*na mídia algumas fotos do destino da Ana e do Leo.
Liberdade. Eu, que sempre fora livre para fazer o que quisesse, jamais imaginara que tamanha era a sensação de liberdade que uma moto pode proporcionar.
Assim que Leo ligou a motocicleta, meus olhos se fecharam e minhas unhas apertaram com força sua pele.
- Meu deus - Sussurrei na primeira curva. Demorei alguns minutos para me acostumar e quando aconteceu, senti como se tivesse nascido para estar ali.
Infelizmente, a viagem passou em um piscar de olhos e quando percebi já tínhamos entrado em Sea Cliff. Leo seguiu pelas coordenadas que recebera e logo havíamos chegado a nossa pousada aka hotel.
- Preparado para saber o que é um hotel 3 estrelas? - Perguntei ao tirar o capacete.
- Acho que esperei minha vida inteira por isso - Respondeu, sorrindo, enquanto tirava sua mochila do baú da moto.
Fiz menção de ir na frente, mas ele apressou o passo e segurou minha mão, então, entramos no estabelecimento.
Na portaria havia uma velhinha apertando os olhos por trás do óculos para poder enxergar as letras do jornal. Cocei a garganta para anunciar nossa chegada, assim que pôs os olhos em nossas mãos, a senhora sorriu e ficou em pé, pronta para nos atender.
- Posso ajudar, queridos?
- Tenho reserva no nome de Ford - Respondi, sem largar a mão de Leo. Facilmente me acostumaria aquilo.
- Dois quartos pelo final de semana, é isso? - Ela perguntou ajeitando a postura.
- Dois? - Leo questionou em um sussurro.
- Exatamente isso - Sorri.
- Segundo andar, quarto D e quarto E. Tenham uma boa estadia - Ela nos entregou duas chaves e voltou a ler seu jornal.
Subimos as escadas e colocamos nossas coisas nos quartos, depois, voltamos para moto e seguimos o cronograma.
Leo pilotou até um restaurante chamado La Perlla e enquanto ele esperava na moto, entrei e peguei a encomenda que Michelle fez durante nossa viagem. Estava tudo programado.
- Wow! - Ele exclamou ao chegarmos no parque em que passaríamos a tarde. - Fazem anos que eu não sinto o vento bater no meu rosto. Nova York me transformou em uma máquina - Comentou enquanto caminhávamos até um cantinho com sombra.
- Entendo perfeitamente - Eu disse. - Às vezes me pego pensando qual o objetivo da minha vida, sabe? Parece que eu só vivo para trabalhar, passo o dia escrevendo sobre as coisas que acontecem no mundo mas parece que nada acontece no meu.
Abri a sacola e espalhei pelo chão seis hambúrgueres com porções de batatas fritas e quatro latinhas de refrigerante. Leo soltou uma risada alta quando viu.
- Como eu não imaginei isso? – Suspirou. - Ah, Bella, quando eu penso que você não pode mais me surpreender, você aparece com hambúrguer e refrigerante.
Senti minhas bochechas corando e tratei de morder um pedaço de pão antes que falasse alguma bobagem que pudesse entregar o que eu estava sentindo.
- Você não vai tirar o boné e o óculos? - Perguntei.
- Faz tanto tempo que eu não fico em público sem Rob e Joe e sem algo que possa esconder meu rosto, que já me acostumei com isso.
- Quem são esses?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Impróprio
RomanceImpróprio adjetivo 1. não recomendável. 2. que sobrevém em má ocasião; inconveniente, inoportuno. 3. agressivo à moral; indecente, indecoroso. "Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói, e não se sente..." Às vezes é possível ver e sempre é...