abro a mochila e pego aquela bendita caixa. Um teste de gravidez que eu tinha comprado há uma semana atrás, mas que não tive coragem de fazer até então, eu pela primeira vez na vida estava agindo como uma covarde, ponto para mim. Abro a embalagem e começo a ler as instruções, mesmo que minha visão esteja embaçada pelas lágrimas e minhas mãos estejam trêmulas por conta do nervosismo que instalou e fez sua morada dentro de mim. Instruções lidas, respiro fundo algumas vezes e logo me levanto, faço tudo o que foi instruido, quando termino abaixo a tampa da privada e me sento na mesma esperando o tempo determinado. 15 minutos. Mas foram os 15 minutos mais desesperadores da minha vida. Logo o tempo de espera acabou, mas eu não tive coragem alguma para olhar aquele teste.

— Por favor não, por favor não, por favor não.— sussurro para mim mesma repetidas vezes, as lágrimas caiam silenciosamente.— Eu vou morrer.

E quando olho para o teste, finalmente recebo minha sentença. Era o fim, estava tudo acabado. Minha vida, os planos que eu tinha. Tudo isso se foi por conta de um erro estúpido. Erro esse que eu e Jughead cometemos.

— Droga.— soco a parede da cabine enquanto choro.— Puta que pariu. Que merda eu faço agora?

Bad DecisionsOnde histórias criam vida. Descubra agora