XXIX

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Era domingo á tarde, eu estava sentada no sofá, lendo um livro, enquanto minha avó preparava alguns pratos, já que May e Peter viriam jantar lá em casa. De repente, ela pegou sua bolsa e antes de sair pela porta, parou em minha frente.
—Ally, preciso de mais farinha para a torta de maçã, vou até o mercado, você vem comigo? - disse ela com um sorriso no rosto, que eu nào resisti.
Eu sei que deveria ter avisado Stark, ou Peter, de que iríamos sair, já que esse foi o combinado. Mas eu não avisei, afinal de contas, só íamos até
o mercado, nada de mal ia acontecer, não é mesmo?

Dona Amélia e eu caminhamos a passos lentos, até o mercado que ficava perto da nossa casa.
Chegando lá, cumprimentamos o Sr. Foster, o velhinho dono do local, que me conhecia desde pequena.
—Allyson, há quanto tempo não te vejo. Como você cresceu... - disse ele saindo do caixa para me abraçar.
—É, eu andei... ocupada! - falei com um sorriso forçado.
—Fiquem á vontade, qualquer coisa estou aqui! - disse ele sorrindo.

Minha avó foi até o balcão de farinhas, enquanto eu fiquei olhando as revistas. Eu lia uma matéria sobre fofocas dos famosos, quando dois homens entraram no mercado. No momento que eles colocaram o pé dentro do local, eu sabia que que eles só significavam uma coisa: problema. Me abaixei atrás de um dos armários e tentei chamar minha avó, que ainda estava distraída procurando a tal da farinha. O que aconteceu em seguida foi muito rápido, um dos homens a segurou e apontou uma arma para sua cabeça.
—Por favor, levem tudo o que eu tenho... - disse ela com medo.
—Não queremos o seu dinheiro senhora, queremos sua neta. - disse outro homem se aproximando.
—O que querem com ela? - disse mimha avó confusa.
—Temos... alguns assuntos para resolver. - disse ele.
—E então Allyson, como vai ser? Sabemos que está aí, se não aparecer, eu puxo o gatilho. - disse o homem que segurava a arma, fazendo um arrepio percorrer meu corpo.
—5, 4, 3... - o homem começou a contar e eu não tive mais escolha.
—Eu to aqui, não façam nada com ela, por favor. - falei me levantando com as mãos pra cima.
—Ótimo, agora você vem com a gente e ninguém se machuca, ok? - disse ele e eu assenti.
—Ok, eu vou, posso abraçar minha avó antes, por favor? - falei tentando conter as lágrimas. Um dos homens fez um sinal com a cabeça e o outro então soltou minha avó, que correu pros meus braços, em prantos.
—Allyson, meu amor, o que está acontecendo? Quem são eles e o que querem com você? - disse ela.
—Vai ficar tudo bem vó, eu prometo, ok? - falei a abraçando e aproveitei o momento para colocar um bilhete que eu havia escrito enquanto estava escondia, em seu bolso.
—Agora chega, vamos! - disse um dos homens agarrando meu braço.
—Eu te amo, vai ficar tudo bem! - falei sentindo as lágrimas correrem.
—Ah, se ainda não ficou claro, nem pense em chamar a polícia, ok? Ou a sua netinha aqui morre. - disse o homem para minha avó, que chorava e tremia de medo.
Aquela cena me cortou o coração e tudo o que eu esperava era que ela encontrasse o bilhete e ligasse para Stark, o quanto antes.

Saíndo do mercado, fui jogada no banco de trás de em uma van preta e antes que eu pudesse pensar em algo, um pano, com o que eu suspeitei ser clorofórmio, foi colocado no meu rosto e em segundos, eu apaguei.

continuum | peter parkerOnde histórias criam vida. Descubra agora