XVII

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Assim que cheguei em casa, corri para meu quarto, tranquei a porta e desabei em lágrimas. A dor no peito só aumentava e só o que eu queria era chorar. Tentei ser o mais silenciosa possível, mas foi sem sucesso.
—Ally? Ta tudo bem? - ouvi a voz rouca de minha avó.
—Oi vó, ta sim... - falei ao abrir a porta do meu quarto.
—Oh minha filha, o que houve? - ela disse me abraçando.
—Não foi nada vó... eu e Peter discutimos, só isso. - fui obrigada a mentir e aquilo partiu meu coração.
—Oh Ally, vai ficar tudo bem, eu to aqui, ok? - ela disse me dando um beijo na cabeça.
—Obrigada vó... eu te amo! - falei a abraçando forte.
—Eu também te amo, pequena! - disse ela enquanto fazia carinho em minha cabeça. —Agora vá dormir, você tem que descansar, já está tarde. - ela disse desfazendo nosso abraço.
—Tudo bem, só vou tomar um banho antes. - falei e ela assentiu.
—Tudo bem então, até amanhã meu amor! - disse ela antes de sair do quarto.

Esperei até ouvir o barulho da porta do quarto de minha avó fechando para ir até o cômodo que costumava ser o escritório de meus pais. Assim que entrei, comecei a procurar qualquer indício da tal pesquisa que Stark havia dito, mas não encontrei nada. Sentei na cadeira de couro de meu pai, bufando de frustração, até que vi que uma das gavetas era trancada com senha. Procurei por ela em todos os cantos da casa, testei todas as possibilidades possíveis, mas nada funcionava. Então fui até meu quarto, peguei meu computador e hackeei o sistema de segurança. Com um último clique no computador, a gaveta abriu, revelando um cartão de memória lá dentro. Rapidamente, coloquei-o no computador e assim que o arquivo abriu, me deparei com a tal pesquisa. Ela era enorme, com mais de 100 arquivos diferentes, então fui abrindo um por um, até que percebi uma coisa. A maioria dessas pesquisas eram tentativas de fazer com que eu me livrasse dessa condição. Eles já haviam testado de tudo, física, substâncias injetáveis, remédios, mas nada adiantava, o mais perto que eles chegaram foi uma pedra que fazia com que os poderes perdessem a força, então eles fizeram um colar com ela e me presentearam.
—Então era isso... - falei entendendo por que eles me obrigavam a usá-lo.

Senti as lágrimas voltarem a rolar por meu rosto, quando o último arquivo chamou minha atenção, nele, eles pesquisavam a possibilidade de que uma cirurgia em uma parte específica do meu cérebro, fosse capaz de desligar essa condição de mim. Mas, infelizmente a pesquisa não estava completa, então fiz algumas cópias, desliguei o computador e saí do escritório, antes que minha avó acordasse. Voltei para meu quarto e fui dormir com a certeza de que eu sabia exatamente o que fazer.

continuum | peter parkerOnde histórias criam vida. Descubra agora