Capítulo 8

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*na mídia algumas fotos do destino da Ana e do Leo.


Liberdade. Eu, que sempre fora livre para fazer o que quisesse, jamais imaginara que tamanha era a sensação de liberdade que uma moto pode proporcionar.

Assim que Leo ligou a motocicleta, meus olhos se fecharam e minhas unhas apertaram com força sua pele.

- Meu deus - Sussurrei na primeira curva. Demorei alguns minutos para me acostumar e quando aconteceu, senti como se tivesse nascido para estar ali.

Infelizmente, a viagem passou em um piscar de olhos e quando percebi já tínhamos entrado em Sea Cliff. Leo seguiu pelas coordenadas que recebera e logo havíamos chegado a nossa pousada aka hotel.

- Preparado para saber o que é um hotel 3 estrelas? - Perguntei ao tirar o capacete.

- Acho que esperei minha vida inteira por isso - Respondeu, sorrindo, enquanto tirava sua mochila do baú da moto.

Fiz menção de ir na frente, mas ele apressou o passo e segurou minha mão, então, entramos no estabelecimento.

Na portaria havia uma velhinha apertando os olhos por trás do óculos para poder enxergar as letras do jornal. Cocei a garganta para anunciar nossa chegada, assim que pôs os olhos em nossas mãos, a senhora sorriu e ficou em pé, pronta para nos atender.

- Posso ajudar, queridos?

- Tenho reserva no nome de Ford - Respondi, sem largar a mão de Leo. Facilmente me acostumaria aquilo.

- Dois quartos pelo final de semana, é isso? - Ela perguntou ajeitando a postura.

- Dois? - Leo questionou em um sussurro.

- Exatamente isso - Sorri.

- Segundo andar, quarto D e quarto E. Tenham uma boa estadia - Ela nos entregou duas chaves e voltou a ler seu jornal.

Subimos as escadas e colocamos nossas coisas nos quartos, depois, voltamos para moto e seguimos o cronograma.

Leo pilotou até um restaurante chamado La Perlla e enquanto ele esperava na moto, entrei e peguei a encomenda que Michelle fez durante nossa viagem. Estava tudo programado.

- Wow! - Ele exclamou ao chegarmos no parque em que passaríamos a tarde. - Fazem anos que eu não sinto o vento bater no meu rosto. Nova York me transformou em uma máquina - Comentou enquanto caminhávamos até um cantinho com sombra.

- Entendo perfeitamente - Eu disse. - Às vezes me pego pensando qual o objetivo da minha vida, sabe? Parece que eu só vivo para trabalhar, passo o dia escrevendo sobre as coisas que acontecem no mundo mas parece que nada acontece no meu.

Abri a sacola e espalhei pelo chão seis hambúrgueres com porções de batatas fritas e quatro latinhas de refrigerante. Leo soltou uma risada alta quando viu.

- Como eu não imaginei isso? – Suspirou. - Ah, Bella, quando eu penso que você não pode mais me surpreender, você aparece com hambúrguer e refrigerante.

Senti minhas bochechas corando e tratei de morder um pedaço de pão antes que falasse alguma bobagem que pudesse entregar o que eu estava sentindo.

- Você não vai tirar o boné e o óculos? - Perguntei.

- Faz tanto tempo que eu não fico em público sem Rob e Joe e sem algo que possa esconder meu rosto, que já me acostumei com isso.

- Quem são esses?

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